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Entrevista

Gilmar Santiago quer reverter distanciamento das bases militantes do PT - 08/05/2017

Por Luana Ribeiro / Ailma Teixeira

Gilmar Santiago quer reverter distanciamento das bases militantes do PT - 08/05/2017
Foto: Jamile Amine/ Bahia Notícias

Eleito presidente do PT de Salvador em uma disputa apertada no último dia 30, o ex-vereador Gilmar Santiago já tem definido o seu plano de gestão para atuar à frente do diretório municipal. Há quase 36 anos filiado ao Partido dos Trabalhadores, o político analisa que a conquista do poder nas esferas nacional e estadual acabou por enfraquecer as bases militantes diante da institucionalização adquirida nos processos internos da legenda. Somado a isso, ele aponta que a crise de imagem advinda dos constantes escândalos de corrupção com a Operação Lava Jato inibiu a ação nos pequenos setores - quadro que ele espera reverter. "Nós queremos fazer com que os diretórios zonais funcionem. A cidade de Salvador tem 20 zonas eleitorais, em cada zona, nós constituímos um diretório e vamos transformá-los em instâncias partidárias, que vão discutir a situação local (...) e formular política. Ao mesmo tempo que a gente vai mobilizar militância pra enfrentar a ausência de políticas públicas na periferia da cidade, na saúde, na educação, na infraestrutura urbana. Nós queremos também formular um projeto de desenvolvimento local", explica ao Bahia Notícias. Na avaliação do ex-vereador, é justamente a ausência desse programa próprio para a capital baiana o que impede o partido de vencer eleições municipais, mesmo que a população soteropolitana seja reconhecida como público potencial para a consagração do PT no âmbito nacional, por exemplo. Assim, nos seus dois anos de mandato, Santiago pretende estreitar as relações com os movimentos sociais de Salvador. “Eu aceitei essa tarefa que foi me dada por um conjunto de correntes políticas, que formam um campo chamado “Muda PT” porque nós entendemos que pra que a gente possa sobreviver e dar a volta por cima, é necessário também promover mudanças no Partido dos Trabalhadores. Então, o meu objetivo é materializar um programa que nós apresentamos durante a eleição. Nós queremos resgatar a participação da militância do PT e essa eleição foi um exemplo disso”, defende. Na entrevista, comentou o processo dos vereadores Moisés Rocha e Suíca, que agora será julgado pelo diretório estadual e criticou a gestão do prefeito ACM Neto (DEM), a que chamou de precária no que tange às ações voltada para a periferia da cidade.

 

Quais são seus objetivos, suas ideias, suas metas a partir de agora para o partido?

