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Entrevista

Entrevista com Nelsival Menezes, candidato à presidência do Bahia

Por Edimário Duplat e Lucas Cunha

Entrevista com Nelsival Menezes, candidato à presidência do Bahia

Graduado em educação física, com doutorado pela Universidade de Leon (Espanha), e oficial da Polícia Militar, Nelsival Menezes é o quinto candidato à presidência do Esporte Clube Bahia entrevistado pelo Bahia Notícias. Com três passagens em diferentes períodos pelo Bahia nos anos 70, 80, 90 como preparador físico e superintendente das divisões de base, Nelsival se coloca como apto a assumir a presidência do tricolor baiano "pelo passado que eu tenho e o presente que ainda está vivo em mim". Na entrevista ao BN, o candidato apresenta suas propostas como “uma parceria bem forte com todos os clubes de futebol da Bahia" para ter mais atletas baianos vestindo o manto do Esquadrão. "Em 88, quando fomos campeões brasileiros, nós tínhamos em campo oito baianos. Hoje você olha pro Bahia e fica contando quem é da Bahia". Leia a entrevista completa com o nome da chapa “Vida Nova”, número 97, que tem como vice na chapa Adriano Rios Lacerda.

BN: Porque ser candidato à presidência do Bahia?
Nelsival: 
Vejam bem. Realmente é surpresa para muitos, mas eu me considero em condições de concorrer a este pleito pelo passado que eu tenho e pelo presente que ainda está vivo em mim. Eu sou professor doutor pela Universidade de León (México) em treinamento esportivo, tenho doze títulos conquistados pelo Esporte Clube Bahia. Sete em equipes profissionais e cinco nas categorias de base.

BN: Quais foram os períodos de cada titulo?
Nelsival: 
No profissional desde 1977, com o professor Zezé Moreira, técnico da Seleção Brasileira. Na época o diretor de futebol era Paulo Maracajá. Ficamos quatro anos ininterruptos e conquistamos o heptacampeonato. Depois voltei em 1983 e fomos novamente campeões baianos. Posteriormente voltei em 96,97 e 98 como superintendente das divisões de base, onde de seis categorias vencemos cinco. Também sou oficial da policia militar, coronel na reserva, fui professor da Universidade Católica durante 21 anos, tanto na escola de educação física na matéria futebol quanto na escola de administração de empresas, pedagogia. Fui treinador da seleção baiana durante vários anos e ganhamos o bronze nos jogos universitários. Então, tenho uma folha de serviços prestados ao esporte e por isso me considero um bom candidato. E também porque meus familiares, meus filhos, meus amigos e eu somos torcedores do Bahia e queremos ver o clube em uma situação melhor.

BN: O senhor mostrou que já tem experiência no futebol. Mas, qual seria a experiência que o senhor tem em relação na área de gestão?
Nelsival: 
Olha, eu tenho 35 anos de serviço público. E dentre esse período, como gestor em algumas editorias da Polícia Militar. Gestor da diretoria de ensino, do centro de educação física e esporte. Fui diretor de uma das organizações mais complexas de organização, o Hospital Geral da Polícia Militar. Fiz especialização em gestão administrativa na Universidade Federal da Bahia, administração de empresas. Tenho graduação também em secretariado executivo. Então me considero um dos melhores candidatos não só porque utilizei calção e convivi com jogadores e sim também porque tenho experiência na gestão pública e esportiva, onde fui gestor de instituições na Universidade Católica. E como gerir o clube é algo muito complexo, eu pretendo me acercar dos melhores profissionais que existam no mercado, para que possamos fazer uma gestão eficaz. Não quero colocar amigos, posso até colocar se forem competentes e eficazes. Não se admite hoje em dia, por exemplo, uma equipe com mais de quarenta atletas em uma divisão profissional. Na época, quando trabalhei com experts no assunto, treinadores de seleção brasileira, tínhamos 27 a 28 jogadores profissionais e completávamos com atletas de divisões de base. É inadmissível você inchar uma folha de pagamento com muitos atletas ganhando dinheiro que não condiz com a realidade do futebol baiano e estão aí sem jogar. Muitos ganham relativamente pouco, alguns ganham o que deveriam e outros recebem fábulas. Isso não se admite no futebol. Logicamente que eu já estou com amigos no futebol brasileiro para que possamos, em curtíssimo passo, trazermos só soluções viáveis ao Esporte Clube Bahia. Então a minha experiência é em prática e patrimônio do conhecimento da gestão de um clube de futebol.


