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Para além do maniqueísmo em prol da consciência que está por vir

Por Gel Varela

Para além do maniqueísmo em prol da consciência que está por vir
Em uma sociedade em que seus cidadãos desenvolvem uma desordem, pelo fato de todos viverem ao mesmo tempo na busca de realizações, visando somente segurança, satisfação e prazer, nos revela que de teoria em teoria, não raro falsas, o Ser Humano enche sua mente e fica tão condicionado, que, cego, não vê que o passado já foi um presente momentaneamente vivido, cheio de falsas teorias e promessas nunca concretizadas. E, sendo assim, o passado já foi um futuro belo, rico e significativo, momentaneamente vivido como um presente sempre prometido, mas nunca encontrado, porquanto sempre fora preterido, embora dito pretendido, e assim perseguimos a ideia de perfeição futura.

É desafio nosso, no presente, ter um estado de atenção plena, vigilância constante e percepção inabalável, para que o projeto de futuro não seja construído com pensamentos fixos arcaicos tradicionais, sem a flexibilidade necessária que o jogo das relações humanas exige em nossos dias, porém, sem perder a noção de equilíbrio dinâmico para com o todo da sociedade.

Precisaremos de pragmatismo nas virtudes, mas uma virtude pautada, não somente na satisfação pessoal, mas em um imperativo categórico Kantiano, uma condição em nós que indique que devemos fazer com que nossa ação seja exemplo significativo, e se copiada por outros, produza um bem social.

Temos que avançar do maniqueísmo politico partidário para uma compreensão mais totalizante. Ainda que um partido seja um meio para ação social, seus dirigentes precisam pensar com vontade do todo e não da parte, pois o partido, enquanto parte, atende apenas, a uma dimensão do todo; mas se seus dirigentes gerar intenção totalizante criará razões para o todo, o que chamamos de razões de Estado.

O desafio do partido, enquanto parte, não deve ser perseguir somente o poder, pois o poder, ainda que importante e alcançável, é parte; e ficar só em busca dele é agir com uma parte. O todo é mais do que o somatório das partes, e é o relacionamento entre estas que tem a propriedade de coordenar o organismo global.

É papel da política como extensão da ética promover a felicidade no todo da polis, ainda que tenha nos partidos a parte necessária como instrumento de ação decisória, junto às instituições consolidadas para este fim. Na educação, por exemplo, precisamos de uma razão que possa nos levar além do tecnicismo pragmático e mercadológico ditatorial vigente. Uma razão de Estado na educação não pode se limitar a produzir meros construtores de modelo que já produz mais de uma sociedade com sinais decadentes.

Num passado não muito longe, construímos as disciplinas de iniciação à ciência, hoje já temos clareza que a ciência sem consciência é cega, pois não avança na moralidade necessária para o equilíbrio dinâmico que a sociedade precisa para sua real sustentabilidade.

Há pouco tempo, veio primeiro o apagão energético, agora o problema é a água, que cria problema energético. Mas se os detentores do processo decisório não se atentarem para o Apagão Moral, toda sociedade corre riscos imensuráveis e sem precedentes.

Vamos precisar de um líder que ultrapasse razões partidárias e que compreenda rápido que um verdadeiro líder deve estar sempre comunicando a sua equipe aquelas realizações em curto prazo e que não depende do todo do grupo, mas dele, líder. Porquanto, todo problema tem solução; todo obstáculo, toda dificuldade, bem como toda dita impossibilidade, são sinais de crises; toda crise é sinal de possibilidades ou disponibilidade de crescimento, e crescimento é razão de Estado. Um líder verdadeiro persegue esta razão.

Alguns movimentos sociais já dão conta de buscar soluções para nosso principal desafio na contemporaneidade. A Maçonaria, por exemplo, que é uma entidade milenar, e que tem como objetivo tornar feliz a humanidade vem fazendo uma campanha mais que oportuna para os nossos tempos e necessidades. Tal campanha visa buscar o apoio social para levar aos poderes constituídos um projeto que busca inserir no ensino superior a disciplina autoconhecimento, uma proposta de formação para além da formação técnica, pois, afinal isso já tem se mostrado pouco para nossa sociedade.

Porém uma disciplina como autoconhecimento pode ser uma inicial revolução de consciência, pois já fizemos ao longo da nossa história humana a revolução industrial, a revolução tecnológica e só nos resta agora a revolução da consciência. O mundo é tal qual é em função do grau de consciência em que se encontram os seres humanos em sua maioria.

Podemos concluir que se faz necessário que a academia reconheça também essa necessidade e avance para e com esta concepção, reconstruindo saberes que não produza somente técnicos, mas trabalhe para uma formação diretamente ligada à necessidade dos nossos tempos que demonstra muita corrupção e violência em todas as classes sociais. Temos que avançar, afinal quanto mais autoconhecimento, mais consciência; quanto mais consciência menos conflito e degradação humana.

É fundamental uma transformação e/ou revolução pela educação, tendo a noção exata de consciência, almae Leis Naturais como fundamentos de uma nova forma de expressão humana na sociedade. Até porque, toda sociedade que favorece a falta, o excesso e o preconceito, favorece também a transgressão de toda sorte, até mesmo o suicídio; portanto, bem ou mal, é necessário que o Ser Humano e a multidão se organizem, se ordenem e se integrem.

É comum ouvir dizer que falta um grande líder para conduzir nossa sociedade, mas na ausência de um grande líder, será que a sociedade irá parir um Ser que tenha a ambição de um político, a razão de um estadista e a consciência de um iluminado?

Parece-me que a nau precisa de um timoneiro com tais características; e Oxalá permita que ele venha e não se transforme em um tirano, pois, como diz o nosso hino: nunca mais o despotismo regerá nossas ações. Para tanto, #consciênciasepratica. Tenho dito!!


* Gel Varela é diretor da Fundação Ocidemnte – Organização Cientifica de Estudos Materiais Naturais e Espirituais

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