Eu entrei no PT ainda muito jovem. Eu me filiei no mês de agosto de 1981 e em vários momentos fiz parte da direção do partido, tanto no plano estadual, como no municipal. Depois que eu comecei a assumir mandato parlamentar, eu iniciei em 2003 e concluí agora em 2016, eu não vinha participando da direção do partido. Nesse momento, eu disse: “ó, o PT já me ajudou muito, eu só fui vereador nessa cidade por causa do PT”. O PT é único partido no Brasil que foi capaz de trazer pra cena política pessoas oriundas das classes sociais menos favorecidas, de ter um líder popular como Lula presidente da República, de uma mulher chegar à presidência da República como Dilma, até pra falar de pessoas que já passaram pelo PT, de uma ex-seringueira como Marina Silva (Rede) chegar à senadora, de uma ex-favelada como Benedita da Silva chegar também ao Senado ou ser deputada federal. Então eu fui vereador três vezes por causa dessa força política que é o PT. Agora, no momento que nós passamos por uma crise profunda, uma tentativa de criminalização por parte das elites pra querer matar a principal ferramenta da classe trabalhadora, eu acho que é um momento também de eu dar a minha contribuição. Como é um mandato de apenas dois anos, eu aceitei essa tarefa que foi me dada por um conjunto de correntes políticas, que formam um campo chamado “Muda PT”. Porque nós entendemos que pra que a gente possa sobreviver e dar a volta por cima, é necessário também promover mudanças no Partido dos Trabalhadores. Meu objetivo é materializar um programa que nós apresentamos durante a eleição. Nós queremos resgatar a participação da militância do PT e essa eleição foi um exemplo disso. A militância venceu a máquina porque, em algum momento, a gente viu a presença inadequada de pessoas que não fazem mais parte do PT, que saíram do PT e tentaram influir no resultado, como o ex-deputado J. Carlos lá no Subúrbio, tentando mobilizar uma legião de filiados pra votar nas eleições e a nossa militância deu essa resposta nas urnas. Eu vi muita gente da minha geração participando, que não participava mais do processo interno do PT; como vi também muita gente jovem. Nós queremos fazer essa transição. Queremos preparar o PT para uma nova geração de militantes porque o PT é um partido que a gente precisa fortalecer pra ter vida longa no Brasil porque o Brasil é um país marcado por uma luta de classes ininterrupta, que vem desde o processo de formação do país com o processo de escravização, que passou pelos períodos de ditadura militar, que não foram poucos, e nesse momento a gente vê um ressurgimento da direita populista na América Latina, na Europa, com a extrema direita que nunca foi alternativa de poder nos últimos séculos ganhando eleições, como a gente viu nos Estados Unidos. Quando a gente vê figuras como [Jair] Bolsonaro, que nunca tiveram expressão política, é quando a gente vê essa influência das ideias nazifascistas. Eu vi recentemente um vereador aqui na Câmara, filho de um deputado federal que é marcadamente de direita, o deputado Aleluia (DEM), e que pariu um filho que parece que é mais reacionário do que ele. Quando eu vejo ideias como “Escola sem Partido” e outras posições que não tem nada a ver com século XXI, são ideias passadas, eu acho que é esse o desafio que está posto: resgatar a militância. Nós queremos fazer com que os diretórios zonais funcionem. A cidade de Salvador tem 20 zonas eleitorais, em cada zona eleitoral nós constituímos um diretório zonal e esses diretórios zonais nós vamos transformar eles em instâncias partidárias, que vão discutir a situação local, a ideia de discutir os planos de bairros, a ideia de avaliar o impacto das políticas públicas da gestão de ACM Neto em cada um desses lugares. Nós sabemos que são precárias. E ao mesmo tempo formular política. Ao mesmo tempo que a gente vai mobilizar militância pra enfrentar a ausência de políticas públicas na periferia da cidade, na saúde, na educação, na infraestrutura urbana, nós queremos também formular um projeto de desenvolvimento local porque nós precisamos também amadurecer ideias pra que num período próximo o PT possa, ganhando as eleições em Salvador - isso é um desafio, o PT nunca ganhou uma eleição em Salvador -, ter um programa. Porque eu acho que um dos motivos de a gente nunca ter ganho uma eleição em Salvador é a ausência de um programa que mobilize a cidade, que mostre que nós temos um projeto diferente desse, por exemplo, que está sendo executado em Salvador, que é um projeto neoliberal e bastante identificado com o governo Temer. Não é à toa que toda a bancada de deputados federais que apoia o governo [ACM] Neto na Bahia votou a favor da reforma trabalhista, são favoráveis à reforma da Previdência, que tira direitos dos trabalhadores em mais de um século. Portanto, nós precisamos ter um partido que combata o golpe aqui em Salvador.

 

Em uma entrevista, o senhor mencionou que uma das tarefas seria trazer Lula pra Salvador por conta da força do PT aqui, em relação às eleições presidenciais, e agora o senhor mencionou essa questão da eleição municipal que precisaria de um programa. O senhor acredita que, de alguma forma, isso tenha a ver com os quadros? Que talvez exija uma renovação ou uma aproximação, não somente com a militância, mas como esse eleitor que não está tão engajado com o partido, no sentido de frequentar os eventos e tudo o mais? Essas pessoas que, por exemplo, depois da Lava Jato, depois de uma certa crise de imagem, de alguma forma se afastaram. Como se aproximar dessas pessoas? Isso exigiria uma formação de quadro jovem para o partido?

