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Sentimento de divisão toma conta do interior

Por Herzem Gusmão

Sentimento de divisão toma conta do interior
Foto: Divulgação
Meu primeiro ano como deputado estadual foi marcado por muitas realizações. Eu sempre tinha um sentimento, como radialista, de que faltava representatividade política no âmbito estadual à nossa cidade, à nossa região, em Salvador e em Brasília, para que nós pudéssemos ouvir alguém brigando não apenas por Vitória da Conquista, mas por todas as cidades que compõem o Sudoeste baiano.

Cheguei à Assembleia em março e, de imediato, fiz alguns levantamentos de projetos que estavam em andamento. Eu me lembro de um em especial, o do transporte alternativo, que estava arquivado desde 2011. Depois de analisá-lo com critério, pedi o desarquivamento. Foi a senha para o governo tirar o projeto da gaveta e, contando com a colaboração das oposições, foi possível a viabilização e aprovação de um Projeto de Lei isentando em quase 80% as multas aplicadas pela Agerba. Ou seja, criamos todas as facilidades para o sistema ser operacionalizado. E esperamos que em 2016 o transporte alternativo, que sofre uma cassada implacável da Agerba e, às vezes, agrada somente aos empresários do setor, seja legalizado.

Trabalhei muito também em função da derrubada da vistoria veicular, uma cobrança ilegal, através de uma portaria inconstitucional do Detran, que feria o Código Tributário Nacional. Também elaborei vários projetos na área educacional e conheci um professor extraordinário, Edvan Ferreira, de Morro do Chapéu, que muito me ajudou. Em relação à educação, nós conseguimos chamar a atenção de Vitória da Conquista e também de toda a Bahia para as dificuldades das universidades, e, recentemente, aprovamos um PL importante de autonomia das universidades, do qual fui relator. Com isso, acabei estreitando as relações com representantes das Ads e, em função disso, fui escolhido para ser o relator.

Briguei muito para que o governo aumentasse o orçamento, brigamos contra os PLs, aumento de impostos, aumento de contribuição do Planserv, projetos que o governo tenta retirar direitos históricos alcançados e cobrei a realização de obras por parte da concessionária Via Bahia.  Levei para a minha cidade, com reflexo para região, uma audiência pública de segurança. A Bahia é um dos estados mais violentos do Brasil e Conquista também está entre os municípios mais violentos do país. Também trabalhei intensamente nas Comissões em que sou membro: Direitos Humanos e Segurança Pública, Educação, Cultura, Ciência e Tecnologia, Saúde e Saneamento e Finanças, Orçamento, Fiscalização e Controle.

Nós tiramos o PT da zona de conforto, nós colocamos a representatividade que Conquista merece. O PT estava acomodado no poder, e passavam uma imagem fora da realidade, como se a Bahia e Vitória da Conquista fossem ilhas de prosperidade e não enfrentassem problemas com a saúde, educação, transporte, obras paralisadas, violência, só para citar alguns exemplos.

Conquista  é a grande cidade do Sudoeste, mas quando depende do poder público o que se vê é o caos. Nossa cidade é pessimamente avaliada em educação, saúde, segurança pública, o centro comercial não se moderniza, o distrito industrial está abandonado, não temos água, só promessa de duas barragens, um aeroporto regional, tão importante, não sai do papel e o presídio está pronto, mas não é inaugurado. Essa é  a realidade de um governo que não vem cumprindo o papel e não dá o exemplo de que o dinheiro público deve ser tratado com mais austeridade: temos uma gastança enorme, com quase 30 secretarias, 12 mil cargos de confiança. Resumindo: não temos governo. Um exemplo de grande administração é a gestão de ACM Neto em Salvador. O governador Rui Costa tenta imitá-lo, mas não consegue porque não tem a visão política e administrativa do prefeito de Salvador. E, na ânsia de  competir com o prefeito (sem conseguir, repito), o governador abandonou o interior e é o principal responsável pelo surgimento, com muita força, do sentimento da divisão da Bahia. Nós estamos abandonados. O interior está sem governo.

 * Herzem Gusmão é deputado estadual pelo PMDB

* Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias