Curtas do Poder - Zeca de Aphonso - 21/10/2014

* Postei aqui na semana passada que pro cabra se eleger ele tem que captar recursos e cooptar lideranças. Esqueci de acrescentar alguns detalhes: tem que defender a causa heterossexual (pastor Isidório); ser membro poderoso de igreja evangélica (Irmão Lázaro, Sildevan Nóbrega, Tia Eron, José de Arimatéia, etc); defender os animais (Marcell Moraes) e ser lobista de empreiteira. 

 

* Marcell Moraes, ao agradecer a eleição no Face, falou que foi eleito pelos animais. Concordo em gênero, número e grau (clique aqui e veja).

 

* Falei aqui e agora as coisas se confirmam: Marcelo Nilo vai tentar o 5º mandato como presidente da Assembleia Legislativa da Bahia. Lembro que quando o radialista Emmerson José quis tentar o terceiro mandato quase foi linchado pela oposição, que hoje é situação, na Câmara.

* Aliás, Nilo, precisamos conversar sobre as ilhas. O povo anda meio revoltado com a prefeitura de Salvador e já inicia um movimento separatista.

 

* Quero ver como vão ficar os vereadores do PT da base de ACM Neto na Câmara, já que Rui Costa, como já disse aqui, não é republicano como o Galego. 

 

* Se a eleição demorasse mais um pouco, Lídice da Mata, de tão fraca que tava, ia acabar tendo que devolver os votos que teve para o Senado.

 

* Por falar em senadora, a candidata Eliana Calmon obteve mais votos do que Da Mata. E olhe que foi sua primeira eleição e, a princípio, era desconhecida no interior da Bahia.

 

* Fico aqui a imaginar a felicidade do velho ACM depois da derrota de Geddel, Paulo Souto e Joaci. Para quem não sabe, o velho desencarnou com os três engasgados na goela. Com certeza, a ideia do Soberano não saiu de suas preces, ou o contato do além com o Soberano está com ruídos. 

 

* É de lascar: a certeza da impunidade no Brasil é tanta que um cara abre uma empresa em nome de laranjas para prestar serviços à Receita Federal e ao Ministério Público do Trabalho. Ou o cara é um idiota ou muito corajoso.

 

* Uma coisa é certa: ele tem muitos amigos, pois a PF não divulgou o nome e nem mostrou seu rosto no Balanço Geral. 

 

* Alguém aí, em sã consciência, acha que Gervásio Oliveira vai cumprir o acordo e pagar R$ 85 milhões em dívidas trabalhistas? Fica a dica de quem conhece um pouco da Bahia: se és credor não compre em crediário.

 

* Almiro Sena, que responde pelo crime de assédio sexual, voltou à ativa no MP. Na área crime, sendo promotor de justiça, portanto, acusador. 

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O CABEÇA BRANCA E EU

A falta de Luís Eduardo

 

No início da sua gestão como prefeito de Salvador, ACM, que ainda não era chamado de Cabeça Branca, morava na Rua das Mangueiras, em Nazaré, próximo ao Quartel General do Exército. Era uma casa pequena, com uma varanda em forma de arco e um pequeno jardim. Algum tempo depois, ainda prefeito, ele se mudou para o edf. Juvenal Andrade, na Rua Euclides da Cunha, Graça. Na Rua das Mangueiras costumava convidar jornalistas para o almoço. Luís Eduardo Magalhães estudava o curso primário e, como tinha pouca idade, usava calças curtas. Ele costumava esperar Dudu chegar, como então era conhecido, enquanto conversava com os convidados. Acontecia a mesma cena diariamente. Quando Dudu chegava colocava-o sobre uma das pernas, sentado, e perguntava como foi na escola e essas coisas comuns. Certa vez, lá estavam dois jornalistas quando Dudu chegou trazido pelo motorista. O futuro Cabeça Branca procedeu de igual maneira só que, apaixonado que era por Luís Eduardo, brincou: “Você está muito bonito, mas tem uns lábios grossos de uma bela mulata”. Dudu não gostou. Livrou-se da perna do pai e subiu a escada para o andar de cima. No almoço, mandou chamá-lo. Ele respondeu que não desceria e ficou no seu quarto, embirrado. O prefeito então olhou para os convidados e disse: “É assim. Tem o gênio igual ao meu”. Errou. Luís Eduardo se tornou um grande político e nada tinha com o pai em termos de gênio. Era cordato, educado, se relacionava fácil com correligionários e adversários e, muitas vezes, quebrou o galho nas brigas comprada  por ACM,  já então Cabeça Branca. Ao morrer tão cedo, fez ao velho grande falta.

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