Olha, eu acho que é uma combinação de fatores. Nós precisamos oferecer aos filiados e aos militantes do partido espaços de participação política. Eu acho que, desde que o PT chegou ao governo central e ao governo do Estado, esses espaços foram reduzidos. A nossa democracia interna passou a ser reduzida na medida em que as lideranças públicas do partido, as principais lideranças passaram a ter um peso grande nesse processo. A gente viu, a nível nacional, o presidente Lula indicar Dilma pra ser a candidata. A gente viu aqui na Bahia, o governador Wagner indicar o companheiro Rui Costa pra ser candidato. É importante que as lideranças tenham peso nesse processo, mas nós precisamos de um partido mais horizontal e o filiado, o militante que está no núcleo de base ou no interior de uma fábrica ou na escola, ele possa também ter um peso político nas principais decisões do partido. Então, eu acho que ficou um vazio durante esse período e que nesse momento, até por conta da crise que estamos vivendo, podemos resgatar a participação desse segmento. Nós precisamos fazer uma renovação de quadro, mas também uma renovação do nosso programa, da nossa forma de atuação política, resgatando muitas coisas que nós fizemos no passado. Portanto, temos que juntar tradição, que foi a nossa origem, a nossa trajetória, com os processos mais contemporâneos de participação política, utilizando ferramentas como a internet, as redes sociais também pra ampliar esse leque de participação política e ao mesmo tempo, o partido, programaticamente, quer se aproximar também da tradição de luta da cidade de Salvador. Salvador é uma cidade que tem toda uma história de resistência do povo negro, que luta pela liberdade e pela democracia e eu acho que nós precisamos forjar quadros políticos pra essas disputas eleitorais no futuro, antenadas com essa tradição da cidade e com essa identificação do programa do PT. Por que é que a gente ganha eleição presidencial aqui? É bom registrar, por exemplo, que todas as eleições que o PT ganhou a presidência da República foi no primeiro turno em Salvador, mesmo quando Lula não conseguiu ganhar a eleição, a tradição sempre foi uma tradição de esquerda. Então, acho que talvez tenha a ver com os métodos de escolha que tenham sido feitos até então, sem levar em consideração esses fatores. E assim nós precisamos ter uma relação muito próxima com os movimentos sociais. Essa relação não pode ser uma relação burocratizada, tem que ser cotidiana, do dia-a-dia. Nós precisamos fazer com que os militantes do PT voltem a botar o broche, a estrela no peito, as bandeiras... Eu estive no 1º de Maio, no Farol da Barra, e fiquei assim: “você vai nas manifestações e você não vê as bandeiras do PT”. Porque de um lado, a nossa chegada ao poder terminou também afastando o militante, é como quem diz assim: “agora você não precisa fazer mais nada porque nós já chegamos, nós vamos fazer no governo as mudanças e as transformações que  a gente quer”. E sabemos que numa sociedade capitalista como o Brasil, uma sociedade de classes, marcada pela desigualdade, chegar ao governo não significa resolver os problemas da classe trabalhadora, porque o capital continua organizado na sociedade de uma forma hegemônica pra impedir justamente transformações em benefício do povo. Então, esse é um erro. Por outro lado, essa massificação e criminalização do PT fez com que muitos militantes e filiados considerem que o PT traiu o seu principal legado, que foi a ética, se envolvendo com corrupção, sem conseguir compreender muito que esse modelo eleitoral do país, sem reforma política, ele cria o indulto pra corrupção eleitoral, que é o caixa dois. Mas nesse momento também as pessoas estão dizendo: “ó, eles estavam dizendo que o PT foi o partido que inventou a corrupção, mas olha aí, o prefeito ACM Neto está sendo citado também na lista de [Edson] Fachin, e um assessor seu, Lucas, que coincidentemente é sócio majoritário em várias empresas que dizem que o prefeito ACM Neto tem sociedade, como a Penta Eventos, e há uma delação de que esse rapaz foi lá pegar o dinheiro de caixa dois. Olha a obra da Barra, aí foi citado também a obra da Barra como uma possibilidade de superfaturamento. Então, as pessoas vão vendo Aécio Neves, ACM Neto, os paladinos, os caras que foram pra rua denunciar corrupção, fazer impeachment de Dilma, e agora? Então, se vai começando a compreender que na verdade há um sistema eleitoral caduco, corrupto e que precisa de reforma política pra poder acabar com a corrupção, com o caixa dois.

