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Marca Bahia Notícias

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Criador do Panorama avalia que falta incentivo para cinema baiano: ‘potencial enorme’

Por Daniel Silveira

Criador do Panorama avalia que falta incentivo para cinema baiano: ‘potencial enorme’
Claudio Marques, criador do Panorama | Foto: Divulgação
O cineasta Cláudio Marques é idealizador do Panorama Internacional Coisa de Cinema, festival que acontece anualmente em Salvador, e às vésperas da 11ª edição do evento, traçou críticas ao momento do setor no estado e o relacionou à falta de financiamento do governo. “Acho que a gente tem núcleos bons, pessoas interessantes, filmes bons. Mas a produção baiana está muito tímida, nossa participação é muito pequena, muito aquém do nosso potencial”, opinou o diretor ao BN. Um dos motivos para isso seria a falta de olhar do poder público do estado para as produções audiovisuais pois, segundo ele, a pequena produção baiana não dá conta das possibilidades que o estado têm. “A gente está perdendo um potencial enorme”, comenta Marques. “Nos últimos três anos tivemos três editais”, lembra. A Secretaria de Cultura de Estado da Bahia (SecultBa) confirma através de sua assessoria que editais para produções não foram lançados por conta da falta de recursos, mas ressaltou que pequenas ações foram realizadas, como o lançamento do Cineclube Walter da Silveira.
 

 Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha é a casa do Panorama há 10 edições | Foto: Divulgação
 
Marques, um dos diretores do longa baiano "Depois da Chuva", avalia que a 11ª edição do festival acontece em um contexto bem diferente do que quando começou, em 2002, por conta do aumento da produção nacional. De acordo com o crítico e cineasta, incentivos do governo federal, como os editais para produção de filmes, fizeram aumentar consideravelmente o número de filmes feitos no Brasil nos últimos 20 anos. Segundo Marques, em 1995 foram lançados 14 longas brasileiros, contra os 120 lançados em 2014. O cineasta usa como exemplo o estado vizinho de Pernambuco para pontuar a falta de investimentos satisfatórios para a área. “Só esse ano foram destinados R$ 20 milhões para o cinema em Recife, na Bahia ainda não foi nada”, conta Cláudio. Pernambuco, vem investindo em fomento para o audiovisual com uma política de editais constante, desponta como um polo cinematográfico no Nordeste. O estado que revelou nomes como Kléber Mendonça Filho (Som ao redor), Cláudio Assis (Febre do rato) e Lírio Ferreira (Árido movie), abriga a Janela Internacional de Cinema de Recife, festival que tem colocado Pernambuco na rota principal do cinema nacional.