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‘Fogueira Doce’: Mateus Aleluia canta o amor, a Bahia e o céu de Luanda em novo disco solo

Por Jamile Amine

‘Fogueira Doce’: Mateus Aleluia canta o amor, a Bahia e o céu de Luanda em novo disco solo
Foto: Jamile Amine / Bahia Notícias
Foram sete anos entre “Cinco Sentidos” (2010) e o “Fogueira Doce”, segundo disco solo de Mateus Aleluia, que será lançado em 15 de fevereiro no Rio de Janeiro. Para o cantor e compositor cachoeirense, o tempo é reflexo de um processo normal. “Nós trabalhamos com um pouco de paciência com aquilo que a gente quer transmitir. Dentro daquilo que nós acreditamos. E nesse processo a gente tenta respeitar. Se não tem um trabalho que possa ser mostrado ainda, a gente se segura um pouco e vai aguardando. Não houve nada proposital, é mesmo uma questão de tempo, tempo do próprio trabalho”, explica o artista.

São 12 faixas, todas elas autorais e algumas parcerias. Compostas nos anos 70 junto com Dadinho – ex-companheiro no grupo Os Tincoãs –, as canções “Obatotô” e “Filha! Diga o que vê?” ganharam releituras. Carlinhos Brown é outro colaborador presente no álbum, com a música “Convênio no Orum”. “Foi feita naquela fase que nós fizemos ‘Maimbê Dandá’”, revela Mateus Aleluia, lembrando da composição que fez sucesso em 2004 na voz de Daniela Mercury. “Então, na esteira daquele trabalho que estávamos fazendo surgiu essa”, completa o músico.  

Relembre outra parceria entre Carlinhos Brown e Mateus Aleluia:

 
A faixa-título é uma espécie de poesia íntima, que aproxima o artista de suas paixões. “Fogueira Doce” remete ao pôr do sol de Luanda, que por cerca de duas décadas foi morada de Mateus Aleluia e também o lugar onde conheceu a angolana Rosa, sua esposa. “Fogueira doce, / Sol madrugado / É Luanda e basta / Beleza divinal / Maravilha, é o sol se ponto/ É Luanda e basta / Beleza sem igual / (...) Meiguice crioula – crioula meiguice, / É só rosa e basta / Eu nasci pra lhe amar / Convive bonito com minha esquisitice / É só rosa e basta, eu nasci pra lhe adorar / Eu que vinha de outras terras / Tratando das minhas feridas, / Trazidas de uma vida aflita / Meus traumas Freud não explica... / Eu encontrei a rosa / E me tornei roseiro – só”, diz a canção.

“Bahia, Angola, África, o nosso lugar não está localizável. O nosso lugar é a nossa cultura”, escreveu o produtor cultural Sérgio Guerra na apresentação do disco, cuja produção musical é assinada por Alê Siqueira. O álbum é, de fato, um retrato das vivências e olhares de Mateus Aleluia, e, portanto, um mosaico de impressões e expressões da cultura afro-brasileira. “Seo Mateus canta a Bahia, canta Angola, canta a nossa alma, o nosso lugar no mundo. Faz isso de maneira orgânica porque faz parte da forma dele estar no mundo. Banto, Gege, Nagô. Seja em Angola, Salvador, Benin ou Cachoeira ele traz o canto desse lugar com uma voz invulgar que sai do coração e alimenta a nossa alma. Fala dos nossos deuses com essa simplicidade que só quem o é pode se expressar”, descreve Sérgio Guerra, coordenador geral e patrocinador deste projeto.
 
Sete anos após o lançamento de "Cinco Sentidos", Mateus Aleluia lança novo disco solo | Foto: Vinicius Xavier / Divulgação
 
O lançamento de “Fogueira Doce” na Bahia é incerto, e a turnê se inicia no Rio de Janeiro por obra do destino. “O Rio me convidou para fazer um show e aí aproveitei para fazer o lançamento. Hoje em dia está tudo muito difícil mesmo, então a gente tem que aproveitar as oportunidades”, conta Mateus Aleluia, revelando que em outubro do ano passado havia tentado lançar o disco em casa, mas não teve êxito. “Eu estava tentando lançar o disco aqui primeiro, mas não foi possível, não deu. Não conseguimos reunir as condições logísticas e o necessário para o lançamento. Solicitamos alguns apoios, não vieram no tempo devido, mas vamos voltar à cena, para ver como as coisas se compõem”, explica.