Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias

Notícia

Pré-estreia de ‘Irmã Dulce’ tem participação de elenco e personalidades baianas nesta segunda

Por Jamile Amine

Pré-estreia de ‘Irmã Dulce’ tem participação de elenco e personalidades baianas nesta segunda
Foto: Jamile Amine / Bahia Notícias
A pré-estreia do longa-metragem Irmã Dulce, exibida somente para convidados, ocupou todas as salas do UCI Orient, no Shopping Iguatemi na noite desta segunda-feira (10) e reuniu várias estrelas do filme, como Bianca Comparato, Regina Braga, Zezé Polessa, Malu Valle, os atores baianos Fábio Lago, Caco Monteiro, Aicha Marques, Amaurih Oliveira e sua colega da Escola de Teatro da Ufba, Patricia Oliveira, além dos artistas mirins Lisandro Oliveira e Sophia Brachmans e do diretor Vicente Amorim.
 
Algumas presenças ilustres também estiveram no cinema para acompanhar a exibição do filme, como Padre Zezinho e o arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, que destacou a importância do filme e da obra de Irmã Dulce. “É uma alegria grande, justamente no ano do centenário do nascimento dela. Achávamos que não seria possível, mas foi possível terminar este ano. Penso que vai servir pra destacar para o Brasil alguém que dedicou sua vida aos pobres e necessitados, mesmo com todas as limitações. Penso que Irmã Dulce veio para anular nossas desculpas. Ela pequena, frágil, limitada e doente conseguiu fazer uma obra que continua repercutindo”, disse.
 
Dom Murilo Krieger foi uma das personalidades presentes na pré-estreia / Foto: Jamile Amine - Bahia Notícias
 
Bianca Comparato conseguiu reproduzir essa “fragilidade”, interpretando com maestria a cadência da voz e a expressão corporal de Irmã Dulce, na juventude. Para isso, a atriz teve que fazer um “mergulho completo”. “Foi um processo, meses de trabalho em casa no Rio de Janeiro, sozinha. Depois um mês morando em Salvador. Demorou muito, eu parei minha vida toda para me dedicar ao filme. É realmente uma personagem muito diferente de mim, então não tinha  outra maneira. Passei um tempo no convento, andei na rua vestida de hábito e entrei em contato com o povo. Conversei muito com freiras, fui à missa, rezei, li a bíblia, foi uma transformação”, conta Comparato, que decidiu não ver o filme antes desta exibição. “Escolhi não ver porque queria ver aqui na pré-estreia, com as pessoas. Aqui é o lugar desse filme, ele é baiano, é sobre uma mulher que representa o estado da Bahia em nosso país. A mãe do nosso país, eu vejo a Bahia dessa forma. É um estado que mora no meu coração, é muito especial”, revela.
 

Bianca Comparato interpreta Irmã Dulce na juventude / Foto: Genilson Coutinho
 
Para Regina Braga, que vive a freira na maturidade, “é o máximo” estar em Salvador durante a primeira exibição púbica. “De cara eu falei: ‘esse filme tem que estrear aqui, que é a casa dela’. E foi fundamental ter vindo pra Bahia um mês antes, senão não teria conseguido nada. Acho que isso foi fundamental. Estar aqui nessa cidade, conviver com as pessoas que conviveram com ela. Porque aqui em Salvador você não entra em um quarteirão sem alguém te contar uma história nova sobre Irmã Dulce. Acho que isso foi o que nos enriqueceu muito, essa sensação que tive muito forte de estar o tempo inteiro com a realidade e a ficção caminhando muito próximas. Isso aconteceu aqui. Foi muito bom e muito forte. E hoje é essa alegria toda aqui”, diz a atriz.
 
A pequena Sophia Brachmans e Regina Braga, que vivem Irmã Dulce na infãncia e na maturidade
 
Totalmente filmado em Salvador, a obra não poderia deixar de contemplar também um time de artistas baianos. “A gente teve apoio de pessoas de produção aqui da Bahia, desde o começo. Esse filme é baiano também, então não fazia sentido a gente filmar aqui sem usar grande parte da equipe baiana. Além do mais, o filme é sobre uma santa baiana. Tinha que ser assim, não só por questão moral, mas até por questão prática. Até porque as equipes e os artistas baianos são extraordinários, tão bons quanto os que estão no resto do Brasil. Trabalhar com eles, portanto, não é nenhum favor que a gente faz, é um privilégio que a gente tem”, conta o diretor Vicente Amorim.
 