O senhor mencionou essas denúncias em relação ao prefeito ACM Neto e em outras entrevistas, desde que o senhor venceu a eleição, você afirma que uma das propostas seria uma oposição mais forte e uma ênfase na investigação dessas denúncias. Como senhor pretende fazer isso agora fora da Câmara e com uma bancada de oposição bem restrita, pequena?

Eu acho que primeiro, o que determina a força da oposição não é apenas o tamanho numérico da bancada de oposição porque nos outros quatro anos que passou a gente tinha uma bancada de sete vereadores só no PT e isso não faz com que a gente tivesse uma bancada mais forte ou uma oposição mais forte a ACM Neto. Pelo contrário, a gente viu uma pulverização, uma diluição dessa oposição. Então eu acho que se a gente tem um partido organizado por toda a cidade, que consiga mobilizar seus filiados, que consiga fazer com que os setoriais de meio ambiente, os setoriais da luta antiracista, da saúde, dos militantes da educação, de vários temas que têm uma relação muito forte com a vida das pessoas na cidade... Se a gente tem um partido que dialogue com os partidos de esquerda e nós queremos dialogar com o PCdoB, com o PSD, com o PSOL, com o PSTU, com o PTN, com o PSL, que são partidos que têm uma orientação de oposição... Se a gente faz uma aproximação com o movimento negro, com os movimentos de luta pela moradia na cidade, com os movimentos de luta em defesa do SUS, da saúde pública... Se a gente junta todo mundo, a gente tem um movimento social forte na cidade, isso vai impactar na Câmara porque a população vai acompanhar, os movimentos sociais vão acompanhar de perto o que o prefeito ACM Neto está fazendo na Câmara, como agora o projeto de desafetação de mais 32 terrenos - na gestão anterior foram 60. Então, ele está repetindo o que o avô [Antônio Carlos Magalhães, ACM] dele fez quando foi prefeito de Salvador, que a cidade perdeu 30% das terras públicas que foram parar nas mãos de latifundiários. Então, esses terrenos são desafetados e ninguém sabe pra onde é que vai o dinheiro, numa cidade que não tem creche, tem a pior educação infantil do país. Numa cidade em que eles reformam postos de saúde e eu tenho como provar, vários postos de saúde fechados. Lá no Bom Juá, eles reformaram um posto que terminou em novembro e está fechado até hoje porque não tem médico, não tem profissional pra funcionar e eles torrando o terreno da cidade. Então, o que vai dar o tom da oposição é a capacidade de mobilização da sociedade organizada pra poder influenciar dentro do Parlamento e uma Câmara que possa também investigar. Eu acho que o PT não tem que ter medo desse debate da corrupção. Então, a gente não pode deixar de denunciar também o envolvimento do prefeito nas delações que foram feitas com relação a obra da Barra porque está aí pra todo mundo ver. Se qualquer cidadão caminhar pela Barra, vai ficar horrorizado de saber que custou R$ 57 milhões aquela obra. Da mesma forma o Rio Vermelho, que se gastou R$ 70 milhões. Então, eu acho que a Câmara tem que cumprir seu papel de fiscalização. A Câmara deveria fazer um trabalho de investigação do custo de cada obra pública em Salvador, desde o “Morar Melhor”, onde se diz que é destinado R$ 5 mil pra reformar cada casa na periferia e eu tenho andado nos bairros e as pessoas dizem: “eu não sei como é que gastou R$ 5 mil pra reformar minha casa”. Desde projetos dessa natureza a projetos mais estruturantes como a obra da Barra. Isso não é nenhum tipo de perseguição ao prefeito. É o PT cumprir o papel institucional que cabe aos partidos que estão na oposição. Quem ganha a eleição, governa. Quem perde a eleição, fiscaliza e faz oposição pra poder ajudar, inclusive,a gestão a identificar os erros porque quando você está no poder, você termina tendo mais dificuldade de olhar pra o umbigo.

