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Período de Luiz Melodia na Bahia pode ter sido prejudicial para sua carreira, diz biógrafo

Período de Luiz Melodia na Bahia pode ter sido prejudicial para sua carreira, diz biógrafo
Foto: Reprodução / O Globo

Tendo como fios condutores a tríade sexo, drogas e MPB, a biografia “Meu nome é ébano — A vida e a obra de Luiz Melodia”, escrita pelo jornalista Toninho Vaz, chega às livrarias no próximo dia 4 de agosto, exatos três anos após a morte do Pérola Negra. O livro será lançado pela editora Tordesilhas.

 

Conhecido por sua rebeldia e gênio indomável, o poeta do Estácio ganhou fama de maldito nos anos 1970, quando deixou o Morro de São Carlos, onde foi criado, para cair nas graças de artistas já consagrados, como Gal Costa, Maria Bethânia e Hélio Oiticica. Melodia enfrentou problemas com o álcool, o racismo e a desconfiança das gravadoras, que não sabiam lidar com a independência artística do cantor.

 

Os obstáculos enfrentados por Luiz Melodia formam a hipótese de Vaz para explicar o porquê do artisra não ter atingido a fama e o reconhecimento de alguns colegas de geração. 

 

"O Luiz era um cara low profile, discreto, um pouco arredio com a imprensa, não gostava de certa badalação, por isso ficou tachado de rebelde, de maldito, como o Jards Macalé. Eles não eram dóceis no trato com a gravadora e as formalidades. Eu revelo que o sumiço dele em 1977, quando passou meses na Bahia, durante o seu auge, foi um dos motivos para isso. A gravadora queria fazer um disco novo, mandava os adiantamentos, mas ele não aparecia. Ele era um grande nome na época, mas não ligou para a disciplina que era exigida".

 

Conforme publicou O Globo, o livro conta que o período sabático do cantor na Bahia pode ter sido prejudicial para sua carreira, mas foi um sucesso em sua vida pessoal. Foi no estado que ele encontrou Jane Reis, que viria a ser sua companheira até o fim da vida. 

 

Além da dificuldade de lidar com as obrigações do ofício de cantor popular e o manuseio de dinheiro, outro problema para Luiz foi o abuso de substâncias."Ele fazia sucesso e só vivia em botequim. Quer coisa mais danosa para uma carreira artística do que isso? — questiona. — Eu convivi muito com essa cena, e posso garantir que o álcool é pior do que as drogas, que ele já tinha deixado há um bom tempo antes de morrer. O Frejat conta que se impressionava quando saía com ele, que o Luiz ia até o dia amanhecer com um copo de cerveja na mão".

 

Vaz também narra no livro a relação do cantor com duas baianas que abriram as portas da indústria musicam para ele: Gal Costa e Maria Bethânia, e alguns episódios de racismo sofridos por Melodia — descrito como um homem simples, humilde e amigo fiel —, como as ocasiões em que foi levado para a delegacia sem qualquer motivo aparente.