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Entrevista

Jorge Khoury acredita que seu principal desafio do Sebrae é incentivar pequenos e microempreendedores - 21/08/2017

Por Ailma Teixeira / Bruno Luiz

Jorge Khoury acredita que seu principal desafio do Sebrae é incentivar pequenos e microempreendedores - 21/08/2017
Jorge Khoury | Foto: Jamile Amine/ Bahia Notícias

Recém-empossado superintendente do Sebrae na Bahia, Jorge Khoury acredita que seu principal desafio à frente do órgão será, mesmo em tempos de crise econômica, incentivar a formação de novos pequenos e microempreendedores no estado. Entretanto, para ele, este é o melhor momento para buscar, no empreendedorismo, uma alternativa para solucionar problemas como o desemprego ou a queda na renda. “Infelizmente, o momento é o pior possível. Mas precisamos buscar superar isso. É como se diz: ‘Na hora da crise, também é a hora da oportunidade’. Quem sabe a dificuldade de brasileiros e baianos com relação ao desemprego pode ser também uma oportunidade de ter uma postura nova, como ser um microempreendedor individual”, afirma, em entrevista ao Bahia Notícias. Ainda segundo o novo superintendente do Sebrae no estado, um dos principais motivos para a resistência dos empreendedores informais formalizarem seus negócios é a falta de informação. “Muitas vezes, [empreendedor informal] está nessa realidade porque não conseguiu coisa melhor, mas também por desconhecer. Acha que, se entrar como empreendedor, vai ter que pagar mais impostos, sendo cobrado disso e daquilo, quando, na verdade, passa a ter ganhos”, ressalta.

 

Você tem pouco tempo no cargo, então ainda há muita coisa pela frente. Mas quais são suas propostas?
O Sebrae tem serviços muito grandes prestados à comunidade brasileira. A gente está chegando com o objetivo de dar sequência ao trabalho que a instituição já realiza e, logicamente, buscar ampliar seu leque de abrangência. Evidente que vivemos um momento muito difícil da economia nacional e, por isso, aumenta a importância das ações que o Sebrae pode fazer. Todo o segmento empresarial está vivendo com dificuldade, principalmente o pequeno empreendedor. A expectativa nossa é que, cada vez mais, a gente possa se aperfeiçoar, no sentido de atingir com mais eficiência esses objetivos.

 

O senhor tem uma trajetória na educação e na política, com mandatos na Câmara e na UPB. Como essa experiência no meio político pode colaborar para sua função à frente do Sebrae?
Eu entendo que tudo aquilo que a gente desempenha não deixa de nos deixar uma gama de informações que, passo a passo, vão contribuindo. Na minha participação como secretário de Indústria, Comércio e Mineração, eu tive oportunidade de ser conselheiro do Sebrae. Eu tive uma visão do que era a microempresa, quais eram os propósitos que se tinham. A vivência minha a nível de área política, por exemplo, dentro do Congresso Nacional, eu participei de um grupo parlamentar de micro e pequena empresa. Tudo isso me trouxe informações que agora serão muito úteis, no sentido de melhorar nossa abrangência na Bahia. Temos o Sebrae em 27 municípios na Bahia. O estado tem 417 municípios. Logicamente que podemos ampliar isso. Não é nem fisicamente. Com todas as possibilidades da internet, você pode ampliar isso sob outros aspectos. Você pode chegar ao seu objetivo sem o custo que teria com fazer instalações, pessoal, equipe. Vamos usar esse conhecimento que a gente tem no sentido de aperfeiçoar, ampliar e de até, quem sabe, outras possiblidades. 

 

Como superintendente do Sebrae, como o senhor avalia as políticas econômicas do governo do Estado para a Bahia?
Infelizmente, o momento é o pior possível. Não teria avaliação que fizesse hoje que a gente pudesse dizer que está bom, ou mais ou menos. Mas precisamos buscar superar isso. É como se diz: “Na hora da crise, também é a hora da oportunidade”. Quem sabe a dificuldade de brasileiros e baianos com relação ao desemprego pode ser também uma oportunidade de ter uma postura nova, como ser um microempreendedor individual. O Sebrae está aberto para orientá-los, mostrar o que é possível ser feito, de que maneira fazer isso e o tipo de ganho que ele pode ter. Da mesma forma é a questão do trabalhador ou empreendedor informal. Muitas vezes, está nessa realidade porque não conseguiu coisa melhor, mas também por desconhecer. Acha que, se entrar como empreendedor, vai ter que pagar mais impostos, sendo cobrado disso e daquilo, quando, na verdade, passa a ter ganhos. O microempreendedor fica com registro no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica, com auxílio-maternidade, aposentadoria, auxílio-doença. Isso vai representar um boleto de, em média, R$ 50 por mês. Ele pode faturar até R$ 5 mil, um total de R$ 60 mil por ano. Estamos aqui pra ajudar a criar um microempreendor, mas também para ajudar a mantê-lo. Neste momento de crise, o Sebrae ganhou uma importância ainda maior porque pode ser uma válvula de escape que as pessoas venham a ter. 

 

O senhor comentou que, no atual momento de crise, surgem muitas oportunidades de empreender. Os baianos estão sabendo aproveitar?
Eu sinto ainda que há muita desinformação. Muitas ficam preocupados, por exemplo, porque estão devendo mais de 4 meses os boletos dos R$ 50. Eles não sabem que há uma resolução em que você pode reescalonar essa dívida. Como somos procurados, buscamos esclarecer isso e auxiliá-los a resolver esse problema. 

 

A Semana Global de Empreendedorismo será realizada entre novembro e dezembro. O que está sendo preparado?
Em função do momento que a gente está vivendo, o Sebrae tem a sensibilidade de entender que não adianta trazer aqui grandes coisas, quando a gente não tem o básico. Vamos trabalhar com a possibilidade de abertura de novos negócios para pessoas que estão precisando, ajudar quem quer manter o seu negócio e também esclarecer alguns que, eventualmente, estão na dúvida se continuam o negócio, se ampliam ou fazem outra coisa. Seria muito mais um trabalho de estímulo para começar, mas de assessoramento par a manter o que já há, ou até ampliar.

 

Qual o serviço mais procurado?
Vou até contar uma história que eu me lembrei. Uma pessoa que está começando na área me disse: “Eu faturei, esse mês, R$ 5 mil”. Você não faturou isso. Você vai ter que pagar aluguel, imposto. Você só fez R$ 1 mil, porque o resto está todo comprometido. Quem não tem a informação, usa o dinheiro todo achando que não está comprometo, na hora final, não tem como fazer. Eu acho que isso é uma grande alavanca de ajuda para empreendedor, considerando que as pessoas, em um negócio pequeno, não têm muita informação. Então, eles precisam disso muito mais que os outros, como uma muleta para ajudar a andar nisso. A gente trabalha muito com atendimento ao cliente, gestão financeira, compras governamentais, como vender mais e melhor, tornar-se o líder.