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Judô baiano ainda sonha com evolução após inauguração do Centro Pan-Americano

Por Edimário Duplat

Judô baiano ainda sonha com evolução após inauguração do Centro Pan-Americano
Foto: Raul Golinelli-GOVBA
Mais uma vez a Bahia entra no Circuito Olímpico Brasileiro. Depois do anúncio de uso da Arena Fonte Nova para a disputa das partidas de futebol masculino e feminino durante os Jogos do Rio de Janeiro 2016, foi inaugurado na última segunda-feira (28) o Centro Pan-Americano de Judô (CPJ), local criado para ser referência em um dos esportes mais vitoriosos do Brasil. Porém, no âmbito estadual, o espaço ainda segue como uma possibilidade de esperança em um cenário carente de boas estruturas e um melhor nível técnico.


Solenidade de inauguração do Centro
Foto Raul Golinelli/GOVBA
 

Localizado no município de Lauro de Freitas, o CPJ contou com um investimento de R$ 43 milhões e foi erguido em parte da área onde se localizava o antigo kartódromo da cidade, em apoio conjunto da prefeitura municipal, os governos estadual e federal, além da própria Confederação Brasileira de Judô (CBJ), que administrará o local. Segundo o presidente da Federação Baiana de Judô (Febaju), Marcelo Ornelas, a iniciativa veio da união do desejo da Rede Nacional de Treinamento, projeto do governo nacional que pretende descentralizar a infraestrutura do esporte no país, com a própria CBJ, que encontrou na Bahia o apoio financeiro para a concretização do investimento. “Toda negociação aconteceu com uma proposta da CBJ, que tinha o projeto, e dos governos tanto a nível nacional, estadual e municipal que se interessaram em agregar o suporte financeiro ao da confederação” afirmou o mandatário baiano, que também revelou a necessidade de um espaço de alto nível para suprir a precária situação em que vivem os equipamentos esportivos do estado. “Para um atleta se condicionar para ser um dos melhores do país, precisava viajar para outra cidade, até outro país. Agora isso vai mudar” comemorou. Considerado um dos mais modernos centros de excelência do continente americano, o Centro servirá não somente de centro de treinamento das seleções brasileiras da modalidade, como também receberá outras equipes internacionais para um maior intercâmbio esportivo entre as nações com a realização de eventos e desafios entre os países. Um deles será o Desafio Internacional de Judô, primeiro evento-teste que contará com as equipes do Brasil e da Itália no dia 30 de novembro.


Visão interna do Centro Pan-Americano. 
Foto Raul Golinelli/GOVBA
 

Entretanto, apesar de contar com um espaço moderno e de alta referência para a prática do esporte, o judô baiano ainda vive um clima de espectativa para a utilização do espaço. “O Centro Pan-Americano é de total administração da CBJ, mas a Febaju é filiada a Confederação e não vejo problemas em utilizar o local. A questão é que se precisa negociar com a entidade” relembrou Ornelas, que não deixa de esclarescer o valor indireto que já existe no equipamento por estar localizado na Bahia. “Teremos a possibilidade de ver os atletas de alto rendimento aqui,  o que já é um bom intercâmbio de conhecimento para os judocas locais. Infelizmente, por uma questão de nível técnico, os convocados da Seleção Olímpica só podem enfrentar adversários da equipe, estrangeiros de mesmo nível ou lutadores com autorização da Confederação” explicou. Campeão brasileiro dos meio-médios, o baiano Maicon França é um dos poucos no estado que se enquadram nessa possibilidade “Para um atleta de alto rendimento, é arriscado enfrentar atletas de níveis inferiores por questão de condicionamento ou para evitar provaveis lesões. Hoje sou membro da Seleção Brasileira Universitária, mas como já fui membro da equipe, posso pedir autorização para participar dos treinos” afirmou o atleta, que apesar da oportunidade ainda tem planos para o seu desenvolvimento fora do país, visando uma vaga nas Olímpiadas 2016. “Hoje, o atleta que não está na equipe principal precisa de um patrocinio para treinar. Com isso, preferi me ausentar das competições desse ano para juntar dinheiro e poder viajar ao Japão ou Canadá, onde poderei enfrentar mais atletas de alto rendimento e tentar uma vaga nos Jogos”.


Foto Raul Golinelli/GOVBA 

Apesar dessa limitação de intercâmbio em curto prazo, a Febaju acredita que o uso do Centro Pan-Americano para os eventos regionais trará uma revalorização do Judô não só para o público, quanto para a mídia e possíveis investidores. “Hoje já temos cerca de 500 a 700 atletas participando dos campeonatos estaduais e uma média de público de cerca de 1500 pessoas nos espaços. Com o Centro Pan-Americano e sua estrutura, poderemos organizar eventos e ter a atenção da mídia, o que pode nos trazer maiores investidores para o esporte” celebrou Marcelo Ornelas, que aproveitou o momento para fazer uma comparação das duas maiores estruturas esportivas. “Eu penso assim: se no futebol temos a Fonte Nova para os maiores jogos, porque não utilizaríamos o Centro de Judô para nossos maiores eventos? É lógico que o calendário nacional é a prioridade, mas é uma grande possibilidade. Como disse antes, só precisamos negociar” finalizou.