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Médico brasileiro cria tecnologia que pode restaurar funções cerebrais perdidas

Médico brasileiro cria tecnologia que pode restaurar funções cerebrais perdidas
Foto: Divulgação

Restaurar funções cerebrais de pacientes afetados por doenças neurológicas como esclerose múltipla, Alzheimer e Parkinson. Esse é o objetivo de uma nova tecnologia focada na indução de proteínas de choque térmico que podem fazer essa restauração. O método foi desenvolvido pelo médico brasileiro Marc Abreu, especialista em termodinâmica cerebral e frequências termorregulatórias formado pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). 

 

“Acreditamos que a nossa tecnologia, baseada na termodinâmica do cérebro, tem um potencial único de prevenir e tratar inúmeras doenças a nível molecular”, afirma Abreu.

 

O chamado túnel térmico cerebral (BTT, na sigla em inglês) foi desenvolvido pelo médico na Universidade de Yale, nos Estados Unidos. A descoberta levou à invenção e patente do sistema Abreu BTT 700, aprovado pela Food and Drug Administration (FDA), órgão regulador norte-americano semelhante à Anvisa.

 

Segundo a médica psiquiatra Jéssica Martani, diversas doenças neurodegenerativas ocorrem devido ao depósito de proteínas danificadas no cérebro, que podem levar a alterações na comunicação entre os neurônios e ao comprometimento das funções cerebrais. “A doença de Alzheimer, por exemplo, constitui-se de alterações em proteínas chamadas beta-amiloide e Tau. Na doença de Parkinson, observa-se os corpos proteicos de Lewy que se espalham de forma lenta e progressiva e causam danos e morte das células do tecido nervoso, acarretando o desaparecimento de neurônios dopaminérgicos e proporcionando alterações nos movimentos”, explica em entrevista à CNN.

 

Por outro lado, as proteínas de choque térmico – encontradas em praticamente todos os organismos vivos, apresentam diversas funções complexas, incluindo a capacidade de proteção do cérebro em momentos de estresse. “Quando o corpo passa por alguma injúria, estresse, mudança de temperatura, isquemia ou doenças autoimunes, para se proteger, ocorre o aumento das proteínas de choque térmico. A elevação dessas proteínas frente a um dano auxilia no reparo de proteínas tóxicas e ajuda a inibir a morte celular, chamada apoptose. Ou seja, são mecanismos que ajudam a proteger e ‘limpar’ o cérebro de substâncias potencialmente tóxicas”, afirma a psiquiatra.

 

“As pessoas que hoje estão saudáveis mas têm uma alteração a nível molecular estariam como que predispostas a desenvolver essas doenças, tanto neurológicas como o câncer. Acontece uma diminuição gradativa da expressão dessas proteínas com a idade, algumas pessoas, por fatores genéticos ou exposição à radiação, perdem essa proteção – qualquer um de nós que perdêssemos estaríamos em risco de desenvolver essas doenças”, afirma Abreu, criador do método.

 

Diferente dos tratamentos convencionais, o médico afirma que este novo combate às doenças a partir de fatores químicos, a inovação não invasiva tem como base aspectos da física, como a modulação da termodinâmica cerebral e de frequências termorregulatórias. O tratamento consiste no uso de um aparelho, em ambiente hospitalar, que induz o cérebro dos pacientes a altas temperaturas de maneira extremamente controlada.

 

“Os pacientes em tratamento tiveram recuperação total das funções perdidas. Não é o tratamento simplesmente para impedir a progressão, é uma terapia para reverter o processo, restaurar a função cerebral. Recentemente, um paciente brasileiro de 88 anos com Alzheimer e Parkinson, voltou a andar e a falar. É possível restaurar as funções do cérebro que foram perdidas uma vez que haja essa indução da proteína de choque térmico”, afirma Abreu