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Entrevista

Pedro Galvão elogia futura extinção da Bahiatursa e faz balanço da Secretaria de Turismo - 15/12/2014

Por Fernando Duarte / Juliana Almirante

Pedro Galvão elogia futura extinção da Bahiatursa e faz balanço da Secretaria de Turismo - 15/12/2014
Fotos: Bahia Notícias
Sem convite do governador eleito Rui Costa para continuar no cargo, o secretário de Turismo, Pedro Galvão, faz um balanço da sua curta administração na pasta, em entrevista ao Bahia Notícias. Ele assumiu o cargo na cota de indicação do PR em janeiro deste ano e organizou eventos como o Carnaval e a Copa do Mundo. Galvão afirma que tem "o melhor relacionamento" com o chefe da Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Cultura de Salvador, Guilherme Bellintani, na produção de eventos na capital. O secretário também elogia a futura extinção da Bahiatursa. "O novo governador [Rui Costa], com muita propriedade, entendeu que a Bahiatursa tinha uma série de problemas e que precisava ser requalificada.  Acho que vai funcionar perfeitamente bem", avalia. Galvão também adianta que o projeto da Estrada Real da Chapada – roteiro que refaz o caminho aberto pela Coroa Poruguesa para unir a Bahia e Minas Gerais – deve entrar em fase de execução no próximo ano. "Ela está a todo vapor e acredito que em 2015 já esteja levada ao público através de uma propaganda, mostrando no Brasil e exterior que nós temos uma Estrada Real", informou.
 

Eu vou começar com a provocação feita por Aninha Franco, num artigo publicado aqui no Bahia Notícias, que não necessariamente foi sobre o período em que o senhor esteve à frente da secretaria. Ela comentou que o turismo, na Bahia, foi destruído ao longo dos anos. O senhor concorda com essa afirmação?
Eu estava viajando e não li a crônica de Aninha. Aninha é uma pessoa correta, mas eu não posso me pronunciar sobre isso porque eu não li exatamente o artigo. Eu prefiro ler primeiro para dar uma opinião mais abalizada.
 
Eu ouvi uma entrevista em que o senhor falava sobre os avanços do Conselho do Carnaval aqui em Salvador e então o senhor apresentou algumas medidas que vão ser tomadas, que o governo do Estado está participando desse debate. Quais são as novidades que a população pode esperar do Carnaval de Salvador em 2015?
O Carnaval de Salvador, por decreto da Câmara de Vereadores, é feito pelo Conselho Municipal do Carnaval, o Comcar. O Estado ajuda, auxilia, mas as mudanças internas são feitas pelo Conselho aos blocos. A classificação e a ordem de saída dos blocos, tudo isso é feito pelo Concar e pela prefeitura. A nossa participação sempre foi de ajudar com o seguinte viés, que é importante, o governo do Estado não recebe patrocínio. Pelo contrário, ele é quem mais investe no Carnaval de Salvador. Investe em carnavais de outros lugares também. Ele investe sem receber nenhum patrocínio. Em 2014, nós tivemos em torno de R$ 54 milhões na segurança, na saúde, na cultura, no turismo e na comunicação. Nós, da Setur, ficamos responsáveis, juntamente com a Bahiatursa, de contratar os trios independentes, colocarmos inclusive cantores em alguns palcos, criar alguns palcos inclusive no Pelourinho.
 
As contratações aconteceram em parceria com a Petrobras?
Não. Individual. A Petrobras investiu diretamente com a prefeitura. Nós não recebemos patrocínio da Petrobras. Pagamos dos cofres do Estado esses R$ 54 milhões, sendo que, na Setur e Bahiatursa, R$ 15 milhões que investimos em publicidade no Carnaval, dos nossos meios de comunicação, recebendo jornalistas do Brasil e exterior. Criamos também a sala de imprensa no antigo Hotel da Bahia, hoje Sheraton, e a Bahiatursa fez uma série de promoções para o Carnaval. A Bahiatursa e a Setur promoveram cantores que não têm patrocínio nem de outros nem da prefeitura. Inclusive nós fazemos o aporte deles também. Esses R$ 15 milhões são gastos para o Carnaval em ajuda e tudo isso.
 
 
O valor será o mesmo em 2015?
Já está sendo planejado com o mesmo valor. O apoio do governo do Estado não muda nada. Acabei de conversar com o secretário da Fazenda, no caso da Secretaria de Turismo o apoio é o mesmo. Na polícia, pode aumentar alguma coisa, porque nós fizemos o Carnaval de 2014 em pleno de segurança e a polícia deslocou um contingente só visto em guerra. Tivemos essa tranquilidade, não houve nenhum crime de morte ligado diretamente ao Carnaval. Nós sabemos que a polícia deve empregar neste ano R$ 30 milhões, fora a parte da polícia técnica que vai ser mais ainda. Nós calculamos ao redor de R$ 58 milhões que o governo do Estado, sem patrocínio, vai aplicar no Carnaval de Salvador em 2015.
 
O senhor fica pelo menos até o Carnaval ou se despede junto com o governador Jaques Wagner?
Eu fui nomeado pelo governador Jaques Wagner, com muita honra, fui laureado com um governador que teve atenção toda especial com o turismo durante nossa gestão, uma gestão curta, porque foi nomeado em janeiro. Não fui convidado ainda pelo novo governador. Não sei o que será, mas devo dizer que a minha gestão termina no dia 31 de dezembro.
 
