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Marca Bahia Notícias

Notícia

Gilberto Gil notifica cineasta que publicou texto sobre cancelamento do Réveillon de Salvador

Por Marília Moreira

Gilberto Gil notifica cineasta que publicou texto sobre cancelamento do Réveillon de Salvador
Foto: Bruno D'Almeida
O cineasta e coordenador do Espaço Itaú de Cinema - Glauber Rocha, Claudio Marques, foi notificado pelo cantor Gilberto Gil na última sexta-feira (27). A notificação, que também é dirigida ao site Teatro Nu, refere-se ao texto assinado pelo cineasta e intitulado "Prefeito ACM Neto cancela shows do final do ano e anuncia R$ 6,5 milhões para a cultura de Salvador". Publicado no último dia 23, o texto brinca com o formato jornalístico a fim de alertar para o que tem sido feito em termos de política cultural no estado. Com frases atribuídas a Albino Rubim, secretário de Cultura do Estado da Bahia; a produtora Flora Gil, responsável pelo Réveillon de Salvador 2014; a Fernando Guerreiro, diretor da Fundação Gregório de Matos e muitos outros, o texto também traz falas de Caetano Veloso e Gilberto Gil. E foi esse o motivo maior da notificação. No documento, que pode ser visto na íntegra aqui, Gilberto Gil afirma que pelo fato de o conteúdo do artigo não ser verídico – não houve cancelamento das festas de fim de ano –  também "não houve qualquer manifestação do notificante sobre o (inexistente) ato de cancelamento, inclusive porque o notificante não poderia se manifestar sobre ato que nunca existiu. O notificado colocou entre aspas frase que nunca foi dita pelo notificante". No documento, Gil também cita o direito à liberdade de expressão, mas diz que esta não permite a ninguém colocar entre aspas frase que não foi dita. "As liberdades não são absolutas; o seu limite é o espaço jurídico do outro", diz o texto. Sob pena da adoção das medidas judiciais cabíveis, Gil pede tanto ao autor do texto, quanto aos representantes do site Teatro Nu, que promovam a retirada da circulação do artigo citado no prazo de 24 horas; publiquem no mesmo site uma nota de esclarecimento sobre o conteúdo inverídico do artigo e abstenham-se de publicar novos atos que signifiquem invasão da esfera jurídica do notificante. Segundo Marques, o mal-entendido foi causado pela "leitura dinâmica própria da internet". "Em um primeiro momento muitos que só leram o titulo acreditaram se tratar de notícia verdadeira. Aos poucos, porém, ficou clara a minha intenção de discutir a política cultural na cidade e no estado. Trata-se de um texto irônico, um conto com a estrutura de uma reportagem", explicou. Em novo texto publicado nesta terça-feira (31), Marques lembra que a estratégia já existe desde a muito tempo, e que o "autor, desde que não ofenda, nem promova agressão e violência, tem o direito a fabular e defender o seu ponto de vista". Para ele, o pedido de retirada do texto do ar é descabido. "Escrevi esse texto e gostaria de propor publicamente a ele [Gilberto Gil] que releia o que eu escrevi e que deixemos o texto no ar, pois retirá-lo me parece ofensivo em demasia contra a liberdade de expressão, além de conferir ao texto uma agressividade que não existe", disse. Em relação às outras notificações, Claudio Marques afirma que irá escrever, no pé da página do texto anterior, que tudo não passou de um conto assinado por ele.