Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Game sobre a Guerra de Canudos deve chegar ao mercado no final do primeiro semestre

Por Marcos Maia

Game sobre a Guerra de Canudos deve chegar ao mercado no final do primeiro semestre
Foto: Reprodução / Facebook
Com a proposta de abordar a Guerra de Canudos através de um game para PC, o “Projeto Sertão” deverá ser disponibilizado para o público através da plataforma norte-americana de jogos "Steam" no final do primeiro semestre desse ano. O jogo é desenvolvido por uma equipe da Aoca Game Lab, empresa desenvolvedora de games encubada no centro “Comunidades Virtuais” da Universidade do Estado da Bahia (Uneb). “Tivemos o playtest no ano passado, e teremos outro agora no dia 10 de fevereiro com oito testers. O projeto se encontra em estágio alfa, quando boa parte dos mandamentos do jogo já foram implementados. Ainda há alguns bugs, algumas coisas introdutórias, mas que são normais nesse estágio do processo”, conta Felipe Pereira, gerente do projeto e Lead Game Designer.

O game, que traz influências do survival "The Flame in the Flood” e do aclamado "The Legend of Zelda",  é protagonizado por Cícera, uma garota de 13 anos que vive com seu avô Tião, um ex-vaqueiro idoso. “A ideia é fazer com que o jogador execute missões que uma criança daquela idade poderia explorar e fazer naquele ambiente e contexto”, explica. Dessa forma, Cícera caminha por povoados vizinhos, ajudando o avô através de quests que misturam características de games de ação e sobrevivência. Assim, a exploração dos cenários torna-se essencial para o desenvolvimento da trama e de habilidades específicas e essenciais para a personagem. Em entrevista ao Bahia Notícias, Pereira explica que a versão atual deve passar por mais uma sessão de teste, antes de uma versão Beta ser entregue entre março e abril. 


Foto: Reprodução / Facebook

Uma vez concluída, essa nova modificação deverá ser submetida pelo Greenlight disponível no "Steam", processo no qual os participantes da plataforma validam a publicação do jogo e passam para outros usuários. Além dele, o projeto conta com uma equipe formada pelo Diretor de Arte Victor Cardozo, pelo Artista Conceitual e Modeler “Bigod the Frog” e pelos programadores Laiza Camurugy e Tulio Duarte, além do Assistente de Game Designer Vinicius Santos. "O projeto é fruto de uma demanda que a gente submeteu ao edital de culturas digitais de 2014, da Secretaria de Cultura. A ideia era fazer um jogo que retratasse a Guerra de Canudos, mas que englobasse o sertão também de uma forma macro”, explica.

Também formado em História, o Lead Game Designer salienta que seu passado na realização de pesquisas históricas em arquivo colaborou para o viés histórico do projeto. Além disso, também foi importante no desenvolvimento do processo de levantamento de informações sobre o conflito de cunho social e religioso ocorrido no País entre a queda da monarquia e a instalação do regime republicano no interior do estado da Bahia. “Antes mesmo de começar, eu já estava pesquisando há dois ou três meses, levantando material bibliográfico, histórias em quadrinhos, documentários, filmes e tudo que tivesse uma ligação não só com Canudos, mas com o sertão”, afirma. Outra figura importante nesse processo é o professor Manuel Neto, um dos maiores especialistas vivos sobre o confronto que catapultou a figura messiânica de Antônio Conselheiro, e que integra o Centro Euclides da Cunha, também na Uneb.



Foto: Reprodução / Tumblr

“Não temos intenção de fazer um documento histórico, mas a gente sabe que daqui a dez ou quinze anos esse jogo pode ser sim uma referência histórica sobre o tema. Assim como nós pesquisamos outros jogos que tem mais precisamente o cangaço e sertão como temática”, destaca. Além disso, a equipe de desenvolvimento realizou uma trilha pelo município de Canudos para captar referências visuais da região, trejeitos, modo de falar do povo sertanejo e observar outros aspectos do cotidiano daquele lugar. “Estamos tentando desenvolver uma perspectiva da leitura de imagens que de certa maneira se distancie dos estereótipos do sertão como um lugar cinza, como um lugar bárbaro e inóspito. Você pode notar que o nosso jogo tem muitas cores”, salienta. Ele destaca a intenção de voltar à região para apresentar uma versão jogável do game para testar com os nativos.

Pereira salienta que o “Projeto Sertão”, que deve ganhar um título definitivo em breve, poderá iniciar uma franquia composta por outras três continuações. De acordo com ele, existe a intenção de trabalhar e aprofundar as narrativas do universo do game paralelamente, através de outras mídias, como HQ’s e animações. “A gente quer focar nesse primeiro momento no lançamento da primeira versão, que deve estar saindo no final do primeiro semestre de 2017. E a partir deste lançamento a gente vai focar na parte técnica, no universo ficcional e no modelo de negócio. Fazer com que a gente possa expandir esse universo para mais jogos”, pondera.