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Entrevista

Membros do Século 21 criticam atual gestão: 'O Vitória se apequenou'

Por Júlia Belas e Glauber Guerra

Membros do Século 21 criticam atual gestão: 'O Vitória se apequenou'
Foto: Alexandre Galvão / Bahia Notícias

Vice-presidente do Vitória na gestão de Paulo Carneiro, Walter Seijo, tenta na Justiça suspender as eleições para o Conselho Deliberativo do rubro-negro baiano, que acontecem no próximo dia 6. De acordo com o líder da chapa Vitória Século 21, os atuais gestores do clube têm feito de tudo para impedir a formação de uma oposição forte para concorrer ao comando. Junto com o advogado Bruno Torres, o opositor explicou ao Bahia Notícias as diversas polêmicas envolvendo a relação com a atual diretoria e com o ex-presidente, além do atual momento da equipe, dentro e fora de campo. 
 
Bahia Notícias: Quais seriam as principais mudanças da atual gestão para um possível comando do Vitória Século 21?
 
Walter Seijo: Eu listei 10 diferenças fundamentais: a primeira é a democratização. A gente quer abrir o clube, democratizar para ter eleições diretas para presidente e, no caso da eleição do conselho, a gente quer a participação proporcional das chapas. No Vitória, hoje, quando você elege uma chapa, ela fica integralmente no conselho e o clube não tem oposição. Essa chapa eleita modifica o estatuto da maneira que quer e fica trabalhando para a perpetuação. Ela vai fazer um regimento eleitoral da maneira que quer para vencer as eleições, dificultando a presença da oposição. Esse sistema do Vitória é muito arcaico e voltado para a predominância do poder que lá está. Segundo ponto importante: o Vitória precisa aumentar substancialmente as suas receitas e só vai conseguir isso quando tiver a sua própria arena. A diretoria do Vitória já deu sinais, e agora, por causa do momento político, quer mostrar que não, mas a gente sabe que o interesse deles é levar o Vitória para a Arena Fonte Nova. Isso é matar o Vitória. Você limita o Vitória ao faturamento e ele vai ser um clube medíocre pelo resto da vida. Para o Vitória, a Fonte Nova é um péssimo negócio. Negócio bom é ter sua própria arena. Pensamos na profissionalização do clube, já que nós somos contra um clube de futebol da grandeza do Vitória sendo administrado de uma forma amadora. O Vitória precisa de um plano de sócios totalmente diferente do que tem hoje, já que, nos últimos oito anos, é simplesmente uma venda antecipada de ingressos por um preço reduzido. O plano deve ser amplo, abrangente, para fornecer o que é o melhor para o torcedor. Nos últimos oito anos, a divisão de base do Vitória lançou apenas um jogador de alto nível, que foi o Gabriel Paulista. Ela tem que produzir, revelar atletas de alto rendimento para o time profissional. Porque quando é você quem revela, o atleta tem um salário razoável, porque está começando a carreira e, antes de terminar o contrato, você negocia esse jogador e gera caixa, riqueza para o clube se manter sustentável para crescer. Outro ponto importante: fazer times competitivos nacionalmente. O Vitória, antes da gestão que eu participei, era um clube que não tinha nem títulos estaduais. Hoje, a torcida enjoou de título estadual e regional. Campeonato do Nordeste, Campeonato Baiano, já ganhou demais. O torcedor do Vitória quer um título nacional.
 
BN: Existem correntes que defendem a diminuição dos estaduais, ou até a extinção. Ney Franco defendeu, em uma entrevista para o BN, a redução dos estaduais. O que o Vitória Século 21 acha do formato dos estaduais?
 
WS: A minha opinião é que os estaduais têm que caminhar com os clubes locais até o final e, em uma última etapa, num quadrangular decisivo, o Vitória e o Bahia entrem.
 
BN: Ficaria parecido com o que está hoje...
 
