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Tocha Olímpica traz visibilidade para projetos sociais voltados ao esporte na Bahia

Por Edimário Duplat / Matheus Caldas

Tocha Olímpica traz visibilidade para projetos sociais voltados ao esporte na Bahia
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil
A Tocha Olímpica chegará a Salvador nesta terça-feira (24) e fará um tour pela cidade, com atletas e personalidades do esporte nacional, além de anônimos com projetos sociais na capital baiana. Dentre alguns dos selecionados, está o triatleta Manoel Alberto Dias. As manhãs do Porto da Barra recebem o Projeto Ação Tri – Atleta Cidadão, entre os horários das 4h30 e 7h15 da manhã. Por conta desse projeto, Dias foi um dos escolhidos para conduzir a chama olímpica. “Eu tenho a história de atleta, mas hoje foco mais na parte social do esporte, e ser indicado e ter minha história escolhida fará muita diferença na ajuda dessa turma”, explica, em entrevista ao Bahia Notícias. Com a realização dos Jogos Olímpicos, o condutor acredita que a cultura do esporte pode ser mais disseminada no país, diminuindo o preconceito que os atletas sofrem no Brasil. “Ao contrário do que pensam, existe muita discriminação com a profissão de atleta, que é igual a qualquer outra”, disse. Em seguida, ele aproveitou para criticar o mundo do futebol. “Pra mim, futebol profissional não é esporte, é negócio. Depois da profissionalização, não há preocupação nenhuma com o cara. Até as categorias de base você tem uma formação. No profissional, o dinheiro está à frente”, reclama.
 

Manoel Dias acredita que futebol é 'negócio' | Foto: Luiz Fernando Teixeira / Bahia Notícias

Dono de uma empresa de logística de containers, Dias cursa educação física à noite e tem uma vida basicamente dedicada ao esporte. “É uma maratona por dia. O tempo que sobra eu fico com a patroa”, brinca.  Sobre a condução da tocha, Dias demonstrou ansiedade, que fica mais evidente por conta da bandeira do projeto social que ele comanda. “Faço a gestão de um projeto social com 100 crianças, todas elas entusiasmadas para ver o tio Beto levar a tocha olímpica”, comenta.  No momento de falar sobre o símbolo olímpico, o baiano lamentou o pouco entendimento sobre a importância dessa passagem que a Olimpíada tem para o país. “O que é a tocha olímpica? O que significa isso? Eu tenho visto nas redes sociais as pessoas falando “ah, a gente não precisa disso. O país tem coisas mais importantes a tratar”. Reputo isso como falta de conhecimento e cultura, independente do nível de educação da pessoa. Falta cultura às pessoas”, reclama. Outro gestor de projeto social é o carioca Márcio Vianna. Ex-nadador e triatleta aposentado, ele tem 22 dos seus 53 anos passados em Imbassaí, em Mata de São João. “Faço um trabalho social e cultural com a comunidade aqui em Imbassaí. As pessoas fazem pinturas e artes, e a gente leiloa para ajudá-los. Acho que esse meu trabalho me ajudou a conduzir a tocha. Inclusive, meu restaurante é todo feito de materiais recicláveis. Eu gosto de integrar as pessoas, e meu restaurante também busca isso”, conta. Vianna largou a natação aos 17 anos, quando escolheu fazer a faculdade de administração. No entanto, ele não demorou para achar o triátlon, esporte que praticou até os 28 anos, quando resolveu cursar gastronomia. Mesmo aposentado do esporte profissional, ele demonstra emoção ao conduzir a tocha olímpica. “A gente quando começa fazer esporte, tem o sonho de participar da Olimpíada. Eu não consegui como atleta, mas estou recebendo esse presente para conduzir”, comemora. Na visão do ex-atleta, os Jogos Olímpicos devem ser encarados como uma forma de esquecer por um momento a crise política vivida no Brasil. “Eu acho que vai ser ótimo. As Olimpíadas têm tudo para dar certo, e quero que dê. Temos que esquecer um pouco as dificuldades do país, e aproveitar essa corrente do bem, e levar o que a chama diz, que é a paz, e a união de todo mundo”, analisa.
 

Márcio Vianna na entrada de seu restaurante | Foto: Frederico Tognin

Representante de um esporte não olímpico, mas que está enraizado na cultura baiana, está Joaquim Cirqueira, mais conhecido como Mestre Kiko. Com um projeto tocado na Praia do Forte, ele ensina gratuitamente o esporte para as crianças do local. Com a passagem da chama pelo estado, Kiko espera poder ajudar sua ação. “Vamos ter uma visibilidade boa, mas preciso realmente de ajuda e de apoio para fazer o meu projeto. Sobretudo de um espaço melhor para o grupo, para efetuar nossas atividades”, pede. Joaquim trabalha como vendedor na praia e é um dos mentores do Grupo Capoeira Esporão. Para o capoeirista, a escolha de sua história foi uma surpresa. “É uma grande emoção, estou feliz com tudo que está acontecendo e nunca achei que o meu trabalho teria essa visão”, celebra. “Tínhamos 65 garotos, mas perdemos muitos por falta de espaço e pelo horário. Quando treinava na associação de pescadores tinha mais alunos”, finaliza.