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E o primeiro pacto pela educação?

Por Pablo Barrozo

E o primeiro pacto pela educação?
Foto: Divulgação
O governo Rui Costa estabeleceu a educação como prioridade máxima da atual gestão. Convocou prefeitos e a sociedade para discutir ações que resultem em avanços como a alfabetização de crianças até os oito anos de idade, com domínio pleno em disciplinas como Português e Matemática, qualificação de professores e manutenção de um diálogo com municípios e setor empresarial para aprimorar a educação pública como um todo. Acontece que esse é o segundo pacto com esses mesmos objetivos firmado num intervalo de quatro anos, com a assinatura do mesmo secretário estadual da Educação (Oswaldo Barreto) e entre dois governos aliados, o de Jaques Wagner e agora o de Rui Costa. A questão que se estabelece é: qual foi o resultado do primeiro pacto?

Seria obrigação do atual governo fazer publicamente essa avaliação, até como forma de focar o novo pacto nos pontos onde a gestão de Jaques Wagner fracassou na educação. Caso contrário, a impressão que fica é que tudo não passa de discurso, de encenação. Um desses pontos onde o antecessor, aliado e ex-chefe de Rui Costa fracassou, segundo professores da rede estadual, foi na questão da melhoria da qualidade do ensino. Tanto que, relatam docentes, para alcançar resultados positivos previstos pelo pacto firmado em 2011, centenas de alunos foram aprovados de série sem a devida aprendizagem.

Vale frisar que o pacto pela educação assinado em abril de 2011 por Wagner e pelo secretário Oswaldo Barreto, o mesmo de Rui Costa, estabelecia a elevação dos índices de aprovação em 80% entre os alunos do ensino médio, bem como assegurava que todas as escolas públicas do estado alcançassem, no mínimo, os padrões do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Isso não aconteceu. Exemplo: o Ideb projetado pelo pacto para a terceira série do ensino médio em 2013 foi de 3.3, enquanto o dado real alcançou 2.8, de acordo com o Ministério da Educação. O fato se repetiu em outras séries escolares, demonstrando que os compromissos importantes assinados em 2011 pelo atual secretário da Educação não foram cumpridos.

Para que um novo capítulo sobre esse tema seja iniciado é preciso que se encerre o anterior. Só assim o novo pacto assinado pelo atual governo terá coerência e credibilidade. A Secretaria Estadual da Educação precisa atuar com transparência para que consiga mobilizar toda a sociedade em torno da construção de uma escola pública mais qualificada e proeminente. E isso não será feito com maquiando números ou com propaganda. 

* Pablo Barrozo é deputado estadual pelo DEM

* Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias