Paula Toller faz show no Teatro Castro Alves e apresenta música com citação do poeta
Por Jamile Amine
Foto: Claudia Cardozo / Bahia Notícias
Apesar do clima de insegurança no entorno, com flagrante de furto antes do inicio da apresentação, a sala principal do Teatro Castro Alves teve lotação máxima na noite desta segunda-feira (20), véspera do feriadão, para conferir o show de Paula Toller. A cantora, que esteve em Salvador pela última vez em 2013, junto com o Kid Abelha, apresentou ao público baiano o seu mais novo disco, “Transbordada”, além de musicas de outros álbuns solo e sucessos do grupo carioca. A abertura do show ja mostrava a proposta do novo projeto, em parceria com o produtor Liminha. Uma imersão total no pop e na pista, com direito a muitas luzes e uma gravação com distorçao da voz de Paula Toller, que convidava a plateia para entrar neste universo. A primeira música apresentada foi “Ohayoou”, parceria com João Barone, dos Paralamas do Sucesso, seguida do hit “Fixação”. Retomando o novo álbum, Paula disse estar contente em cantar em Salvador e puxou uma pequena crítica social para apresentar uma canção inédita. “Essa que a gente vai tocar agora é o meu recado para esses tempos atuais de grandes ambições e grandes decepções: Calmai”.
Paula Toller apresentou seu quarto disco solo "Transbordada" | Foto: Claudia Cardozo / Bahia Notícias
O repertório foi uma espécie de passeio pela trajetória da cantora, com músicas desde o álbum “Seu Espião”, primeiro do Kid Abelha (Fixação, Pintura Intima, Como eu Quero); passando por outros sucessos da década de 80 (Nada Por Mim e Os Outros); pelos anos 90 (No Seu Lugar, Eu Tive Um Sonho, Te Amo Pra Sempre, Grand’ Hotel e Deus); até chegar ao último disco de inéditas do grupo (Eu To Tentando); pelo Acústico MTV Kid Abelha(Nada Sei) e os seus outros trabalhos solo (8 Anos, Meu Amor Se Mudou Pra Lua, A Noite Sonhei Contigo, Derretendo Satélites). Do “Transbordada”, vale destacar a apresentação de “Ele ou Ele”. “Essa música foi feita a partir do momento em que comecei a perceber que tinha muitas músicas falando de musas, mulheres, Dora, Ligia, Ana Júlia, e que não tinha musicas com nome de homem. Entao eu fiquei procurando nome e só vinham nomes assim tipo Luiz Augusto, Rodrigo Otavio, nada que tinha uma rima muito romântica, então eu acabei escolhendo esse “Ele oh Ele” e to muito feliz de tocar essa música aqui pela primeira vez, porque tem uma citação do poeta Castro Alves, Vozes da Africa, ‘Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?’ e eu coloquei essa citação na música pra endeusar esse muso homem”, explicou Paula Toller. Vale destaque ainda as versões de “Wicked Game” (Chris Isaak) e “Ando Meio Desligado” (Mutantes) e “Céu Azul” (Charlie Brown Jr.).
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