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‘Acabar com o Bahia Café Hall é continuar matando o entretenimento da Bahia’, diz gestor

Por Lucas Cunha

‘Acabar com o Bahia Café Hall é continuar matando o entretenimento da Bahia’, diz gestor
Guilardo Lopes, gestor do Bahia Café Hall. Foto: Luiz Fernando Teixeira | BN
O gestor do Bahia Café Hall, Guilardo Lopes Filho, procurou o Bahia Notícias para se pronunciar sobre o caso que pode desativar o espaço cultural localizado na Avenida Paralela, em Salvador. Na última quarta-feira (17), foi divulgada a informação que a Justiça acatou o pedido de reintegração de posse feito pelo governo baiano, que é dono do imóvel onde funciona a casa de eventos. Segundo a secretaria de Administração da Bahia (Saeb), o contrato atual, que está em vigor desde 2005, previa a exploração de restaurantes no local, o que resultou no valor de R$ 7 mil por mês pelo aluguel do espaço. Na explicação da Saeb, a quantia é pequena para o uso como casa de shows. Em entrevista ao BN, Guilardo Lopes rebateu a questão afirmando que já teria proposto uma nova regulação no valor do aluguel. "A gente já propôs reajustar para 40 mil o aluguel. Não sei o motivo do governo não aceitar nossa proposta. O próprio governo usa o nosso espaço para eventos, o que prova a carência de espaços na cidade. Acabar com o Bahia Café Hall é continuar matando o entretenimento da Bahia que está em uma escada descendente", desabafou Guilardo. A concessão para explorar o espaço foi concedida em 2005, ainda na gestão do ex-governador Paulo Souto (DEM, à época PFL), prevendo inicialmente o uso do local por cinco anos, até 2010, com possibilidade de renovação, segundo Guilardo. Desde então, o governo baiano, já governado por Jaques Wagner (PT), manifestou não ter interesse em renovar o aluguel do espaço, o que motivou a judicialização do tema.


Rock Concha, um dos eventos realizados em 2014 no Bahia Café Hall. Foto: Divulgação

Segundo Guilardo, por sua proposta, a atual gestão do Bahia Café Hall faria um novo investimento no espaço, na ordem de R$ 3 milhões, por uma concessão de 10 anos do local, em uma parceria público-privada. A contrapartida seria um desconto de R$ 20 mil mensalmente no novo valor do aluguel R$ 40 mil, deixando o 'legado' das melhorias do espaço ao final do período, como um novo projeto arquitetônico para a casa e outro social ambiental para atender as comunidades riberinhas do Parque de Pituaçu, além de ajudar na segurança da região, com a movimentação do espaço. "A proposta é benéfica para a cidade, vai gerar um equipamento de qualidade que Salvador não tem, uma casa de show no padrão Rio e São Paulo. Eu não quero ser dono do espaço, a minha proposta nunca foi essa. No futuro, o governo poderá até cobrar uma luva (valor antecipado) em uma nova licitação, vai receber um equipamento pronto. Minha pergunta é porque querem acabar com o Bahia Café Hall. Sou uma formiguinha brigando com um elefante. Não sou um explorador que pegou uma mamata do governo. É claro que quero ter o meu lucro, mas não estou explorando ninguém, quero ser parceiro do governo e que ele nos veja como parceiro. Por que diversas fábricas de fora recebem terreno e redução de impostos e o empresário local não tem benefícios? O governo devia era nos incentivar e não acabar com um espaço que funciona e vem se consolidando na cidade", completa Guilardo. O gestor do Bahia Café Hall ainda revelou que de 2005 até hoje foram investidos por volta de R$ 2,5 milhões no local. "Não recebemos um centavo do governo. Eu sou o gestor e sócio minoritário do Bahia Café. O meu sócio majoritário é um angolano naturalizado português, Brandão Ramos, que tem vários outros negócios no Brasil e no mundo, mas que está decepcionado com a Bahia. Captei com um investidor de fora para investir em um novo projeto para a casa e agora eu estou preso, não posso fazer nada", finalizou.