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Artistas celebram a reinauguração da Concha Acústica e relembram ‘encantamento’

Por Jamile Amine / Rebeca Menezes

Artistas celebram a reinauguração da Concha Acústica e relembram ‘encantamento’
Fotos: André Carvalho / Ag. Haack / Bahia Notícias

Um dos principais equipamentos culturais do estado, a Concha Acústica do Teatro Castro Alves passou dois anos e cinco meses fechado para a realização das obras de requalificação do espaço. O espaço, com qualidade estrutural e acústica para agradar até mesmo os cantores mais exigentes, recebeu o apoio de diversos artistas até a sua reabertura, em maio do ano passado. O cantor Gilberto Gil esteve entre aqueles que engrossaram o coro para pedir a abertura do local (leia mais aqui). Porém, uma das personagens a marcar a reinauguração do espaço, Baby do Brasil, buscou resumir as mudanças que ocorreram. “A Concha merece mais do que nunca se transformar nesse grande centro cultural lindo e perfeito pra receber o mundo inteiro. Pode ter até um Cirque du Soleil porque agora tem aquela estrutura em cima de nossas cabeças... Ô dinheiro bem empregado”, avaliou, em referência aos cerca de R$ 80 milhões investidos na primeira etapa de obras pelo governo do Estado. O Ministério da Cultura (Minc) garantiu o aporte de outros R$ 10 milhões. O cantor Saulo Fernandes reforçou a importância do equipamento para a Bahia. Para ele, "a Concha é a coisa mais linda, de maior valor que a gente tem”. “É uma casa cultural que agrega um monte de coisas. Com a volta da Concha, eu que acompanhei, visitei a obra, o coração dá aquela disparada", conta.

Baby, Gil e Saulo durante show dos 50 anos do TCA

Neste um ano, 70 atrações levaram cerca de 240 mil pessoas ao espaço novamente (leia mais aqui). E foi em dezembro do ano passado que Maria Rita, conhecida por sua exigência em relação ao trabalho que realiza, relembrou as qualidades do anexo do TCA. Um dos seus pontos favoritos é a disposição da plateia, que permite “aproximar” o público dos artistas. "Sem meias palavras, a Concha é um dos meus palcos preferidos. Mesmo. O público de Salvador por si só é um espetáculo à parte, com sua musicalidade, sua inteligência musical, sua alegria.  Junta isso ao formato arquitetônico da concha, que faz com que a fileira mais distante pareça estar aqui na minha cara, mais os moradores dos prédios… Eu não exagero em dizer que cantar na Concha sempre foi das experiências mais fortes (e portanto inesquecíveis) que tive cantando. Sempre que sei da possibilidade de show na Concha, agradeço aos deuses todos e torço pra se concretizar. Me sinto plena, completa, conectada com as pessoas…”. Uma das artistas que mais se apresentou no local (veja aqui), Margareth Menezes concorda com a perspectiva de Maria Rita. A cantora acredita que o palco da Concha “é um lugar que tem um significado muito grande na minha carreira e acho que na da maioria dos artistas, não só os baianos, mas os brasileiros”. “É um espaço muito especial. A energia que emana, o jeito que ela é construída, para nós a perspectiva da plateia é como se ela estivesse dentro do palco”. Para Margareth, até mesmo um problema técnico que enfrentou na Concha conseguiu marcar sua história positivamente. O caso ocorreu durante as gravações do disco “Tete a Tete Margareth” (2003). “Eu convidei Carlinhos Brown num dia e no outro dia foi a Cidade Negra. Teve um momento que o som parou e aí ficou aquele clima, aquela coisa. Mas eu consegui me comunicar com o povo, dizendo o que tinha acontecido, de voz. Eu falava, as pessoas fizeram silêncio. E aí de repente eu pedi para o pessoal da minha banda tocar a percussão e eu cantei ‘Faraó’. Aquela Concha explodiu e ficamos ali fazendo um refrão, outro refrão, até que o som voltou. Foi uma coisa muito mágica, nesse dia eu fui aplaudida por 11 minutos”.

Proximidade do público é uma das qualidades do espaço

O TCA também marcou a história de outros artistas, como Paulinho Boca, um dos membros fundadores do grupo Novos Baianos, e João Gilberto. “A Concha é importantíssima, a cidade não pode ficar sem. E o que é mais importante é que todos os artistas, todos, adoram tocar aqui. O João Gilberto, uma vez ele fez um show aqui que tava tão bom, a energia tava tão legal, que ele disse: 'Se eu pudesse eu fazia uma cabaninha aqui e ficava morando aqui um tempão com vocês'. O lugar é fantástico, tem uma energia fantástica e tem tudo a ver com os Novos Baianos, a gente começou praticamente nos eventos de verão dos anos 70 aqui”, lembra Paulinho. A experiência e a “energia” do lugar não costuma marcar somente os artistas. Em março deste ano, pouco antes de seu show (relembre aqui), Liniker lembrou de quando ainda estava na plateia: “Estamos super ansiosos por tocar nesse espaço maravilhoso em que já estiveram pessoas incríveis. Eu lembro que quando era mais nova ficava vendo vídeos de [Maria] Bethânia na Concha e achava aquilo arrebatador. Essa experiência vai ser uma delícia”. Neste sábado (13), o show de Gal Costa marcará o aniversário de um ano da Concha Acústica.