BN: Quais seriam as ações em curto prazo no comando do Esporte Clube Bahia em caso de eleito agora em Dezembro?
Nelsival: 
No primeiro momento seria o foco no futebol. Em curtíssimo prazo teríamos que fazer mudanças bem evidentes no futebol, ele é o foco principal. Teríamos que ver a comissão técnica. E falo dos auxiliares também, como preparadores físicos, fisioterapeutas, roupeiros, massagistas. Precisamos ver também as outras coordenações de saúde, administração, nutrição. Então, fazer um diagnóstico rápido para trazer uma equipe competitiva para disputar os campeonatos que vierem. E uma das ações que pretendemos fazer é uma parceria bem forte com todos os clubes de futebol da Bahia. Pode ser Galícia, Ypiranga, Jacuipense, Conquista. Tem jogador bom, já faremos um convenio para atuar no nacional. Em 88, quando fomos campeões brasileiros, nós tínhamos em campo oito baianos. Hoje você olha pro Bahia e fica contando quem é da Bahia. Temos que valorizar os atletas e a gestão daqui a suas várias diretrizes. É inadmissível ter quatro diretores de futebol esse ano. Só porque é de fora que é bom? Precisamos dar valor ao profissional baiano que sue a camisa da Bahia e faça o sangue azul, vermelho e branco correr nas veias da equipe.

BN: E em relação a atual administração do Bahia, quais foram os erros e acertos que eles tiveram na atual gestão do Bahia?
Nelsival: 
Devo lhe dizer que hoje considero o meu nome um dos melhores, porque eu tenho uma vivência no campo, tenho uma vivencia pratica. Fui atleta, treinador físico, técnico, sou doutor em atividade física em uma universidade física na Espanha... Sei que tenho pouco tempo e estou concorrendo contra outros profissionais gabaritados, mas cada qual em uma área estranha no futebol. Isso, para o Esporte Clube Bahia, não é o melhor. Não é um jornalista, radialista, empresário, torcedor que serve para o clube. Tem que ser alguém que reúne as melhores qualidades para a gestão no futebol. É por isso que estou confirmando ao sócio-torcedor que procure o Doutor Nelcival Menezes e sua equipe que já está formada. Existe um nome muito forte na área governamental, muito forte no poder executivo do estado da Bahia ou congresso nacional. O futuro vice-governador João Leão prometeu que iria me ajudar, além de algumas personalidades fortes no interior do estado que se comprometeram em nos auxiliar em caso de vitória. Aproveitando em falar do interior, quero também dizer que um dos meus projetos é intermunicipalizar as divisões de base. Não dá para aceitar que equipes como Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, São Paulo, venham buscar talentos na Bahia e não enxerguemos isso. A lógica do futebol de base é o atleta e se estamos selecionando mal, teremos jogadores irregulares no Bahia. Não se pode aceitar que se coloque 400 crianças em uma tarde para selecionar atletas. Temos que mudar esse critério. O jovem tem que passar, no mínimo, uma semana efetuando treinamentos. Estive nas divisões de base semana passada e percebi que mesmo com 120 vagas para garotos, só temos 67. Existe uma demanda reprimida e não aproveitada e precisamos dar um foco nisso, e quem sabe até termos o sócio-torcedor participar nessa modalidade do direito federativo do atleta profissional da equipe. Quem sabe, na minha gestão, se abra uma bolsa de valores pro sócio ser dono dos direitos federativos do jogador ou dividir esse percentual para quem quiser investir no jogador? Além disso, dar mais direito ao sócio, onde o torcedor teria mais serviços e entretenimento.


