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Conheça mais sobre o skate de dedo, esporte que une arte e trabalho social em Salvador

Por Edimário Duplat

Conheça mais sobre o skate de dedo, esporte que une arte e trabalho social em Salvador
Foto: Reprodução
Criados inicialmente como brinquedos caseiros, o Fingerboard, conhecido no Brasil também pelo termo Skate de Dedo, tornou-se um instrumento além da diversão e também do esporte. Na Bahia, o objeto é o centro de um movimento cultural que trabalha com o trabalho social e usa do rap para se tornar uma filosofia além do modismo e do consumismo da atual sociedade.


Lázaro Dias é praticannte do Fingerboard.
Foto: Jamile Amine/Bahia Notícias

Criados inicialmente nos anos 60, os skates de dedo ganharam força na Europa e Estados Unidos nos anos 80, quando se tornaram parte da própria cultura do skate e passaram a ser comercializados como chaveiros e brinquedos para crianças. Entretanto, sendo melhorados a cada ano e se tornando verdadeiras miniaturas de suas inspirações, o fingerboard passou a se legitimar além do entretenimento e se tornar um esporte com suas próprias competições e eventos, além de um mercado totalmente preparado para este segmento. “Eu praticava skate, e um amigo me devia R$ 5,00. Aí ele acabou me pagando com um skate de dedo e como já tinha uma noção passei a praticar e me interessei”, afirma Lázaro Dias, praticante e membro do grupo Manufilia, que vai além da questão esportiva. “Temos um projeto social que visita orfanatos e faz trabalhos sociais, além do nosso coletivo que escreve músicas sobre skate de dedo paralelo as nossas vivências periféricas e critica social em ritmo de rap”, reitera Dias.



Coletivo Manufilia. Foto: Reprodução

No resto do Brasil e na Europa, hoje o maior pólo de fingerboard do mundo, a questão esportiva é o que impulsiona a prática deste esporte. Já em Salvador, o social tornou-se a questão fundamental do Skate de Dedo. “Existem torneios no sul e no resto do mundo, mas aqui em Salvador não temos essa visão esportiva. Aqui trabalhamos pelo social e música por que são formas de expressão e de se inserir na sociedade. Expressamos nossa opinião sobre o estado e as práticas da vida. Somos pautados nisso”, comenta Lázaro. Para os interessados em entrar nessa modalidade, o Manufilia também promove a inserção nesta prática com a distribuição de material em suas visitas. Entretanto, além do já conhecido Skate, outros materiais também existem neste cenário esportivo. “Temos apoios de lojas online e temos um patrocinador alemão que conheceu a nossa história e sempre nos supre com peças. Então pegamos parte desse material e distribuímos em orfanatos e em nossas exibições”, explica o fingerboarder, que também fala sobre o valor desse material para os interessados em se profissionalizar nos mini-skates. “O preço varia entre R$ 50,00 a R$ 400,00 o profissional. E depende muito no tipo de peças e material também. Ele é uma miniatura mesmo do skate com todas as peças e rolamentos, por exemplo”, finalizou.


Foto: Jamile Amine/Bahia Notícias

Inseridos no mundo do Hip-Hop, o coletivo já teve participações em eventos realizados em outros estados, como o Conexão Rap de 2013, e também tem uma grande produção de material autoral relacionado ao rap. “Temos músicas autorais e sempre parto de um ponto em comum para criar as músicas”, confirma Lázaro Dias, que junto com os seus companheiros demonstra como cultura e esporte podem viver do mesmo lado.