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A verdadeira seleção

Por Claudia Callado

A verdadeira seleção
Quando comecei a pensar no assunto desta coluna, me dei conta de que faltam menos de dois meses para a Copa das Confederações. Porém, não vou entrar no mérito de que o Brasil não está preparado para receber o torneio, nem a seleção brasileira preparada para disputa-lo. Sobre isso, muito já se foi dito e eu concordo com praticamente tudo. Nesta primeira coluna resolvi comentar o tal desinteresse dos torcedores pela seleção, fato que eu não condeno, pelo contrário, entendo e, de certo modo, compartilho. 
 
O desinteresse já começa na falta de informação. Primeiro que, mesmo tão perto de uma competição que acontecerá no nosso país e que se diz “preparatória para a Copa do Mundo”, a maioria dos torcedores brasileiros não sabem muito bem para que serve esse torneio ou quem vai participar (de acordo com um estudo realizado em março deste ano pela agência Hello Research os números chegam a 72%). 
 
A torcida em sua maioria não está nem aí para o time de Felipão, para suas dúvidas ou resultados. Se tornou um fato que o desinteresse pela Seleção aumentou nos últimos anos. E os motivos são inúmeros. Por exemplo, o calendário não privilegia a construção de um grupo. Os grandes jogadores brasileiros se encontram de tempos em tempos, têm dois dias de treinamento e vão para o jogo. O resultado é mais uma insatisfação da torcida que vai a cada jogo perdendo a paciência.  
 
E eu me incluo nessa estatística, apesar de amar futebol e trabalhar com isso. Lembro que estava fazendo a matéria do amistoso do dia 21 de março entre Brasil e Itália e comentei que, depois de muito tempo, estava me empolgando com um jogo da Seleção Brasileira. Porque sinceramente, ver a equipe verde e amarela em campo, para mim, é realmente segundo plano. Meu time em primeiro lugar. Quando ouvia o questionamento: “Para que time você torce?” e a resposta era: “Brasil”, eu, preconceituosamente, talvez, já tinha certeza que aquela pessoa não ligava muito para futebol. E hoje acredito que meu pensamento está cada vez mais correto. 
 
Eu não consigo achar que alguém ficou mais feliz com a reconstrução da Fonte Nova porque a seleção vai jogar lá em um grande evento da Fifa do que pelo fato de rever o Bahia ou Vitória jogando naquele estádio que faz parte da história do nosso estado. Claro que é gratificante receber dois grandes eventos no nosso país, na nossa cidade, ser o centro das atenções, mas não acho sinceramente que uma possível perda de um título da Copa das Confederações ou até mesmo da Copa do Mundo doa mais do que um grande fracasso da dupla Ba-Vi (as quatro situações, inclusive, são bem prováveis de acontecer). 
 
Por mais que me vista de verde e amarelo, chore uma perda de Copa do Mundo (como eu fiz em 98, 2006 e 2010) ou comemore um título mundial, eu trocaria qualquer pentacampeonato da seleção por um pentacampeonato (até de campeonato estadual) do meu time. Até porque entre um futebol horrível com as cores que torço e um futebol horrível com as cores do Brasil, seja isso falta de patriotismo ou não, sempre vou escolher a primeira opção.