BN: E como o senhor vê a relação atual do Bahia com a Arena Fonte Nova?
Nelsival:
Esse contrato precisa ser revisto. Só é bom quando é bom para os dois. O que é somente beneficio do patrocinador maior não é correto isso. O Bahia precisa rever urgentemente a clausula desse contrato para termos ganhos profissional. O ganho da Arena principal é com futebol. Lembro-me muito bem que a maioria dos clubes quer jogar aqui na Bahia e porque esse lucro maior vai só para a marca que está lá no estádio? É preciso se rever isso e sei que o Bahia tem condições de ter um ganho maior.

BN: E sobre o uniforme com o novo fornecedor? O Bahia firmou um acordo de quatro anos com a Penalty e durante a próxima gestão o mandato inteiro será com essa marca. Existiu alguma consulta aos candidatos? O que o senhor achou desse contrato ser fechado no último mês de gestão?
Nelsival:
Não fui consultado. Eu entendo que por uma questão ética os candidatos poderiam ser consultados ou então deixar a decisão para o próximo presidente. Não é bom que o próximo que assuma já pega essa questão pela frente. Pode ser uma boa coisa ou um pepino. Precisamos ver o que eles ofereceram ao clube. Não vi essa decisão com bons olhos.

BN: E o que o senhor pretende fazer com os CTs do Fazendão e Dia D’Ávila? Como o senhor pretende administrar os dois?
Nelsival:
O Fazendão não pode ser aberto e viabilizado para o sócio, como eu pretendo abrir as portas, por causa da infra-estrutura do local, que não oferece um bom transporte e outras situações que são incomodas. Ali ficaria exclusivamente para o centro de treinamento com foco na equipe principal e sub-20, que devem conviver juntas para realizar a transição de uma fase para a outra. Já o outro CT teríamos que ver a questão logística para vermos a viabilidade. Hoje não pensaria só na equipe do futebol e ver também a questão do sócio-Torcedor. Poderia abrir o espaço para que o torcedor conhecesse. O Real Madrid, Barcelona, São Paulo, Grêmio, Internacional fazem isso. Precisamos dar o foco também no turismo esportivo, com a disponibilidade de transporte para os interessados. Fazer um centro de memória do clube para que se conheçam a origem e a memória do Bahia. Isso significa rentabilidade.


BN: E qual seria a relação do Bahia com a CBF?
Nelsival:
Nós temos na Confederação Brasileira de Futebol alguns baianos, como o ex-presidente da FBF Virgilio Elísio, e me questiono porque não foi explorado em benefício do Esporte Clube Bahia. Claro que com honestidade que lhe é peculiar. Não entendo como você tem lá dentro um profissional e não canalizou o seu potencial para o Bahia e o Vitória. Sei que nunca foi procurado ou questionado? Não estou dizendo para usar de meios ilegais para favorecimento, mas sim de maneira legal. Poucos dias atrás estava em Curitiba e um amigo meu me falou que o Coritiba estava devendo R$ 190 milhões e foi a CBF. Em um dia, teve o dinheiro na conta. Por que o Bahia não pode também ser ajudado? Eu como presidente do Bahia vou bater na porta da entidade. Ela é a mãe dos clubes e a Confederação deveria ser a mãe e protetora e financiadora dos clubes de futebol.

BN: Para encerrar, o senhor poderia dizer ao eleitor porque votar em Nelcival Menezes?
Nelsival:
Meus caros eleitores do Esporte Clube Bahia. Podem estar ou não comigo, mas pensem nisso. Votem em um homem de bem, que reúne a maioria das qualidades necessárias para ser presidente do clube. E eu entendo que tenho essas condições. Não só pelos 12 títulos que conquistei, mas por também ter 35 anos de vida pública, secretário de esportes da Prefeitura de Salvador, ser Doutor em Educação Física e também ser um torcedor. Recebi a medalha Tomé de Souza, chefiei uma comissão de esportes na Câmara Municipal. Por isso me acho em condições de participar desse processo de mudança no Bahia e me coloco a disposição de ajudar qualquer vencedor em caso de perder as eleições. Que deixemos de sofrer e tenhamos alegria e satisfação. Isso que estamos precisando e por isso que a chapa “Vida Nova”, número 97, está se comprometendo com o torcedor para um caminho melhor. Se conseguirmos cumprir 70% do que falei aqui, já estaria por satisfeito.

Fotos: Jamile Amine | Bahia Notícias.