Festival de Berlim: roteiro de cineastas baianos é selecionado para laboratório
Por Jamile Amine
Cláudio Marques representa a Bahia na Alemanha | Foto: Reprodução / Facebook
O cineasta baiano Cláudio Marques desembarcou na Alemanha para participar do Script Stations, laboratório de cinema que integra o encontro anual Berlinale Talents do Festival Internacional de Berlim. Seu projeto “A Mensageira”, realizado em parceria com Marília Hughes, foi um dos dez longas-metragens selecionados, entre 2,6 mil nomes de 118 países. “O Berlinale Talent Campus abre inscrição para o mundo todo. É um formulário que exige bastante de quem vai submeter um projeto. Então, nos dedicamos, preparamos e mandamos o projeto de ‘A Mensageira’ para Berlim. Foram quase seiscentos projetos no total, pelo que me contaram. Apenas 10 passaram para a etapa final”, conta o artista, que diz estar contente com a conquista para o cinema brasileiro, também representado na figura de Vera Egito, com o longa-metragem "Sahar". “É mais uma conquista para nós e para o cinema brasileiro. Fato é que existem muitos bons projetos e filmes pelo mundo todo. E estamos falando de um dos mais importantes festivais de cinema do mundo e que possibilita uma boa visibilidade para projetos e, depois, para os filmes. Enfim, é um trabalho necessário, muito importante a ser feito. Precisamos mais e mais buscar a internacionalização do nosso cinema”, diz o baiano.
Baiano entre cineastas selecionados para o Script Stations | Foto: Reprodução / Facebook
Durante o laboratório, os selecionados participam de oficinas, palestras e debates, além de contar com um tutor para auxiliar no desenvolvimento do roteiro. Cláudio Marques contará com o apoio do alemão Franz Rodenkirchen. “Ele é muito experiente e vem trabalhando há décadas no desenvolvimento de roteiros bem sucedidos. Fiquei muito contente por ele ter feito questão de ser o nosso tutor. Tivemos duas sessões de conversas excelentes. Faltam ainda dois dias. Creio que temos muito trabalho pela frente, pois a discussão tem sido muito boa”, conta Cláudio, que viajou sem a parceira de direção Marília Hughes, por questões particulares. Apesar da distância momentânea, a dupla que esteve à frente do premiado “Depois da Chuva” (clique aqui e leia) mantém a comunicação para dar continuidade ao novo trabalho. “Trata-se de um projeto nosso. Ela está desde o início e é responsável por todas as decisões comigo”, explica Marques.
O longa-metragem “A Mensageira” conta a história de Íris, que, graças ao seu trabalho, visita os mais diversos bairros de Salvador, dos mais pobres, passando pelos de classe média e até os ricos. “Ela entrará em contato com os problemas cotidianos de nossa população e irá se deparar com questões morais que a deixarão perturbada. Por enquanto, é o que eu posso falar sobre o filme, pois há muito o que trabalhar!”, conclui o cineasta baiano.