Por falta de representantes negros no Oscar, Spike Lee se recusa a ir à premiação

O diretor de cinema Spike Lee, que em novembro do último ano recebeu um Oscar honorário por sua carreira, declarou que não irá participar do prêmio em 2016 devido a falta de diversidade entre os indicados. Em seu Instagram, Lee publicou um texto, criticando a postura da Academia e lembrando o aniversário de Martin Luther King, ativista dos direitos dos negros nos Estado Unidos. "Nós não podemos apoiar isso e eu não quero desrespeitar os meus amigos, o apresentador Chris Rock, o produtor Reggie Hudlin, a presidente [Cheryl Boone] Isaacs e a Academia. Mas, como é possível pelo segundo ano consecutivo todos os 20 candidatos na categoria de ator serem brancos? E não vamos nem entrar em outros ramos. Quarenta atores brancos em dois anos e nenhuma personalidade. Não podemos atuar?!", criticou.

Foto: Reprodução/ Instagram Spike Lee

 

Quando os indicados foram anunciados na última quinta, a hashtag "#OscarSoWhite" que já havia aparecido no Oscar 2015, voltou aos Trending Topics do Twitter. Em entrevista ao Deadline, a presidente da Academia, Cheryl Boone Isaacs se refutou das críticas ao afirmar que também lamenta a falta de diversidade na premiação, mas que isso não tira o mérito dos indicados, que compõem um "ótimo ano para o cinema" (leia aqui). Para Lee, a "batalha real" se concentra nos "escritórios executivos de Hollywood, nas TVs e nas redes de televisão a cabo" por terem o poder de realizar os projetos. "É mais fácil para um afro-americano ser presidente dos EUA do que presidente de um estúdio de Hollywood", destacou.