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Marca Bahia Notícias

Notícia

‘As batidas da minha terra natal estão sempre em qualquer trabalho que faço’, diz Lan Lanh

Por Jamile Amine

‘As batidas da minha terra natal estão sempre em qualquer trabalho que faço’, diz Lan Lanh
Foto: Divulgação
Após estrear em março no Rio de Janeiro - cidade onde reside desde o final dos anos 80 -, a percussionista baiana Lan Lanh volta a Salvador para realizar o show comemorativo dos seus 30 anos de carreira. A artista apresenta o “Batuque da Lan Lanh” nesta sexta-feira (6) e sábado (7), às 20h30, no Café-Teatro Rubi – Sheraton da Bahia Hotel. Durante a apresentação, de aproximadamente 1h20, Lan Lanh contará ao público sobre o início da sua carreira, computada a partir de sua primeira banda, montada em 1989, na Bahia, junto com outro conterrâneo, Márcio Mello. “A gente abriu um show de Luiz Caldas, começou a fazer sucesso nas casas noturnas de Salvador e ele trouxe a gente pro Rio para apresentar a gravadora dele na época, que era a Polygram. E ai a gente acabou gravando, assinamos o contrato no Rio de Janeiro e fui me radicando aqui. Hoje eu estou com 47 anos e eu computo os 30 anos de carreira a partir do meu primeiro trabalho profissional, que foi com o Rabo de Saia, minha primeira banda”, lembra.

No show, que tem também um aspecto teatral, o público irá conferir uma retrospectiva da carreira da artista, através de suas influências. Um dos destaques no repertório é o frevo “Tatiane”, de Osmar Macedo, que foi uma grande referência para Lan Lanh. “Quando eu era bem jovem, começando na música, eu fui conhecer o seu Osmar. Ele recebia os jovens músicos na casa dele, na Ribeira, e tocava pra gente ouvir”, lembra a artista, que na ocasião aproximou-se também de Armandinho Macêdo, com quem tocou por muito tempo. “E ai eu vou pincelando algumas músicas de alguns compositores e algumas histórias que fizeram parte desses 30 anos, além das minhas músicas autorais do último disco que lancei, que é o disco “Mi””, explica a percussionista, lembrando que o set-list tem muito do afro-jazz e do afro-samba, como a canção “O Canto de Xangô”, de Baden Powell e Vinícius de Moraes. “Toco também um compositor que me inspirou muito na música, que é o Moacir Santos, um grande maestro que mexeu muito com essa coisa de orquestra e percussão afro, que também é a minha base. Minha base na percussão foi muito focada nas coisas da Bahia, principalmente na minha grande mestra, que foi a Mônica Millet. Na época que montei a Rabo de Saia eu era baterista e ela tocava percussão e veio dai o meu interesse pela percussão, porque na verdade comecei minha carreira como baterista”, revela a artista.
 

Lan Lanh ao lado de Armandinho Macêdo | Foto: Arquivo 
 
Profissionalmente, Lan Lanh iniciou com a bateria, mas seu primeiro instrumento foi o violão, que até hoje serve como base para suas composições. “Eu toco tudo, eu toco a porra toda”, brinca a artista. “Percussão, bateria, violão, toco ukulele também, mas o show é muito focado na minha percussão e nos arranjos de corda dos dois meninos que tocam comigo, João Felippe Brasil e Guto Menezes. Então eles ficam com as harmonias e as melodias, enquanto eu fico solta no couro comendo”, explica a instrumentista, destacando o papel da Bahia no seu trabalho. “A minha base na música é a percussão, as batidas da minha terra natal estão sempre em qualquer trabalho que eu faço. Seja no meu trabalho, ou seja pelo mundo. Por exemplo, eu fiz uma turnê com a Cyndi Lauper há dois anos onde eu levei todas as levadas da Bahia e os afros para a música dela. Foi uma grande mistura, e ela queria justamente isso, uma percussão afro-brasileira, dentro do trabalho dela, que foi minha função”, lembra Lan Lanh.
 

A artista iniciou a carreira como baterista, mas hoje sua base musical é a percussão | Foto: Arquivo
 
A artista ressalta ainda a importância de celebrar seus 30 anos de trajetória com um show em em Salvador. “É uma alegria pra mim estar tocando ai, perto da minha família, da minha terra, das minhas origens. Poder convidar as pessoas que fizeram parte dessa história, que eu dou uma resumida nesse show”, diz a artista, lembrando que contou com um “auxilio luxuoso” da amiga e parceira Nanda Costa na direção, para formatar três décadas de carreira em 1h20 de show. “Eu devo também muito a esse auxilio da direção da Nanda, que pôde, com a sensibilidade artística que ela tem, olhar de fora todo o meu trabalho, as minhas influências, e me ajudar a costurar esse repertório”, afirma a percussionista, que já trabalhou com grandes nomes da música, a exemplo de Elba Ramalho, Tim Maia, Titãs, Marisa Monte e Cássia Eller, e há 10 anos integra a Banda Moinho, ao lado da conterrânea Emanuelle Araújo.
 

Lan Lanh acompanhou a cantora Cyndi Lauper em turnê mundial | Foto: Arquivo
 
Depois de passar por Salvador, Lan Lanh levará o show para São Paulo, com o objetivo de estender a turnê “pra todo canto” e encontrar “um porto seguro” para gravar o seu primeiro DVD ao vivo em carreira solo. “O ‘Batuque da Lan Lanh’ eu vejo ele mais como um show meio hibrido, um pouco teatral, então é uma oportunidade boa de fazer um DVD. Quem sabe eu não consigo fazer essa gravação ai na Bahia? Seria bom”, diz a artista, que volta e meia retorna à terra natal para “recarregar as baterias” e visitar a família, residente em Salvador.


Serviço
O QUÊ: Lan Lanh – Batuque da Lan Lanh
QUANDO: Sexta-feira e sábado, 6 e 7 de maio, às 20h30
ONDE: Café-Teatro Rubi – Sheraton da Bahia Hotel
QUANTO: R$ 80