Para autor colombiano, a língua prejudica o conhecimento da produção brasileira
Por Ailma Teixeira, de Cachoeira
Foto: Ailma Teixeira / Bahia Notícias
Primeira atração internacional a se apresentar na sexta edição da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), o colombiano Juan Gabriel Vásquez lamenta ainda não falar português – além de espanhol, ele fala inglês e francês – e precisar de tradução simultânea para participar da mesa “Histórias de humor sutil, micromundos familiares e fratura generalizada”. Com tristeza, ele admite que esse impasse é também o que lhe impede de conhecer a fundo a literatura brasileira. "Temos uma relação forte com Chile e Uruguai graças à língua, então essa barreira é um impedimento muito triste pra mim porque o entendimento, a sincronia cultural, temperamental é muito mais forte com o Brasil do que com outros países", afirma o autor, assumindo a "culpa" por acreditar que os brasileiros têm muito mais facilidade em entender espanhol do que o contrário. Por conta disso, ele sente que possui um débito com o país por não conhecer a fundo produção nacional. “Tenho certeza que não conheço a literatura brasileira, é muito mais do que eu conheço. Claro, posso falar de Clarice Lispector, de Jorge Amado, de escritores da minha geração, que respeito e admiro muito como Adriana Lisboa, mas sinto desconhecimento e é algo que tenho que remediar", analisa.
Com mediação de Zulu Araújo, Juan Gabriel Vásquez dividiu a mesa com o crônista Antônio Prata | Foto: Ailma Teixeira / Bahia Notícias