WS: Eu entendo que o calendário brasileiro deveria ser igual ao calendário europeu. No Uruguai, já é assim. Nós devemos ter campeonatos começando em agosto, setembro e ir até maio. Esse ano, você vai ter a Copa do Mundo, e todos os campeonatos vão parar por causa disso. As janelas do Campeonato Brasileiro devem ser casadas com as do europeu porque a locomotiva do futebol mundial é a Europa. Eu defendo a redução do número de campeonatos: você tem Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil, Sul-Americana, Copa do Nordeste e Campeonato Baiano. Nem o público quer consumir tanto produto de qualidade duvidosa. Um campeonato estadual é bom para um determinado tipo de público em um determinado tipo de lugar. Para os times de ponta, não. O Século 21 também defende um novo modelo de distribuição de receitas de televisão. Não do jeito que tá, que uns clubes cada vez ganham mais e outros ficam estagnados com receitas pequenas. Quando a televisão passou a negociar individualmente, os clubes perderam o poder de barganha. Se os clubes todos negociassem juntos, teriam um poder de barganha maior, e também deviam fazer uma licitação de pacote fechado ou fazer um leilão de aberto. Essas negociações de televisão são muito nebulosas, deveriam ser mais transparentes e, se possível, ter um leilão. Na minha opinião, devia ter um patamar mínimo para todos os clubes e, a partir daí, você deveria ter uma divisão a partir da classificação dos clubes nos torneios. Na Inglaterra, a divisão é assim: você tem um valor para todos e depois você tem uma divisão por performance técnica, por audiência, várias situações para fazer uma divisão justa. Se não, o time que for pequeno vai continuar sendo pequeno. O time grande, mesmo sem boa capacitação técnica, vai continuar recebendo mais. Você nunca vai ter, no futebol, a incerteza do resultado que os americanos têm. Nos Estados Unidos, em todos os esportes, você tem times muito fortes contra alguns que não estão tão fortes naquele momento. Só para concluir o pensamento, vou te dar um exemplo: no ano passado, no beisebol americano, o Boston Red Sox ficou em último lugar na liga de beisebol. Esse ano, foi campeão. Porque são todos os clubes muito estruturados, empresas muito estruturadas, e o time varia. Como a estrutura é muito forte, o time vai mal em um ano, mas fica bem no outro. Isso foi o que aconteceu com o Vitória em 2005: a estrutura estava muito forte e o time não estava bem, então caiu. Este ano, é o contrário: a estrutura do Vitória está muito ruim e o time está bem. A visão que o torcedor tem fora do campo é que o clube e o time são a mesma coisa, e não é assim.
 

 
 
BN: O que você acredita que está ruim na administração atual do Vitória?
 
WS: O modelo. O Vitória tem um modelo amador, sem liderança, onde não tem visão de negócio. O Vitória não trabalha como empresa, não agride o mercado. É um clube que espera: eles dizem que aumentaram uma receita de televisão. Eles simplesmente se juntaram ao Clube dos 13 e a emissora que distribui disse assim: "Você vai receber tanto esse ano". O Brasil está crescendo e a tendência é que os clubes enriqueçam à medida em que o país melhora. A gestão é amadora, as pessoas trabalham pouco, as pessoas não têm expertise no negócio. Agora eles começaram a falar da arena porque nós falamos em construir a arena, já que o torcedor mostrou que não quer ir para a Fonte Nova. A gente tem informações de que eles já tinham acertado dez jogos para o ano que vem lá na Arena, e essa é a pior alternativa, já que para a Fonte Nova vai o filé e para o Barradão, vai o lixo. A parte financeira também é péssima, porque nesses oito anos foram 127 ações trabalhistas. O Vitória tem dois CNPJs: o Vitória S/A e o Esporte Clube Vitória. Eles operaram com o Vitória S/A até o ano de 2008, quando devia cerca de R$ 84 milhões. A dívida que nós deixamos no Vitória foi de R$ 26 milhões. Quando nós fizemos a negociação com o Excel, o grupo argentino, o Esporte Clube Vitória devia, em 2000, 9 milhões de dólares. Ao comprar as ações, o Excel colocou 6 milhões de dólares no clube. Nós, com esses 6 milhões de dólares, negociamos e deixamos o clube zerado. Quando nós saímos, eles continuaram tocando o S/A. Em 2009, eles fizeram uma mágica de David Copperfield e a dívida ficou negativa, como se ele tivesse um saldo. Eles pararam de operar o S/A, colocaram em uma salinha em Lauro de Freitas, e passaram a operar o clube. Eles fizeram isso para os credores pararem de cobrar e prescrever a dívida. O que se divulga é que eles pagaram uma fortuna de dívidas, no relatório deles diz assim: "Pesquisa BDO: 1º clube em redução de endividamento". Isso eles falam e os conselheiros acreditam.
 
Bruno Torres: Há um risco muito grande dessas ações envolvendo o ocultamento de dívidas do Vitória S/A se tornarem um procedimento de investigação pelos órgãos de fiscalização, como o Ministério Público do Trabalho e o Ministério Público Federal. O Vitória S/A respondia na Justiça ações trabalhistas e fiscais, de débitos tributários, que não estão suspensos pelo parcelamento do Time Mania, que muitos clubes foram contemplados. As dívidas do Vitória S/A foram ocultadas para frustrar execuções, débitos dos credores e essas execuções não foram redirecionados para o Esporte Clube Vitória, que é a entidade que não tem débito. Esse procedimento é perigoso que pode ensejar uma verificação de uma possível fraude de execução, que é um tipo penal, um tipo cível específico para ações dessa natureza. O Esporte Clube Vitória pode ser penalizado com esses débitos e ter que arcar com essas dívidas que foram fruto de um procedimento contábil, de uma manobra administrativa, ocultadas para poder livrar o pagamento.
 
