Desafio Ambiental: Qualidade abre caminho para o algodão sustentável no mercado externo

A qualidade e a sustentabilidade são os diferenciais do algodão produzido no Brasil que reforçam os argumentos utilizados por uma comitiva brasileira em reuniões e seminário empresarial em agenda de comércio internacional, que acontece essa semana, na Indonésia e Bangladesh, com o objetivo de ampliar as exportações para a Ásia. 

 

Navio de carga (Foto: Alexander Bobrov/Pixabay)
 

 

Liderada pela Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa), em parceria com a Embaixada brasileira, a missão começou por Jacarta, onde o propósito é incrementar as relações comerciais nos setores têxtil e de vestuário. “Com a busca permanente por qualidade, melhoramos os índices em todas as características intrínsecas da nossa fibra. Estamos demonstrando isso aos nossos parceiros comerciais, disse o presidente da Abrapa, Alexandre Schenkel.

 

Plantio de algodão (Foto: Wenderson Araújo/CNA)

 

Na avaliação do diretor-executivo da Abrapa, Márcio Portocarreiro, dados convincentes não faltam. A alta tecnologia empregada na produção permite ao Brasil alcançar excelente desempenho no setor. “A agricultura de precisão, por exemplo, possibilita que os produtores gerenciem o cultivo com maior eficiência, otimizando o uso de recursos e aumentando a produtividade”.

 

Alexandre Schenkel (Foto: Divulgação)

 

Sustentabilidade

A produção nacional de algodão vai além da alta produtividade. O setor investe em práticas regenerativas que melhoram a saúde do solo, promovem a biodiversidade e sequestram carbono. Para Márcio, a sustentabilidade é fundamental para o futuro do agro.
A escolha da Indonésia tem razões bem definidas; trata-se de um importante parceiro comercial do Brasil. O país está classificado em 11ª posição no ranking de destinos das exportações do agronegócio brasileiro. De acordo com os dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, dos US$ 3,1 bilhões exportados à Indonésia, 93% ou US$ 2,9 bilhões se enquadram como produtos do agronegócio. Os principais produtos exportados pelo Brasil para a Indonésia em 2022 foram: farelo de soja; açúcar; algodão; trigo; carne bovina; tabaco; café solúvel; milho; polpa de celulose; soja em grãos e café.

 

O cenário, contudo, é desafiador porque houve redução das importações de algodão pela Indonésia no ciclo 2022/23, prejudicando especialmente o Brasil. A participação brasileira no mercado indonésio foi reduzida de 28% para 23%. Para reverter os índices, a  missão comercial brasileira, iniciada na segunda-feira (dia 26), incluiu almoço de negócios com importadores e empresários da indústria têxtil.  

 

Terminal de Contêiner Salvador (Foto: Wilson Sons/Divulgação)

 

À noite, aconteceu o seminário "Cotton Brazil Outlook Jacarta", com dados sobre a safra 2023/2024, cujo plantio foi recentemente concluído. "Mostramos aos nossos clientes indonésios como o produto brasileiro pode contribuir para os melhores resultados na indústria têxtil local", informou o presidente Alexandre Schenkel, confiante na perspectiva de ampliar o fornecimento ao país que se tornou o sétimo maior importador de algodão do planeta, com 362 mil toneladas adquiridas no ciclo 2022/2023, de acordo com o United States Departament of Agriculture (USDA).

 

Na segunda etapa da missão, os brasileiros seguiram ontem (dia 27) para Bangladesh, maior importador mundial de pluma, que tem a indústria do vestuário como importante atividade econômica. Na programação estão previstos  reuniões, almoço e jantar de negócios, assim como uma edição do seminário "Cotton Brazil Outlook Dhaka", para estreitar os laços com entidades setoriais, órgãos públicos e empresários. Bangladesh é o país que mais ampliou a importação de algodão brasileiro. As 242 mil toneladas adquiridas, no ano passado, representaram uma expansão de 18% em relação ao ano anterior.

 

Iniciativa do grupo denominado Cotton Brazil, que representa a cadeia produtiva do algodão brasileiro em escala global, a chamada “Missão Vendedores”, acontece em parceria com a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil) e apoio da Associação Nacional de Exportadores de Algodão.  O algodão sustentável fortalece o comércio exterior, contribui para o bem-estar social e atende aos consumidores hoje muito mais interessados na preservação ambiental.