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Elogios por respirar

Por Éder Ferrari

Elogios por respirar
Estava em busca de alguma pauta para escrever um novo artigo, quando me deparei com algo divertido. Aquela história do rir para não chorar. Antes confesso que na semana passada não fui capaz de redigir um artiguinho sequer. Como a minha obrigação principal é escrever sobre o Bahia, a desmotivação me derrubou. Entretanto, hoje não poderia enrolar mais e fui agraciado pelo presidente Marcelo Guimarães Filho, que fez um texto de defesa no site do jornal Correio. Antes que critiquem o veículo de protecionismo ou conveniência, na semana passada abriram o espaço da mesma maneira para o mandatário do Vitória, Alexi Portela. Que os jornalistas façam as réplicas. A torcida também.
 
Bom, como não poderia deixar de ser, MGF pontuou os “feitos” da gestão iniciada em 2009. Para aumentar os méritos, faz uma comparação indireta com as gestões anteriores. Realmente, o período Petrônio/Maracajá de 2006 para 2008 foi uma coisa catastrófica! Deixaram o Fazendão e a divisão de base sucatearem; chegaram a ficar seis meses sem pagar salários de funcionários (teve médico que acumulou verões sem ver um real); trouxeram jogadores nebulosos que mancharam a história de craques do passado; nem olharam para o estatuto, entre outras irresponsabilidades da desorganização administrativa. No entanto, o “presida” esqueceu-se de dizer que antes desse período relativamente curto (não apaga a incompetência), o pai dele, Marcelo Guimarães, hoje em dia tão presidente quanto o filho, pegou o clube em 1998 e largou em 2005, virtualmente rebaixado para a TERCEIRA DIVISÃO, completamente falido com dívidas praticamente impagáveis.
 
Por falar em débitos, Marcelo Guimarães Filho também se esqueceu de relatar os vários processos que correm na Justiça do Trabalho. Muitos já perdidos, como no caso do atacante Beto (aquele baixinho que atuou em 2009). Só a ele, o clube foi obrigado a pagar R$ 253.707,21. Apresento outros casos, só para não parecer ser filho único. Bruno Neves: R$ 3.242.297,66; Alex Maranhão: R$156.096,60; Léo Medeiros: R$182.923,53; Fernando Leal R$ 243.066,69; Chico Santos: R$ 46 mil; Thiago Veras: R$ 82 mil; Nadson: R$ 265.748,44; Paulo Isidoro: R$ 103.435,91. Alguns, o processo ainda rola e outros já foram executados. O caso de Bruno Neves poderá ter conciliação entre as partes para reduzir o valor pedido na execução. Hoje, como mostrei acima, é de mais de TRÊS MILHÕES! Quem quiser fazer uma pesquisa e ficar por dentro de outros casos, basta entrar no site http://www.trt5.jus.br/ e buscar pelo nome Esporte Clube Bahia e escolher os anos. Isso é uma gestão de “dinâmica futurista”? 
 
Não entendo quase nada de economia. O básico que sei é ter a obrigação de gastar menos do que arrecado, para guardar um pouquinho e também sempre ter uma sobra na espera das eventualidades certas – remédios, roupas, problemas em casa e no carro, festas, viagens, etc. Por isso, perdoem minha ignorância, mas não consigo entender comemorarem fechar o ano de 2012 com um déficit de R$ 2 milhões. Para que servem os departamentos de administração e financeiro? No “maior orçamento da história”, conseguiram aumentar a dívida do clube. Não sou idiota e sei a dificuldade de administrar um clube como o Bahia, porém já são mais de 12 anos à frente do tricolor e continuam cometendo erros infantis no planejamento. Não quero nem falar a respeito do estatuto, por que é chover no molhado. Querem vender a ideia de que abriram o clube, mas o fato é que ninguém consegue se associar e não existem ações de marketing para isso. Marketing? Fora que só vai dar para mudar o atual grupo com três eleições. Isso se houvessem, de fato, trabalhos em busca de novos associados. Grande democracia, né? Rasgam dinheiro!
 
Dentro de campo ele disse algo que concordo. Realmente, não dá para ganhar sempre, mas ganhou o quê? Um Baiano e um acesso à Série A em quatro anos. Recentemente, Colo Colo e Bahia de Feira foram campeões estaduais. No Brasileiro, nos dois anos que jogou a Segunda Divisão, o Bahia tinha um dos três elencos mais caros. Obrigação ou não? Ah, quem foi o presidente rebaixado para a Série B tomando 7x0 na Fonte Nova mesmo? Quem era o mandatário quando beijou a Série C, em 2005? Querem elogios por respirar! Comemorar um buzu, Marcelinho? Um buzu que só pode, por contrato, rodar em Salvador? Quase todos os clubes que se respeitam no Brasil tem. A Volkswagen facilitou essa aquisição pra todo mundo! Eu só li “sou pequeno com orgulho”. Pelo amor de Deus!
 
Nós, torcedores tricolores, nos contentamos com pouco. A maioria quer apenas um time raçudo, que vença jogos grandes e brigue sem medo de ser feliz. Nem precisa mostrar muita qualidade técnica. A organização do clube sempre ficou em segundo plano. Todavia, talvez pelo crescimento das redes sociais, o torcedor começa a ser mais exigente e não engole fácil qualquer desculpa. As informações chegam com mais clareza e facilidade. Isso é bom na busca pelo crescimento. Por que é isso que queremos: o crescimento do Bahia! Seja com Marcelo Guimarães Filho ou qualquer outro. Chega de vender ilusões!