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Marca Bahia Notícias

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Cineasta brasileiro selecionado em Cannes critica impeachment durante festival

Cineasta brasileiro selecionado em Cannes critica impeachment durante festival
Foto: Reprodução / Facebook
O cineasta pernambucano Fellipe Fernandes, cujo trabalho foi selecionado para integrar a mostra Semana da Crítica, no Festival de Cannes, criticou o afastamento da presidente Dilma Rousseff e a situação política do Brasil, durante o evento na França. Antes da exibição, no domingo (15), quando a equipe foi chamada ao palco para falar sobre o filme “O Delírio é A Redenção Dos Aflitos”, Fernandes disse, em francês, que a estreia de seu primeiro curta-metragem acontecia em um momento especial e muito tenso no Brasil. “Falei que um golpe de Estado havia acabado de se concretizar no Brasil e que quando voltássemos para casa estaria no poder um governo ilegítimo, machista e elitista. E que nesse momento o cinema era uma de nossas armas de resistência e que nós iríamos resistir”, contou o artista à EBC, que disse ainda que o protesto foi em nome de toda a equipe do filme. O cineasta disse ainda que o cinema “vai resistir” às mudanças conduzidas pelo governo do presidente interino Michel Temer. “A primeira possibilidade de resistência do audiovisual é dar voz, forma e movimento a histórias que não estão na pauta da grande mídia. Precisamos lembrar que a batalha social também é narrativa”, afirmou Fernandes, destacando ainda o temor da classe com as consequências de medidas como a extinção do Ministério da Cultura, que passa a ser um apêndice da Educação. “Já passamos por momentos no Brasil em que não se produzia filme, era a coisa mais difícil do mundo. E agora a extinção do Ministério da Cultura deixou todo mundo em alerta, a gente não faz ideia do que pode vir por aí, e os sinais que tem chegado a nós não têm sido bons. A gente estava começando a consolidar uma cena de cinema, quase uma indústria já, a quantidade de gente em todo o Brasil que é empregada nisso, a geração de renda que isso significa”, avaliou o artista, que disse estar preocupado também com a possibilidade do fim da Agência Nacional do Cinema (Ancine). “Se for extinta, por exemplo a Ancine, que é uma instituição recente, que não está consolidada, se compromete toda a produção audiovisual do país”, afirmou.