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Curtas do poder

Curtas do Poder

Curtas do Poder - Zeca de Aphonso - 22/04/2014

Por Zeca de Aphonso

Curtas do Poder - Zeca de Aphonso - 22/04/2014
* Esse deputado Luiz Argolo deve ser muito bom de conversa. Só encontrou o doleiro Youssef uma vez no jantar do partido e o convenceu a pagar suas contas e ainda a lhe arrumar alguns trocados.
 
* Aliás, o padrinho desse menino, o velho Luiz Gonzaga, não deve estar nada satisfeito com o comportamento dele aqui na terra.

* E o pior é que eu acho que o mole acabou. Com a saída do jovem deputado para o Solidariedade, a fonte deve ter secado. Pela notícia que eu vi hoje, agora é tudo com a velha rapousa, Negormonte.

* Só quero ver se o Galego vai o indicar para o Tribunal de Contas.
 
* Esse negócio de propina é um caso sério. Quando não cai no grampo, vai parar na câmera escondida do Fantástico. Fora isso, os próprio corruptores falam demais. Aqui na Bahia tem um vendedor de remédios que ainda diz que suas gorjetas a funcionário municipal se transformam em gado no Pará.
 
* No caso do apartamento da Graça, não foi Seu Moura que andou a falar. Foi um graduado executivo local.
 
* Quero ver como vai terminar essa briga de Otto com Geddel. Pelo que me falaram, Chuck – o boneco assassino (Geddel) pontua melhor nas pesquisas do que Dotô Otto.
 
* Por falar no Dotô (Otto), já tem gente o apelidando de Senhor das Greves, pois em todas as três greves da PM o cabra era vice-governador. 
 
* Soube que o Soberano ficou meio chateado com o Galego (Jaques Wagner). Se sentiu usado para convencer, primeiro, Prisco a não realizar a greve. E, depois, a encerrar o movimento. O alcaide não tinha conhecimento do mandado de prisão omitido por JW.
 
* Duvido que Wagner tenha coragem de manter Gabrielli depois dessa briga com Dilma. Ele não compraria esse desgaste, até porque a única coisa que Gabrielli fez em seu governo foi contratar uma consultoria para estudo de viabilidade técnica da ponte Salvador-Itaparica, que não vai sair tão cedo.
 
* Por falar em sair, soube que Medrado tá procurando um motivo pra pegar seu boné e partir com o Soberano.
 
* Amigo meu me falou uma coisa certa: quando Capitão Tadeu, na sexta à tarde, decretou nova greve e depois deu de ré já devia ter tomado alguns vinhos na ceia.
 
* Aliás, para quem queria churrasco e arrocha, Prisco estava muito distante disso em Sauipe. Analisem comigo: Esse pacote já estava comprado há algum tempo para ele e família. Assim sendo, o verdadeiro motivo do fim da greve pode ter sido sua esposa, de malas prontas e em casa, buzinando no ouvido do vereador-incendiário para que acabasse logo com a confusão, pois o Litoral Norte os aguardava.
 
EU E O CABEÇA BRANCA
 
O CASO DA PASTA
 
O ex-governador Luiz Viana Filho foi sequenciado, no início dos anos 70, por Antônio Carlos Magalhães. Afora algumas rusgas, ambos eram amigos, mas, no decorrer do tempo, o Cabeça puxou para ele todos os correligionários de Viana Filho. Certo dia chegou do interior um prefeito, creio que do município de Caldeirão Grande, e procurou o ex-governador de quem era compadre. Ele tinha rompido com ACM certa época, mas queria fazer as pazes. Trouxera doces feitos por sua mulher e alguns pedidos para o seu município. Não queria ir sozinho. Tinha medo. O Cabeça despachava pela manhã no Palácio da Aclamação e, à tarde, no Palácio Rio Branco, na Praça Municipal. Luiz Viana chamou um auxiliar de sua confiança, Humberto, conhecido como “Humbertinho” por ser de pouca estatura, e delegou-lhe a missão de acompanhar o prefeito ao gabinete de ACM. “Humbertinho” também tinha medo das explosões do Cabeça, mas, sem outro recurso acompanhou o prefeito. No Aclamação, ficou na sala de espera tomando chá de cadeira. ACM chamou o oficial de gabinete e disse-lhe que os levasse à sua sala. Os dois entraram literalmente tremendo. O Cabeça Branca mandou que sentassem defronte a ele. O prefeito colocou sobre a mesa o pacote com os doces e sua pasta com documentos. De cabeça baixa, ACM assinava documentos. Lá pelas tantas, quebrou o silêncio, olhou fixamente nos olhos dos dois, que tremeram mais ainda, e disse: “Só os recebo aqui pelo pedido do Luiz Viana, mas você andou falando mal de mim. Você não vale nada”. O prefeito ficou diminuto na cadeira, parecia uma vara verde de tanto tremer, sem saber o que responder.  “Humbertinho”, enterrado na cadeira, estava menor ainda. ACM ficou vermelho e começou a vociferar. Não contente, passou a circular em torno da mesa falando em voz alta: “Você é um moleque! Deveria ter vergonha de me procurar! É um salafrário!”. Humberto ficava menor e o prefeito se tremia, principalmente quando o Cabeça passava por trás dele. Temia tomar um cachação. O prefeito então arriscou: “Minha mulher mandou uns docinhos para o senhor. Estão em cima da mesa”. E ACM: “Docinho coisa nenhuma, moleque! Descarado! Tenho vontade de lhes dar um chute e botá-los para fora do meu gabinete!”. Depois, foi ficando mais calmo. Sentou-se e perguntou: “O que você quer?” O prefeito disse lá as suas reivindicações e o Cabeça respondeu, com mais calma: “Vou lhe atender, mas o Luiz Viana me deve esta porque você merece mesmo é um sopapo!” Mandou que os dois saíssem do gabinete. Ambos calados, tremendo, desceram a escadaria e, lá embaixo, o prefeito se deu conta de que esquecera sua pasta na mesa do governador. Implorou a Humbertinho que fosse buscá-la. E Humbertinho: “Meu caro, a missão que o Dr. Luiz me deu eu já cumpri. O problema agora é seu.” E deu no pé. ACM mandou a pasta para a casa de Luiz Viana Filho.

* Se você tem alguma sugestão, pode mandar para [email protected] ou, se preferir, vá ao Facebook de Zeca de Aphonso e conte.

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