 

O senhor mencionou, em relação as duas bancadas, a anterior e atual, uma pulverização que de alguma forma teria atrapalhado. O senhor acha que, de alguma forma, essas múltiplas correntes do partido, que é algo bem tradicional, poderiam ser reduzidas? Ou que a existência de diversas correntes e a disputa entre elas de repente atrapalha o desempenho do partido como um todo?

Não, eu acho que as correntes nunca foram problema pra o PT. O PT inovou na esquerda exatamente por admitir a existência do contraditório, da divergência e portanto formalizou isso com a regulamentação do direito de tendência, então isso foi um avanço na esquerda mundial em que a maioria dos partidos de esquerda, sobretudo os partidos comunistas, sempre foram partidos monolíticos, de orientação stallinista que não prevê, mas em qualquer lugar, em qualquer organização existem diferenças e essas diferenças precisam ter espaço pra discussão. Então, eu acho que o que nós precisamos, no PT, combater é uma política de institucionalização que tomou conta do partido a partir da chegada ao poder em que os mandatos parlamentares passaram a ser mais importantes que as instâncias do partido. E o mandato não é do parlamentar, o mandato é do partido. Então, não cabe a nenhum parlamentar seguir a sua orientação. Ele tem o direito de se expressar, de disputar as suas ideias, mas no partido ele tem que votar de acordo com a orientação partidária. Acho que isso contribuiu pra o PT se diluir no último período, o que culminou inclusive na crise e a expulsão de vários vereadores do partido, então nós queremos azeitar essa relação, do partido com a bancada de vereadores, no sentido que os vereadores tenham espaço no debate de discussão, mas ao mesmo tempo nós não vamos abrir mão de que os vereadores tenham uma posição unificada, coletiva, seguindo a orientação do partido até porque nós queremos que a decisão sobre vários temas na Câmara não seja uma decisão apenas da Executiva do partido. Nesse sentido também queremos que haja uma participação cada vez maior das zonais, dos presidentes zonais nas reuniões da Executiva, do diretório. A gente quer muita gente discutindo no dia-a-dia o que é que o PT vai estar fazendo porque é isso que vai dar legitimidade, pra quando a gente fechar questão em torno do debate, a gente dizer: “ó, os vereadores tem que seguir essa posição porque essa é uma posição majoritária do partido”.

O senhor mencionou essa questão dos vereadores e um caso recente dessa mudança de direção, mas que acabou sendo revertida foi a questão de Moisés Rocha e Suíca, que inclusive apoiaram Danielle Ferreira na eleição interna. O senhor pretende, dentro dessa questão de azeitar essa relação, chamá-los pra uma conversa? Já houve alguma aproximação, sente que vai ser tranquilo esse processo de juntar todo mundo assim?

Olha, terminou a eleição, o nosso objetivo é unificar o partido. A eleição é apenas o momento da democracia partidária, cujo objetivo é exatamente propiciar o debate político das ideias do partido. Agora, a unificação do partido se dá em torno de princípios da maioria, então existe um processo de discussão agora na instância estadual dos casos de Moisés e Suíca. A instância municipal se pronunciou, agora eles fizeram um recurso, foi pra estadual, vai estar em processo pela nova direção estadual do partido e independente de qual seja o desfecho, todos os vereadores são filiados e militantes do partido como qualquer outro, então eles têm espaço nas instâncias pra discutir, debater, apresentar as ideias diferentes e na Câmara ter uma representação unificada. Então, nós vamos trabalhar no sentido de fazer o debate, esgotar o debate, mas de querer uma posição unificada na Câmara.