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A força do marketing

Por Éder Ferrari

A força do marketing
O Flamengo tem a maior torcida. O São Paulo os títulos mais expressivos e, no geral, a melhor estrutura (um grande estádio, um CT para profissional e outro para a base e centro de recuperação médica referência mundial). O Atlético Mineiro, o melhor centro de treinamento. O Inter, o melhor plano de sócios e um ótimo aproveitamento da base. O Santos não fica atrás. Mesmo com toda essa concorrência – ainda poderia citar mais uns cinco clubes – hoje, repito, hoje, o Corinthians é o maior clube brasileiro. E chegou a esse ponto com a força do marketing, sem os mecenas de outras épocas, como o extinto banco Excel e o famigerado Kia Jooarabchian.

Não se trata aqui de ufanismo pelas conquistas do pentacampeonato do Brasileiro e da Libertadores. Não cravo isso pelos títulos. Para ser sincero, não vou nem um pouco com a cara do Corinthians. Todavia, os fatos estão expostos e tudo começou com uma desesperadora queda para a Segunda Divisão e teve o ponto crucial com a contratação de Ronaldo. O Flamengo o tinha nas mãos e não teve visão nem projeto. O perdeu e pode, em alguns anos, perder o posto de maior torcida do Brasil. Escolhas, que parecem pequenas no momento, se mostram grandiosas a médio e longo prazo. Carisma e competência fazem a diferença. Veja quanto os corintianos faturaram com o Fenômeno e quanto os flamenguistas perderam com Ronaldinho Gaúcho. A proporção é inversa. O primeiro rendeu títulos, contatos e contratos milionários. O segundo um mísero carioca, diversas polêmicas e nenhum realzinho sequer em patrocínio. Nada cai do céu!

Muita água e negociações controversas passaram por baixo dessa ponte. Digamos que não tenha sido algo 100% transparente. O estádio “dado” pelo governo, com ajuda de um forte lobby do ex-presidente Lula, está aí para não me deixar mentir ou se iludir. Contudo, o que se vê hoje é uma máquina midiática. A imprensa nacional parou por essa decisão da Libertadores. Até o Fantástico foi apresentado ao vivo do Pacaembu, três dias antes do duelo com o Boca Juniors. Isso irritou muita gente, mas costumo dizer que o dinheiro só vai onde o dinheiro está. Eles dão retorno. O Corinthians não deixa uma agulha passar em branco sem que se faça um plano de marketing em cima. Geram dividendos e uma eterna vitrine. Projetos se fazem com atitudes, visão, coragem, investimento e não com oba oba, como vemos em outros clubes. Não é, Bahia?

O Corinthians quase sempre teve grandes times. Muitos, por sinal, bem melhores que o atual. Porém, mesmo com muito a melhorar ainda administrativamente, hoje é bem mais organizado. Em outros tempos, o treinador Tite teria sido demitido. Liedson seria titular de qualquer jeito. Douglas também. Diferente disso, foi campeão invicto. De volta ao marketing. O departamento, com a força e o apadrinhamento de Ronaldo, construiu um centro de treinamento top, moderno e bem equipado. A divisão de base ainda pode e deve ser melhor aproveitada, mas está sempre revelando jogadores e conquistando títulos.

O que faz um time grande? Torcida? Títulos? Estrutura? Faturamento? Força midiática? O Corinthians tem tudo isso. Do jeito que vai, a tendência é que dispare à frente dos outros clubes. Isso não é bom no geral, mas ao invés de lamentar, sentir inveja e/ou raiva, deve-se ter como exemplo a ser seguido. Trago para nossa realidade. É uma utopia achar que o Bahia atingirá algum dia o nível dos corintianos, principalmente no aporte da mídia, contudo não pode ser tão vazio nas ações de marketing. A impressão é que tudo vem atrasado, imitado, sem convicção e investimento. Mesmo fora de Rio e São Paulo, Inter e Cruzeiro, por exemplo, estão lá em cima. O Coritiba também é exemplo, apesar de não estar no mesmo nível.

Cada clube tem a realidade particular. E, no tricolor, para alcançar objetivos grandiosos, é preciso ter divisão de base forte, a Cidade Tricolor pronta e completa, saber usar a Arena Fonte Nova, planejamento no time a médio e longo prazo e não duas vezes por ano e um marketing agressivo. E nesse último item, o Ronaldo do Bahia será a mudança do estatuto e a abertura do clube. Algumas dessas metas já estão sendo feitas, mas não com o poder que deveria. Falta dinheiro? Claro, mas falta criatividade. Tudo isso é óbvio? É!  É fácil? Não! Entretanto, precisa ser feito!