O senhor citou a Bahiatursa, que é um dos órgãos ligados a Setur, que na reforma administrativa do governador eleito Rui Costa está sendo excluída, deixa de existir. As funções da Bahiatursa podem ser absorvidas pela Setur ou é um órgão que é essencial e o senhor não concorda com a extinção dele?
O novo governador, com muita propriedade, entendeu que a Bahiatursa tinha uma série de problemas e que precisava ser requalificada. Ele resolveu transformar ela em um regime especial, onde e ela vai ter a mesma mobilidade que a Bahiatursa tem hoje. Ela já era vinculada à Setur e vai continuar subordinada à secretaria, com a mesma mobilidade. Diminuiu o número de cargos, mas enxugou a máquina, que precisava ser enxugada. Entendo perfeitamente o governador eleito, Rui Costa. Acho que vai funcionar perfeitamente bem. 
 
Uma das sedes da Bahiatursa é ali no Centro de Convenções, que é uma área onde, há muito tempo, se promete uma reforma e que ainda não existe uma perspectiva clara de quando isso vai acontecer. As pessoas do trade turístico têm reclamado dos eventos. A capital baiana deixou de ser atrativa para grandes eventos. Existe uma perspectiva de reverter esse quadro? O senhor que é uma pessoa ligada ao trade turístico...
Eu acho que sim. Eu acho que a nova equipe montada para o governo Rui Costa já tem inclusive alguns estudos até para construção, possivelmente em convênio com patrocínio do Ministério do Turismo, de um novo centro, que Salvador já precisa. Mas no Centro de Convenções atual está tendo reparos, através da Bahiatursa, cujo presidente é Diogo Medrado. Já está tendo reparos para que o Centro de Convenções volte a atuar de maneira pelo menos razoável. A ideia da própria Bahiatursa é ampliar esse trabalho de requalificação, que é necessário. O presidente do Convention Bureau hoje nos deu uma informação de público, na Federação do Comércio, de que mesmo assim com os problemas, houve uma atração de 20 mil visitantes no Centro de Convenções, nestes últimos dias, somente para o que se propõe, que é fazer eventos. Agora precisamos de um centro maior, não tenho dúvidas, foi minha ideia no trade e continuo com a mesma ideia. Acho que a ideia é de repensar o centro de convenções, maior, porque Salvador merece.
 

 
Como é a relação da Setur com a Secretaria de Desenvolvimento, Turismo e Cultura do município? Salvador terá uma série de eventos, agora com o Réveillon em 31 de dezembro, com uma mega estrutura. A Setur tem participado dos debates?
Sim. Inclusive no Carnaval nós patrocinamos a prefeitura, além de termos feito todo aquele investimento. Dentre os R$ 15 milhões, teve o patrocínio à prefeitura de R$ 3 milhões. Nós patrocinamos a prefeitura através da empresa que ela determinou. Eu tenho com Guilherme Bellintani o melhor relacionamento, trocamos informações. Recentemente nos encontramos no Conselho do Carnaval e não divergimos em nada de essencial. Podemos ter opiniões diferentes, mas sempre tivemos um excelente relacionamento. Como tenho também com prefeito ACM Neto.


A gente deu a notícia da Estrada Real da Chapada e tem alguma novidade sobre esse projeto?
Eu vou convocar a imprensa na próxima semana.... inclusive um filme da Estrada Real, em que já é referenciada. Os municípios estão entusiasmados com o progresso que ela pode trazer na área do turismo. Estamos já roteirizando e criando o Instituto da Estrada Real, que não é só do governo, tem que ser com a iniciativa privada. Temos como parceira a Associação Comercial da Bahia. A Federação do Comércio e Serviço do Estado, a Fecomércio, temos a UPB [União dos Municípios da Bahia] como participante desse Instituo e a Setur também. Ela está a todo vapor e acredito que em 2015 já esteja levada ao público através de uma propaganda, mostrando no Brasil e exterior que nós temos uma estrada real. Nós temos notícia dada oficialmente pela Federação de Indústria de Minas Gerais que a Estrada Real do estado aporta a economia U$ 15 bilhões por ano. Nós temos uma estrada real tão boa ou melhor em alguns aspectos que ela.
O senhor passou muito tempo ligado ao trade turístico e então vivenciou agora uma experiência do lado de lá do governo. Foi difícil dividir as coisas e reaprender a lidar com o turismo a partir da ótica do Estado?
Não, eu já tinha tido experiência da prefeitura, que eu fui presidente da Saltur. Foi sob a minha presidência que fizemos o carnaval de 2005. Eu já tinha experiência do serviço público. Claro que a experiência que eu tive, como um homem que honrou muito o trade, eu recebi com muita honra uma carta do trade elogiando o pouco tempo que eu tive e acreditando que eu fiz uma coisa de palpável para o turismo. Entre as quais, assinamos um convênio e em fevereiro vamos colocar em execução que é a requalificação da Baía de Todos os Santos, através de R$ 87,5 bilhões do projeto que assinamos com o BIRD [Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento]. Fizemos um Carnaval com o muito elogiado trabalho também daqui, que não foi só do secretário, foi da equipe. Fizemos a Copa, juntamente com a Secopa [Secretaria Estadual de Assuntos da Copa], nós qualificamos centenas de pessoas. Criamos aplicativo em atendimento ao turista, o Reclame Turismo, temos o Disque Turismo. Colocamos 200 pessoas dentro do Carnaval como na Copa do Mundo falando várias línguas, inclusive o mandarim, para attender ao turista. Fizemos cinco festivais de verão, inclusive alguns novos a exemplo de Santo Amaro. Fizemos ainda a Stock Car, embora tenha tido o problema eleitoral que acabou atrapalhando um pouco e o decreto de fim de ano que o governador tinha razão de fechar suas contas. Mas fizemos a Stock Car em novembro com bastante sucesso.