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Entrevista

Vitor Azevedo afirma que ausência em evento de Bolsonaro não abalou relação com o PL, nem com João Roma

Por Carine Andrade

 Vitor Azevedo afirma que ausência em evento de Bolsonaro não abalou relação com o PL, nem com João Roma
Foto: Divulgação / Assessoria /Crédito: Max Haack

Nascido em 1979, em Salvador, o deputado estadual Vitor Azevedo tem 44 anos, é publicitário por formação, casado e pai de uma menina. Embora seja da capital, desde cedo desenvolveu uma relação próxima com o interior do Estado, sobretudo por ter vivido a infância em Vitória da Conquista, onde criou laços que permanecem fortes até hoje. 

 

Vitor é neto de políticos e, por isso, sempre manifestou interesse pela vida pública. Uma das referências nesse campo é o avô paterno, o ex-deputado estadual e federal Josaphat Azevedo, de quem herdou muito da aspiração de servir aos baianos e da capacidade de articulação política e partidária.

 

Em 1994, após participar ativamente da campanha de Jutahy Magalhães ao governo da Bahia, ele sentiu que a vocação de trabalhar pelos baianos era irrefutável. Em 2010, assumiu a coordenação política da campanha do então candidato a deputado estadual Bruno Reis, hoje prefeito de Salvador. O resultado foi a vitória. Com a experiência acumulada, em 2014, também como coordenador político, Vitor Azevedo assumiu a campanha de Paulo Souto para o governo. A empreitada, no entanto, não teve êxito, já que Souto foi derrotado, no primeiro turno, para o atual ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT).

 

Em 2018, foi convidado para assumir a coordenação de articulação política da campanha do então candidato a deputado federal João Roma, uma missão que ele definiu como "desafiadora", pois Roma não tinha concorrido a nenhum cargo eletivo e era visto como uma liderança de bastidor. O resultado também foi a vitória. 

 

A primeira eleição de Vitor Azevedo veio na sequência. Em 2022, foi eleito para o primeiro mandato de deputado estadual, com 67.847 votos. Ainda no primeiro ano como deputado, foi indicado pelos colegas para ocupar o cargo de 3º secretário da Mesa Diretora da Assembleia Legislativa da Bahia. Nesta entrevista ao Bahia Notícias, ele fala sobre sua relação com o PL, a aproximação com o governo Jerônimo Rodrigues, grupo G8, PEC da Reeleição, entre outros assuntos. Confira: 

 

O senhor, que é do PL, foi uma ausência sentida nos eventos realizados aqui em Salvador no fim de semana retrasado (8 e 9 de março), que contaram com a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, principais lideranças nacionais do partido. Isso abala sua relação com o partido e com o ex-ministro João Roma, que preside o PL na Bahia?

Eu não pude comparecer, e informei com antecedência, porque tinha um compromisso agendado anteriormente em Itamaraju, que foi o lançamento da pré-candidatura a prefeito do meu amigo e aliado político Léo Lopes. Estava lá com o deputado federal Leo Prates (PDT) e outras lideranças, como foi amplamente divulgado pela imprensa. Só retornei a Salvador no sábado (09) pela tarde. Minha relação com o PL segue a melhor possível. Respeito as posições do partido, que também respeita as minhas como parlamentar. Temos um entendimento claro sobre isso. Também tenho uma boa relação pessoal e política com o ex-ministro João Roma com quem, inclusive, converso com frequência. 

 

O fato de o senhor não ser um bolsonarista-raiz e de estar hoje na base do governo Jerônimo Rodrigues (PT) significa que o senhor pode trocar de partido para disputar a reeleição em 2026? 

As pessoas sabem que eu não fui eleito por conta desse ou daquele posicionamento ideológico. O meu voto é fruto do trabalho que desenvolvi e sigo desenvolvendo em prol dos municípios que represento. Acredito que, sobre 2026, ainda esteja muito cedo para tratar. Ainda temos uma eleição municipal no caminho. 

 

Hoje o senhor integra um grupo informal na Assembleia, o G8, cuja formação contou com o apoio do presidente do Avante na Bahia, Ronaldo Carletto. Há convite para ingressar no Avante? 

 

O G8 foi criado para fortalecer o posicionamento de um grupo de parlamentares na Assembleia cujos partidos não votaram com o governador Jerônimo Rodrigues (PT) em 2022. Todos nós, hoje, somos aliados do governo. Alguns, como eu, inclusive, votaram em Jerônimo no segundo turno da eleição de 2022. O G8 não foi criado para antecipar um processo de 2026. Tomamos decisões conjuntas sobre questões da Assembleia, do relacionamento com o governo. Mas, repito, não estamos tratando de 2026. Se houver diálogo com algum dos parlamentares do grupo para migrar para o Avante, isso ocorre de forma individual. 

