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De volta a seleção de boxe após afastamento, Adriana Araújo mira título mundial e Rio 2016

Por Júlia Belas

De volta a seleção de boxe após afastamento, Adriana Araújo mira título mundial e Rio 2016
Foto: Reprodução / Facebook / Adriana Araújo
A pugilista baiana Adriana Araújo foi a primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha no boxe com o bronze nos Jogos Olímpicos de 2012, em Londres. Na preparação para buscar mais uma medalha no Rio de Janeiro em 2016, ela voltou à seleção brasileira e verá, em breve, o lançamento do documentário "As Lutas de Adriana" sobre a sua carreira, produzido pela baiana Fernanda Nascimento, da Sereia Filmes, com roteiro do jornalista Zezão Castro e direção de Alberto Iannuzzi. "Comecei no boxe através do convite de uma amiga. Sempre fui apaixonada pelo futebol e nunca me imaginava no boxe. Comecei com 17 anos, pela estética, e em uma semana aprendi muito mais rápido do que as outras alunas, fui tomando gosto. Fui para o profissional em 2000, quando o meu primeiro treinador Rangel Almeida me conduziu para o Luiz Dórea, que disse que eu tinha potencial para ser campeã mundial", contou Adriana em entrevista ao Bahia Notícias. A previsão de Dórea ainda não se cumpriu e Adriana volta a disputar o Mundial em novembro deste ano, na Coreia do Sul. Antes, no entanto, participa do Campeonato Continental, no México, em setembro.



Adriana Araújo se reconciliou com a CBBoxe | Foto: Rodolfo Vilela / Portal Brasil 2016

Depois de passar quase um ano afastada da Confederação Brasileira de Boxe (CBBoxe) e sem competir, a lutadora volta a receber os benefícios para defender a seleção. "Era muito difícil antes. Eu tenho 14 anos de boxe e durante 9 não tive patrocínio nenhum, custeava tudo por conta própria, com a ajuda de amigos, da minha irmã, da minha mãe... O próprio Luiz Dórea sempre me ajudou com passagens, alimentação. Até 2009, nós do boxe feminino tínhamos que custear passagens, hospedagens e pagar pela participação em campeonatos", conta. "A Nissan surgiu depois de Londres-2012 e abraçou a causa de patrocinar atletas de todas as modalidades. Fui uma das felizardas. É um patrocínio automobilístico para facilitar o deslocamento dos atletas para os treinamentos, mas o mais importante, para mim, foi o trabalho com os workshops. Durante o momento difícil que eu passei no ano passado, foi muito duro, e os workshops me animavam e incentivavam, consegui esperar que tudo ia passar", revelou Adriana. 



A pugilista foi medalhista de bronze em Londres-2012 | Foto: Valterci Santos / Agif / COB

Em abril de 2013, Adriana Araújo, Roseli Feitosa e Érika Mattos foram cortadas da seleção brasileira depois de criticarem a Confederação e perderam os benefícios relacionados à entidade. Agora, no entanto, tudo ficou para trás. "O Bolsa-Atleta sempre esteve comigo. O governo federal sempre me ajudou muito, desde 2007 eu tive a oportunidade, já que antes tinha que trabalhar na Coelba, em Salvador. Com o benefício de R$ 1,5 mil reais deu para continuar, mas durante aquela época eu perdi a Petrobras e os ligados à Confederação. Mas agora eu não gosto de falar muito disso, tenho que manter a cabeça tranquila", disse. De volta à seleção e aos 32 anos - o limite para disputar as Olimpíadas é 40 -, Adriana tenta passar para as atletas mais jovens a sua experiência como a única representante da equipe que já disputou uma edição das Olimpíadas. "Quando eu comecei, eu aprendi com os atletas mais experientes. As atletas mais novas desenvolvem o trabalho delas e colhem frutos do meu trabalho também. A experiência é muito importante", avaliou.



Adriana voltou a compor a seleção brasileira em fevereiro | Foto: Divulgação / CBBoxe

Para ela, o boxe feminino passou por muitos avanços desde a sua primeira disputa em Jogos Olímpicos, em 2012. "Hoje diminuiu muito do preconceito, mas ainda existe. Na Aiba (Associação Internacional de Boxe, em inglês) ainda tem muita coisa que só existe no boxe masculino e ainda não tem no feminino, mas nós buscamos o nosso espaço. É uma conquista muito grande a inclusão nas Olimpíadas, e com certeza o preconceito diminuiu depois disso", comemorou. Na Aiba, Adriana ocupa a quarta posição no ranking da categoria leve (até 60kg) e mesmo depois de passar um ano sem competir, ainda é a primeira das Américas. Os próximos campeonatos servirão para melhorar a classificação e avaliar as adversárias para o pré-olímpico, que deve acontecer em março de 2016. Agora, o momento é de total foco nos próximos desafios. "Estou treinando em São Paulo desde abril e a estrutura está bem melhor. Agora nós temos massagistas, o que aumenta o nível do treinamento. Isso é ainda melhor porque nós somos a sede das Olimpíadas", concluiu. O Mundial de Boxe Feminino acontece entre 13 e 25 de novembro, em Jeju, na Coreia do Sul, enquanto a disputa do Continental acontece entre 28 e 31 de outubro.