WS: Observe o relatório que eles fizeram para o conselho. Nós saímos em 2005, quando o Vitória estava na série B. Ele diz que nós gastamos R$ 51 milhões, mas nesse ano estava prevista uma despesa de R$ 11 milhões e uma receita de R$ 8 milhões. Eles lançaram isso para mostrar que, no último ano, desequilibramos o clube. Mas nós deixamos Hulk, David Luiz, Wallace, Leandro Domingues, Marcelo Moreno, Elkeson, Anderson Martins, Victor Ramos... Nós deixamos R$ 40 milhões em jogador. Deixamos dívida, mas deixamos riquezas para pagar. Deixamos o clube com uma estrutura enorme e uma torcida, que era 11%, em 42%. A vida deles é de oito anos de massacre, ataques sem parar.
 
 
BN: Mas por que vocês nunca entraram com uma ação na Justiça?
 
WS: Eles nunca nos deram o momento e o espaço necessário.
 
BT: Os credores são quem tem que pleitear. Cabe ao cidadão comum comunicar esses fatos às autoridades competentes.
 
BN: E a relação com Paulo Carneiro?
 
WS: O objetivo deles é dizer que o Século 21 é liderado por Paulo Carneiro, mas ele não tem nada a ver. Paulo Carneiro apoia qualquer chapa que seja de oposição e tenha o pensamento parecido com o dele. Ele sabe que a liderança é minha, confia em mim e conhece o pessoal do grupo, que é da melhor qualidade. Eles querem que a imprensa cole Paulo Carneiro no Século 21, dizendo até mesmo que ele "quer mamar nas tetas do Leão". Isso lá é linguagem de um presidente de clube? O Século 21 ganhando, nem eu volto. Eu trabalho para ajudar o Vitória, que eu ajudei a construir.  Eu entendo que essas pessoas no Vitória são um desastre para o clube.
 
BN: Então quem seria um possível candidato a presidente?
 
WS: Nós estamos tendo boas conversas. Neste momento, é só a eleição do conselho, que vai demorar.
 
BT: Há uma confusão muito grande por parte da torcida de que as eleições agora são para presidente. As eleições para presidente são até dez dias depois. Hoje, você tem 350 candidatos ao conselho, e o Vitória Século 21 vai de encontro a isso, já que não é possível que esses 350 escolham o presidente. Isso vai na contramão do racioncínio de toda agremiação esportiva, que prezam pelas eleições diretas.
 
WS: Uma chapa que tem 30% dos votos deve ter 30% dos assentos, e o presidente deve ser escolhido independente de quem for eleito para o conselho. A gente é a favor de abrir. Outra coisa: 350 conselheiros para quê? Um clube de futebol tem que ter, no máximo, 100 conselheiros e 20 suplentes, está bom demais.
 
BT: Eles dizem que a gente está fazendo o tumulto. No entanto, o tumulto começou em setembro, quando eles lançaram um regimento eleitoral totalmente viciado e nós entramos na Justiça em função dos prazos muito curtos. A partir da divulgação da lista, você teria dez dias para compor uma chapa de 350 pessoas, enquanto eles têm a chapa há quatro anos. Em agosto, o Século 21 solicitou a lista de sócios votantes, mas esse documento sequer foi redigido pela diretoria, que declarou o regimento eleitoral. Nós não queremos a lista para divulgar, e sim para fazer toda a captação eleitoral. É a paridade de armas. Além disso, o sócio torcedor, quando assina o termo, concorda que os seus dados sejam usados para ações administrativas, que é o caso, e de marketing. É uma relação associativa.
 
WS: A lista tem crianças de quatro anos, cadeiras cativas, gente que nunca foi sócio...
 
BT: A lista continha 9 mil nomes, e se deduz que todos eles têm condições de votar. Se o quadro de associados tem 9 mil, o próprio estatuto diz que o conselho deve ser composto por 10% do quadro total, sendo limitados a 450. Esse edital é nulo, já que o estatuto coloca uma regra que não é cumprida. Nós entramos com duas ações: uma pedindo a lista e a outra, discutindo a questão das eleições. A ação que requer a suspensão das eleições, a juíza se reservou a prestar o pedido de liminar após a manifestação do Vitória. O presidente foi citado na última sexta (22) e foi certificado no Diário Oficial na segunda-feira (25). A partir do conhecimento dessa lista, verificamos que existiam conselheiros que não são sócios. Nós fizemos um processo de investigação na história do clube e fomos ao cartório onde fica registrado o estatuto social e os atos constitutivos, e verificamos que, em 2010, na eleição que elegeu esse Conselho Deliberativo, essa ata não existiu. Essa eleição fictícia não foi registrada em cartório. A ata deve ser assinada pelos conselheiros presentes e registrada em cartório. Como esses documentos não foram registrados, o próprio conselho é ilegal.
 