 

O G8 será formalizado? E como estão as conversas com o governo por espaço do grupo no primeiro escalão? 

Não iremos formalizar o G8, pois nunca houve essa intenção. Seguiremos como estamos atualmente, de maneira informal, mas atuando em conjunto. Nunca pleiteamos espaço no primeiro escalão do governo. Mas lógico que se houver um convite para que estejamos fazendo parte do governo de uma forma mais direta, temos diversos nomes que podem colaborar com a gestão, com a Bahia. Porém, nosso intuito com a criação desse bloco foi poder colaborar de maneira uniforme com o governo. 

 

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O senhor lembrou que o G8 é formado por parlamentares de partidos que não estiveram, no primeiro turno, com Jerônimo na campanha de 2022. Vocês estão satisfeitos hoje com o tratamento dispensado pelo governo? 

Acredito que sim. Como o nosso grupo não tem uma liderança formal, prefiro, nesse ponto, falar por mim. Tenho sido muito bem tratado pelo governo. Quando falo isso, quero dizer que as demandas dos municípios que represento têm sido atendidas. Na semana passada mesmo fui recebido pelo governador junto com alguns prefeitos que me apoiam. O governador tem se mostrado um democrata e um trabalhador, seja no gabinete ou nas inúmeras visitas que faz aos municípios da Bahia todas as semanas, algumas das quais participei. Além disso, tenho sido sempre atendido com frequência nos órgãos públicos estaduais e também pelo chefe de Gabinete do governador, Adolpho Loyola, e pelo secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano, que sempre buscam facilitar essa minha interlocução dentro do Estado.
 

Os candidatos a prefeito que o senhor irá apoiar em 2024 estão na base do governo? 

Estão, sim, ao menos a maioria. Muitos, inclusive, estavam antes mesmo da eleição de 2022. O prefeito, geralmente, não está preocupado com posições ideológicas na política. Ele sabe que precisa dialogar com o governo do Estado para que possa apresentar resultados positivos para a população e transformar a vida das pessoas. A disputa eleitoral tem o seu momento de acontecer.

 

O senhor já foi assessor político do atual prefeito Bruno Reis (União), quando o gestor era deputado estadual. Como é a relação hoje entre vocês? Vai apoiá-lo na reeleição, se for uma decisão do PL? 

Respeito o prefeito Bruno Reis, com quem tenho uma amizade e já tive a felicidade de trabalhar. Aprendemos bastante um com o outro. Digo que já fomos mais próximos e, hoje, nos falamos eventualmente, quando nos encontramos. Digo a você que, embora tenha tido alguns votos em Salvador em 2022, não estou muito envolvido com a disputa na capital. Quem está tratando das conversas do PL nesse sentido é o ex-ministro João Roma. Não estou me envolvendo. Estou focando na política do interior. No momento certo, quando as coisas estiverem mais claras, posso me posicionar sobre Salvador e dar a minha opinião pessoal. 

 

O senhor, e os deputados do G8, assinaram a da PEC da Reeleição para a presidência da Assembleia. Defende que o texto seja votado esta semana?
 

Está evidente que a PEC da Reeleição conta com o apoio da maioria absoluta dos deputados da Casa. Isso é fruto do trabalho que vem sendo feito pelo presidente Adolfo Menezes (PSD), respeitado e admirado por todos nós, a começar pela forma igualitária com que trata os pares. É um presidente também que colabora muito com o governo Jerônimo. O próprio líder do governo, deputado Rosemberg Pinto (PT), já disse que se houver viabilidade legal para a segunda reeleição de Adolfo, ele também irá votar a favor. Então, esse é um sentimento que há dentro da Casa. Acredito e defendo que a PEC já possa ser votada esta semana, sim, se houver quórum qualificado. 

 

Em 2023, o senhor conseguiu aprovar uma lei, de sua autoria, que estabelece um prazo de validade indeterminado para todos os laudos e perícias médicas que atestam o transtorno do espectro autista (TEA) e a síndrome de Down na Bahia. Quando essa nova legislação será sancionada pelo governador?

Esse projeto, em nossa opinião, é um avanço, e é fruto de uma demanda das pessoas com TEA e síndrome de Down na Bahia. Alguns estados já avançaram com essa legislação, a exemplo de São Paulo. O texto acaba com essa necessidade de ficar renovando os laudos e, muitas vezes, os pacientes, com familiares, precisam viajar longas distâncias para conseguir fazer isso. Com a mudança, bastará um laudo único, economizando tempo, dinheiro e a saúde das pessoas. Estamos aguardando o governador Jerônimo sancionar e tratando isso com prioridade, com frequência junto a Adolpho Loyola, que também é um defensor dessa causa. Acreditamos que o projeto deve ser sancionado ainda no início de abril.