Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias
Você está em:
/
Entrevistas

Entrevista

Ivanilson Gomes aponta crescimento do PV para disputa eleitoral na Bahia e vê "saldo positivo" na federação com PT e PCdoB

Por Gabriel Lopes

Ivanilson Gomes aponta crescimento do PV para disputa eleitoral na Bahia e vê "saldo positivo" na federação com PT e PCdoB
Foto: Divulgação

Passado o período da janela partidária, as legendas começam a projetar a disputa eleitoral de 2024 com as definições de candidaturas pelos quatro cantos da Bahia. E não é diferente no Partido Verde (PV), comandado no Estado por Ivanilson Gomes. Em entrevista ao Bahia Notícias, o presidente estadual avalia a robustez do partido para a eleição.

 

"Eu acho que nós fechamos bem, o balanço do PV é positivo. Nós perdemos 14 vereadores e ganhamos 56, isso é um ganho real. Tivemos do ponto de vista de diretórios nós saímos de 68 e pulamos pra 180, houve também crescimento muito significativo. Prefeitos, apenas dois prefeitos, mas vice-prefeitos nós tínhamos dois e saltamos para oito", disse.

 

Outubro marca a primeira eleição municipal a ser disputa pelo PV no âmbito da federação Brasil da Esperança, composta ainda pelo PT e PCdoB. Na visão de Ivanilson, a federação é um instrumento definitivo, "que veio para ficar", especialmente para partidos de esquerda.

 

"Acredito profundamente que a federação vai ter um excelente desempenho em 2024, nós vamos fazer disputa em cerca de 200 municípios e boa parte deles nós com chances absolutas de ganhar a eleição e sairemos fortalecidos", avaliou.

 

Confira abaixo a entrevista na íntegra.

 

Presidente, no início do mês tivemos o fechamento da janela partidária. Qual balanço o senhor faz desse período falando especificamente do PV, e já traçando qual será a estratégia do partido para as eleições municipais.

Eu acho que nós fechamos bem, o balanço do PV é positivo. Nós perdemos 14 vereadores e ganhamos 56, isso é um ganho real. Tivemos do ponto de vista de diretórios nós saímos de 68 e pulamos pra 180, houve também crescimento muito significativo. Prefeitos, apenas dois prefeitos, mais vice-prefeitos nós tínhamos dois e saltamos para oito. O balanço do ponto de vista do PV é positivo. Agora é claro que nós temos candidaturas majoritárias espalhadas pela Bahia. Nós vamos fazer os encontros regionais do partido para tentar conhecer melhor esse novo partido que saiu da janela, porque nós filiamos muita gente mas não tivemos ainda tempo de fazer um debate sobre o nosso programa e os nossos valores. Vamos realizar [encontros] até o dia 18 de junho. Vamos em todas as regiões não só conhecer os novos dirigentes partidários, as novas lideranças, mas também vamos passar para eles o eixo do nosso programa para que valores fundamentais que nós defendemos que estejam contido em programa de governo não só de candidaturas nossas mas também de candidaturas que o PV vai apoiar. São questões que nós não não abriremos mão desse tipo de compromisso que acho que a gente tem que assumir com a com a sociedade. Sobre as prefeituras, temos Itagimirim e Aracatu. Em alguns municípios já estão definidas as candidaturas. Por exemplo, em Mundo Novo a federação já definiu que o candidato será do PV.  Em Valença já definimos que o candidato será Marcos Medrado, do PV. Em outros nós temos um processo de construção que adotamos dentro da federação alguns critérios. A exemplo das pesquisas: o candidato que estiver melhor colocado até o final de maio na pesquisa será o representante da federação. por isso que a gente não tem ainda como ter o balanço. Mas a gente avançado muito, a federação estadual está se reunindo semanalmente e a gente está tentando acelerar o passo até pra dar uma tranquilidade, uma segurança aquela pessoa que vai ser candidata majoritária para poder fazer a campanha de forma mais segura e tranquila sem ter problemas.

 

Sempre que o período de eleição se aproxima as reflexões voltam a acontecer. Agora em maio completa dois ano que o TSE aprovou a federação Brasil da Esperança. Queria que o senhor avaliasse esses dois anos e como tem sido o saldo para o PV junto ao PT e ao PCdoB?

