Guerrilha sucessória - publicado no jornal A Tarde de 16 de junho de 1981
Foi um momento de explosão que, decididamente não estava inserido numa estratégia adredemente montada. Simplesmente aconteceu, e a conclusão que se faz desta repentina precipitação é que ela significou uma necessidade de ocupação de espaços para firmar posições.
Não há como negar, porém, que será difícil conter o processo, embora a tendência, após as últimas estocadas, seja uma retração das forças em condições de falar sobre ele de sorte a não atrapalhar a vida política e administrativa do estado. A tática geral terá forma de ação guerrilheira, com uma colocação e dois silêncios, nova investida e outros silêncios, até que os candidatos postos desta maneira resolvam vestir a roupa de combate e sair às ruas à cata de voto, em plena campanha.
Sabem todos os que procuram ocupar espaços que é demasiadamente desgastante postar-se, desde já, em plantão eleitoral, a espera da convenção partidária. Está bastante claro que falamos, até aqui, do processo sucessório sob a ótica do PDS, onde se situa, como comandante dele, o governador Antônio Carlos Magalhães. Nas oposições, a estória é outra e quem é candidato não nega que o seja, como Waldir Pires, Roberto Santos e Chico Pinto, embora este último não diga que é, preferindo dizer “me fazem candidato”.
As colocações pedessistas dos últimos dias, no entanto, fizeram aflorar a questão da sublegenda, que em tese não deverá ser utilizada na Bahia, mas poderá acontecer se algum dos postulantes se julgar em condição de arregimentar votos, malgrado não seja o candidato 1 do partido. A princípio, consideram todos que este instituto será desnecessário, pois o PDS tem amplas condições de marchar unido em 82 para enfrentar o candidato das oposições, qualquer que seja.
Há também, uma compreensão generalizada que o candidato que merecer o apoio do governador Antônio Carlos, estará ungido, daí por que ninguém se arriscaria a correr em paralelo para acabar cristianizado, vendo seus sufrágios computados em soma para eleger o candidato da legenda.
Mais uma vez abro um parêntese para ressalvar as oposições. Que não pensam no candidato do governador como o eleito, mas sim um concorrente difícil, muito difícil, mas não impossível de vencer. E é natural que assim seja porque se pensassem diferente não teriam necessidade de lançar candidato na certeza da derrota, não é mesmo?
* Coluna publicada originalmente na edição do jornal A Tarde de 16 de junho de 1981
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