Diretor Vicente Amorim considera privilégio trabalhar com artistas baianos / Foto: Jamile Amine - Bahia Notícias
 
Baianos experientes foram escalados, a exemplo de Fábio Lago, que interpreta o bandido Neco na obra, e em 2015 comemora 30 anos de carreira. “Se eu não participasse desse filme eu não ia fazer mais cinema na Bahia. É um filme que é importante para a Bahia, para o Brasil, para o mundo. A gente conseguiu fazer essa pequena homenagem a Irmã Dulce, e fazer parte disso é um privilegio. Toda vez que vou falar dela eu fico arrepiado, me emociono porque conheci ela muito rapidamente, e não conseguia desgrudar o olho. Eu sentia uma mistura de afeto, de certo temor por aquela figurinha tão frágil, com olhar tão forte, poderoso. Eu tinha medo de me aproximar e tocar nela”, lembra Lago, que recentemente esteve em Salvador em um espetáculo teatral e pretende retornar à cidade celebrar as três décadas  de carreira.
 
Fábio Lago faz 30 anos de carreira em 2015 e pretende celebrar em Salvador / Foto: Jamile Amine - Bahia Notícias
 
Outro baiano experiente é Caco Monteiro, que no filme vive o prefeito e depois chega a ser governador. “Como baiano é uma honra poder fazer um filme sobre a vida de Irmã Dulce, que era uma revolucionária, para a época dela. Outra coisa foi trabalhar com um diretor que já trabalhei antes nos filmes ‘Tieta do agreste’ e ‘Caminho das nuvens’. Além do mais, foi sensacional essa coisa de misturar os atores baianos com os do sul”, diz.
 
O jovem ator Amaurih Oliveira é outro representante baiano na trama. Ele interpreta João, um dos personagens centrais na história, e destaca a importância de poder trabalhar em sua terra natal.  “Estou muito feliz de poder participar, não só pela importância desse filme, mas também como ator. É de uma felicidade e gratidão enorme poder contar a historia de Irmã Dulce e ter trabalhado com uma equipe maravilhosa, ainda mais em casa. A maioria dos atores acaba tendo que sair da Bahia para poder fazer personagens bacanas, tanto no cinema, como na TV. Graças a Deus eu estou podendo fazer isso morando aqui ainda, sendo um ator regional, então a felicidade é muita”, diz ele.
 
O baiano Amaurih Oliveira interpreta um dos personagens centrais em "Irmã Dulce" / Foto: Jamile Amine - Bahia Notícias
 
Interpretando uma das freiras que convivem com Irmã Dulce na juventude, Patricia Oliveira, outra jovem atriz, colega de Amaurih na Escola de Teatro da Ufba, destacou a generosidade como ponto forte, tanto n a história, como entre os envolvidos na produção.  “A equipe toda foi de uma generosidade imensa. Tanto Regina, como Bianca, quanto Vicente, e a preparadora Maria Silvia. E poder ajudar a contar a história de Irmã Dulce é de uma sorte e uma alegria. Ela foi uma pessoa que dedicou a vida em prol dos outros. É uma lição de vida extremamente necessária. De abdicação, amor pelo próximo, uma experiência que não tem tamanho. Essa é minha primeira vez no cinema, e é muito bom poder estar trabalhando com o pessoal de Salvador, ainda mais dividindo personagem com Zeca de Abreu, que também foi muito generosa comigo na composição”.
 
O filme, que estreia nesta quinta-feira (13) para o Norte e o Nordeste, conta a história da freira baiana em fases, que por vezes se entrelaçam em pequenas lembranças. A Dulce criança é interpretada por Sophia Brachmans, que percorre a Salvador pobre ao lado da tia e aprende o sentido da caridade. Depois, Bianca Comparato entra em cena e consegue transmitir o ponto justo da aparentemente fragilidade da beata, contando sua trajetória de persistência - apesar de sua enfermidade, sua devoção por Santo Antônio, e o embrião que viria a ser a Obra Assistencial de Irmã Dulce. Por fim, Regina Braga interpreta a freira na maturidade, reforçando sua luta, por vezes subversiva, para garantir o bem estar de “seus pobres” e “seus doentes”, culminando com a visita do Papa a Salvador, em uma cena que explora bastante a emotividade. O filme chegará aos cinemas das demais regiões do Brasil no dia 27.

Veja o trailer de "Irmã Dulce":