A federação é um instrumento novo, temos dois anos que ela foi instituída entre PT do PV e PCdoB e naquele momento foi um pouco mais fácil porque se tratava de uma eleição estadual e nacional, a gente conseguiu fazer uma composição com uma rapidez, com mais tranquilidade. Agora nos municípios é claro que a gente entende que tem dificuldades, todo mundo quer ser candidato majoritário e às vezes não dá para todo mundo, tem que ser só um. É um processo, tem um desgaste da construção de um nome, entra outras situações, às vezes tem um parlamentar que tem base naquele município e por conta disso ele acaba estimulando candidaturas que não tem viabilidade mas que acaba criando um certo embaraço na construção que a federação faz. Mas do ponto de vista de saldo eu considero positivo, a federação não é uma coligação. A federação na verdade é uma junção de ideias próximas daqueles partidos que tem nos seus programas bandeiras que são semelhantes, não são iguais, mas são semelhantes. Há por outro lado também a preservação da autonomia de cada partido que compõe a federação, é algo que está muito claro no seu estatuto. Também o programa de candidaturas majoritárias não é a xerox do programa de um único partido mais sim da construção dos três partidos. Então no geral a federação é um instrumento muito bom, se for utilizado da forma correta. Mas se ela for vista apenas como uma coligação partidária, na minha opinião, é um erro e isso acaba não dando certo lá na frente, porque se três partidos disputam a eleição e ganha eleição os três partidos governam juntos com um programa previamente construído a três mãos. E é exatamente com esse entendimento que nós vamos para a disputa. Acredito profundamente que a federação vai ter um excelente desempenho em 2024, nós vamos fazer disputa em cerca de 200 municípios e boa parte deles nós com chances absolutas de ganhar a eleição e sairemos fortalecidos. Porque às vezes a gente mede muito o quantitativo por exemplo 'força A fez 50 prefeitos, força B fez 100'. Mas é preciso saber se as 50 prefeituras que a força A fez, qual é a quantidade de eleitorado. Quantos eleitores ou quantas pessoas estão sob a gestão desses 50 municípios, isso é muito importante. Se a gente pega a Região Metropolitana, todas as candidaturas são candidatos da federação. Sem contar Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus. Acho que há uma robustez de candidaturas espalhadas por todos os territórios da Bahia. Por isso eu acho que vai ter uma vitória política da federação e também eleitoral, pode não ser quantitativa mas eleitoral e política eu não tenho a menor dúvida que a federação vai ser a força que vai sair mais fortalecida nesse processo de 2024.

 

Falando um pouco sobre Brasília, o senhor é membro da executiva nacional. Como você tem visto a atuação do partido a nível nacional, e se já há um indicativo que essa federação pode não ser reafirmada em 2026?

A nossa esperança e expectativa é que seja reafirmado. Eu entendo hoje que essa federação trouxe o Partido Verde para o seu campo original que é mais a esquerda. Acredito que problemas nós teríamos em qualquer federação. Se hoje temos problemas na construção com o PT e PCdoB teremos se formos para outra federação com outros partidos. Acredito que foi um momento de conhecimento e de entendimento do funcionamento da federação. E seria natural que houvessem problemas porque todo mundo está tentando lidar com esse instrumento novo, e talvez o nosso maior teste é exatamente as eleições municipais por conta das suas múltiplas divergências em cada município. Acho que a federação veio com o proposito de aproximar ideias que dão suporte ao governo Lula e isso vem acontecendo. A gente precisa reafirmar essa condição de um governo democrático e de esquerda, eu acho que a federação ajuda nesse contexto. Não há nenhum ruído em relação a sair da federação, podemos pensar até em ampliar. A federação tem três partidos, pode ampliar para quatro ou cinco. A federação é um instrumento que veio para ficar, ela não é experiência temporária. Todos os partidos estão buscando e conversando entre si para fazer a federação. Partidos de esquerda que não federaram diminuíram suas bancadas. É um caminho sem volta e é possível que em 2026 tenhamos a maioria dos partidos federados.

 

Em relação a presidência do partido, o presidente José Luiz Penna foi reconduzido ano passado e já acumula um longo período no comando do PV. Existem conversas em curso para renovar a presidência do Partido Verde? Ivanilson Gomes tem aspiração para assumir esse posto?

A gente sabe da longevidade do presidente Penna mas ele é sempre conduzido com o apoio da maioria dos dirigentes nacionais, ele também tem conversado e eu tenho falado com ele que está na hora de fazer essa transição, construir possibilidades, dar uma oxigenada no partido. Ele é e sempre será peça fundamental no partido independente de ser ou não presidente pelo serviço prestado ao partido mas eu acho que é sempre importante fazer mudanças periódicas, ele tem esse entendimento que é preciso fazer isso. Mas com responsabilidade para que o partido não acabe parando em mãos erradas. Com relação ao meu nome eu sempre fui um soldado do partido, fui por oito anos presidente da fundação do partido em Brasília, hoje eu sou diretor administrativo e financeiro da fundação, tenho simpatia de vários dirigentes em relação ao meu nome mas de fato nunca coloquei nessa condição de fazer qualquer tipo de disputa, mas estarei sempre a disposição do partido para ajudar e conduzir o PV para um protagonismo maior. Evidente que não sou daqueles que saio criticando, jogando pedra no presidente, tentando fazer qualquer movimento pessoal, eu não faço. Eu sou um homem de partido, eu penso que o problema às vezes não está no nome, está no projeto. Eu digo sempre não adianta você preparar um zagueiro o tempo inteiro e botar ele pra ser centroavante, não funciona. Se você tem um programa arrojado você tem que encontrar alguém que tenha capacidade primeiro de verbalizar e de liderar esse projeto. O nome para mim é algo que precisa vir depois do projeto construído e não antes. É isso que eu defendo.