 

 
BN: E qual seria o desdobramento principal?
 
BT: Suspender as eleições, já que elas estão sob júdice. A única ata é a do conselho diretor, que só tem os nomes, e não as assinaturas. No dia 15, caso essas eleições sejam suspensas, o cargo de conselheiro e presidente vai ficar vago, levando a uma intervenção como ocorreu no Bahia.
 
BN: Surgiu, na imprensa, uma história de que membros de oposição teriam procurado Sidônio Palmeira.
 
WS: Você acha que a gente vai ligar para o Bahia para perguntar essas coisas? Essas eleições são imundas, eles mentem em tudo.
 
BT: O que acontece no Vitória hoje consegue ser pior que o do Bahia, já que no Bahia pelo menos existia a ata. Isso é um ato extremamente baixo. A própria ação dos sócios do Vitória Século 21 é totalmente diferente da ação do Bahia. Não haveria necessidade porque os fatos falam por si.
 
WS: Isso tudo acontece porque eles não querem a democracia. O que custa eles darem a lista de sócios? Eles têm medo de perder o poder. Quando eles se pronunciam, nunca falam tecnicamente sobre o assunto. Paulo Carneiro não faz parte do Século 21, é uma pessoa que a gente tem respeito por ser ex-presidente. Eles acham que o Vitória não tem que ter oposição.
 
BN: Falando em oposições, chapas, existe alguma possibilidade de uma composição com Fábio Mota?
 
WS: Ele é uma pessoa por quem o Século 21 tem enorme apreço, respeito. No entanto, não temos nenhum vínculo com políticos. Nunca conversamos sobre isso, mas como somos oposição, caminhamos na mesma direção e queremos o bem para o Vitória. Amanhã ou depois podemos chegar a uma conclusão e, se ficarmos juntos, vai ser um enorme prazer. Mas a gente não quer um viés político na nossa chapa, ele pode até ser político, mas tem que vir como torcedor. 
 
 
BN: E com relação a essas similaridades com o processo de intervenção do Bahia, como seria o processo de democratização do Vitória? Teria algo parecido?
 
BT: O Vitória já permite que o torcedor faça sua adesão e tenha direito a voto por meio do Sou Mais Vitória. A democracia do Vitória começa mais adiante, seria mais tranquila, já que no Bahia os torcedores não tinham condição de voto. O Vitória precisa agora de uma mudança no estatuto que permita que o sócio se candidate a voto sem precisar do conselho, e que esse conselho seja proporcional às chapas concorrentes. Essa pluralidade permite que a administração tenha vários segmentos, já que sem isso ela é, na verdade, uma ditadura. A mudança do estatuto tem que ser boa para o clube.
 
WS: Tem que ser alguém que pense na instituição, pessoas trabalhem pela perpetuação da instituição. Quando você sobe no palanque, você precisa apresentar suas propostas. O presidente do Vitória, que é completamente despreparado, diz que a gente quer voltar para “mamar na teta do Leão”: isso é inadmissível numa civilidade. Ninguém quer derrubar ele, ninguém quer que ele saia, a gente segurou para na hora certa vir com a proposta e mostrar que a administração dele é péssima.
 
BN: Mais alguma novidade sobre a chapa?
 
WS: Nossa presidente da chapa do conselho será a Dra. Larissa Dantas. Uma rubro-negra conhecida, uma pessoa espetacular, que tem uma ligação fortíssima com o clube… A Dra. Larissa será, se Deus quiser, a primeira presidente do Conselho Deliberativo do Vitória. O Vitória foi fundado por abolicionistas, tem uma história linda, e quando deu uma arrancada, veio esse pessoal para segurar. A Dra. Larissa será a presidente do conselho e o Dr. Roberto Elgaid é o vice-presidente do conselho. O Século 21 vai entrar nessas eleições para ganhar e fazer, do Vitória, um clube democrático e profissional.
 
BN: E a expectativa para caso as eleições sejam remarcadas e vocês se inscrevam: vocês acreditam que têm o apoio da torcida para vencer uma disputa eleitoral?
 
WS: À medida em que a imprensa começa a dar esse tipo de espaço, temos a oportunidade de passar o que a gente pensa. A coisa mais importante é isso: o torcedor precisa conhecer as propostas e saber diferenciar a instituição do time. O momento do time não reflete o bom ou mau momento da instituição. A instituição apequenou e começou a pensar de maneira reacionária.