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Edição baiana do In-Edit Brasil começa nesta terça na Sala Walter da Silveira, em Salvador

Por Virgínia Andrade

Edição baiana do In-Edit Brasil começa nesta terça na Sala Walter da Silveira, em Salvador
My Name is Now, Elza Soares encerra a programação, dia 19. Foto: Divulgação
Pela quinta vez, o Festival Internacional do Documentário Musical (In-Edit Brasil) chega a Salvador para celebrar a música e o cinema. A edição baiana do evento, primeiro dedicado exclusivamente ao gênero do documentário musical no país, tem início nesta terça-feira (14), às 20h, na Sala Walter da Silveira, nos Barris, e segue em cartaz com sua vasta programação até o próximo domingo (19). A abertura ficará por conta do premiado documentário "Paco de Lucía: La Búsqueda", uma série de entrevistas a Curro Sanchez, filho do músico espanhol, sobre a trajetória do pai e sua eterna busca pela perfeição. Clique aqui e veja a grade completa do festival.

Uma mostra da sétima edição nacional do In-Edit Brasil, que rolou em São Paulo de 1° a 12 de julho e que contou com 60 filmes, cinco salas de projeção e 12 dias de programação, entre shows, bate-papos e debates, a edição baiana exibirá 27 títulos, entre longas e curtas-metragens nacionais e internacionais, em sessões gratuitas e abertas ao público. "Salvador é uma versão menor, uma mostra do que aconteceu em São Paulo, um modelo que a gente gostaria, inclusive, de mandar para outras cidades de itinerância do festival", comenta o diretor do In-Edit, Marcelo 'Aliche' Andrade, ao Bahia Notícias.

Para a edição do festival em Salvador, cuja programação é reduzida, Aliche priorizou os filmes da competição nacional e destaques da cinematografia brasileira e estrangeira. "Há que se levar em consideração que o orçamento para fazer a edição baiana é muito inferior ao de São Paulo. Então, na hora de fazer a curadoria vários elementos são levados em consideração, mas a prioridade são os filmes de competição nacional e alguns destaques brasileiros e internacionais", explica o diretor. Entre os filmes imperdíveis estão "Mr. Dynamite: The Rise of James Brown", de Alex Gibney, e "Eu Sou Carlos Imperial", de Renato Terra e Ricardo Calil, que levou a menção honrosa do júri.

"Paco de Lucía: La Búsqueda", filme sobre a trajetória do músico espanhol, abre programação
 
Para viabilizar a edição 2015, Aliche diz ter contato "com a ajuda de Deus". Aliado à redução significativa no orçamento que o evento sofreu nos últimos anos, soma-se apenas o apoio da Riachuelo, única patrocinadora da versão baiana do festival. "A gente tinha outro patrocínio na Bahia, que não aconteceu, e recebemos um apoio da Riachuelo para poder fazer e não perder o calendário", diz Aliche. Com a edição de SP a realização também não foi fácil. "O governo de atrasou o programa do ProAC (Programa de Ação Cultural), que era uma liberação para poder captar [recursos] no mês de março, acabou sendo no mês de abril", conta o diretor. Por conta desses contratempos, o festival, que era para ser inaugurado há dois meses, em 1° de maio, e vir para Salvador dia 14, só foi lançado no dia 1° de julho.

No circuito do In-Edit há cinco anos, Salvador pode deixar de ser a única cidade no roteiro do festival. A ideia de Aliche é levar o evento para outros lugares, mas para que isso seja possível são necessários apoiodores locais fortes. "A gente está correndo para manter essa edição [em Salvador] e não ter nenhuma falha no calendário. Nossa intenção é pegar esse modelo da Bahia que tem funcionado bem e levar para outras cidades, mas para isso é preciso ter um parceiro local muito forte e isso é difícil de encontrar", explica. 

"Eu Sou Carlos Imperial", filme sobre o polêmico do showbizz brasileiro, é um dos destaques programação
 
Sobre o desafio de levar o público ao cinema para prestigiar um festival de documentário musical, Aliche acredita que existe um a demanda reprimida dos fãs de música e, por isso, o evento os têm como seu primeiro foco. "Existem pessoas que gostam naturalmente tanto de cinema quanto de música, mas existe uma demanda reprimida dos fãs de música que aparece. Os fãs de cinema acabam descobrindo no In-Edit coisas de grandes diretores, mas a primeira busca do festival são os fãs de música", afirma.

O diretor defende que um dos porquês de o festival existir é sua capacidade de colocar em evidência um gênero cinematográfico feito desde os anos 1930 no Brasil. "Os documentários musicais sempre existiram, o Humberto Mauro já fazia documentário musical em 1936. A questão é o que o festival traz esses títulos à tona. A gente faz com que eles se sobressaiam, coloca essa produção em evidência", destaca Marcelo. No contexto atual, em que os filmes podem ser lançados diretamente na internet, Aliche acredita que esse trabalho de curadoria torna-se ainda mais importante. "A gente vive em um mundo com excesso de informação, mas não tem ninguém que te diga o que vale e o que não. Então esse trabalho de curadoria que a gente faz é importante, porque muito mais que colocar em evidência esses filmes, a gente faz uma seleção e apresenta para o público o documentário de maneira diferenciada, com um recorte específico", finaliza.