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Zezinho e a Fonte Nova

Por Felipe Santana

Zezinho e a Fonte Nova
Zezinho, morador de São Marcos, é porteiro de um prédio no bairro de Nazaré. Apaixonado pelo Bahia, ele nunca mediu esforços para assistir o clube do coração. Inúmeras vezes, seja na antiga Fonte Nova ou em Pituaçu, comparecia aos jogos mesmo quando deveria estar no horário de trabalho. Para que isso acontecesse, sem lhe causar prejuízos, pagava ao colega para ficar o tempo necessário até se deslocar do estádio ao edifício. Era sempre uma aventura. Mas ela (aventura), ainda que isso seja doloroso para ele, chegou ao fim nos últimos dois anos.

Em 2015, então, nem se fala. Zezinho só foi a um jogo do Bahia, número para ele decepcionante. Ele queria ir mais, sabe que está em falta, mas não pode deixar de pensar na família ou em outras prioridades, que também inclui o filho, de 11 anos. Zezinho não é sócio, ou seja, paga o valor de inteira no bilhete de entrada. Como de costume, desde que o conheço, ele adora levar o filho e a esposa. Para o guri, então, estar lá é 'coisa de outro mundo'.

O torcedor apaixonado, só em sair de casa, foi obrigado a gastar R$ 15 pelo transporte público (ida e volta).  Chegou no estádio, pegou fila e, ao escolher o 2º setor mais barato do estádio, ele desembolsou R$ 44 (dele) + R$ 44 (esposa) e + R$ 22 (filho - 11 anos). Ao todo, em apenas um jogo do Bahia na Arena Fonte Nova, o porteiro gastou R$ 125. Isso, amigos, é sem adicionar qualquer tipo do consumação interna, o que considero um exagero. Fique à vontade e coloque nesta lista a compra de água e refrigerante.

Para quem tem um salário de R$ 1.250, o simples fato de levar a família para assistir ao time do coração significa gastar exatamente 10% do valor arrecado com o suor dos trinta dias trabalhados. 

Um torcedor como Zezinho, infelizmente, não tem condições de acompanhar o Bahia regularmente como fazia anos anteriores. Muito em breve, seja pela redução do valor do ingresso, ou por algum programa de fidelidade lançado pelo Bahia, este e outros tricolores possam voltar ao estádio.

A Fonte Nova, quando se trata do comportamento/quantidade da torcida, está muito distante daquela que marcou uma geração apaixonada pelo futebol baiano.