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Gerido por IBDAH, Manoel Vitorino tem falta de medicamentos; Sesab evita tema

Por Matheus Caldas

Gerido por IBDAH, Manoel Vitorino tem falta de medicamentos; Sesab evita tema
Foto: Google Street View

Referência no atendimento de ortopedia, o Hospital Manoel Victorino, gerido pelo Instituto Brasileiro de Desenvolvimento da Administração Hospitalar (IBDAH), vem enfrentando falta de medicamentos há cerca de um mês.

 

A denúncia foi feita ao Bahia Notícias por funcionários da unidade hospitalar, em condição de anonimato. A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), por outro lado, nega. “Não há qualquer desassistência aos pacientes”, respondeu, em nota enviada à reportagem, sem confirmar e nem negar a informação.

 

Apesar da resumida resposta, da Sesab, funcionários apontam que a falta de cerca de 50 medicamentos vem prejudicando o tratamento de pacientes (veja abaixo uma suposta lista obtida pela reportagem).

 

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ATRASO NO PAGAMENTO
Ainda segundo as denúncias, os funcionários não receberam neste mês a remuneração referente ao mês de maio. De acordo com a Sesab, “a questão está sendo apurada” com o IBDAH. 

 

Não é a primeira vez que os atrasos acontecem. Os relatos apontam que em abril também houve demora no pagamento. Em outros meses também já teria ocorrido a mesma situação.

 

O IBDAH, por sua vez, está em processo de saída da administração do hospital. A partir de 2 julho, o Instituto Nacional de Tecnologia e Saúde (INTS) fará a gestão - por conta disto, os funcionários estão sob aviso prévio.

 

“No tocante ao aproveitamento dos profissionais que hoje trabalham na unidade, não há interferência do poder público, entretanto, não é incomum que os novos gestores absorvam a maior parte do quadro”, esclareceu a pasta, em trecho da nota.

 

POLÊMICAS
O IBDAH vem colecionando polêmicas na Bahia. Além do Manoel Victorino, os atrasos salariais vêm sendo registrados no Hospital Regional Costa do Cacau, em Ilhéus, no Litoral Sul. Na manhã desta terça, funcionários protestaram em frente à unidade de saúde por conta do não pagamento dos vencimentos (leia mais aqui).

 

Além disto, a empresa é investigada no âmbito da Operação Metástase por suspeita de integrar esquema de desvio de recursos públicos do Hospital Regional de Juazeiro, assunto que eclodiu no noticiário em novembro do ano passado (entenda aquiaquiaqui e aqui). 

 

 

No dia 4 de janeiro deste ano, o Bahia Notícias trouxe à tona a informação de que o instituto teria comprado uma decisão judicial nas mãos da desembargadora Lígia Ramos, presa por supostamente comercializar sentenças no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA). A informação está na denúncia feita pelo Ministério Público Federal (MPF) contra a magistrada e outras cinco pessoas, pelo crime de organização criminosa, no âmbito da Operação Faroeste (veja aqui e aqui), que investiga esquema de venda de decisões com participação de desembargadores e juízes da Corte.
 

 

Segundo os procuradores do MPF, o processo do IBDAH está entre os quatro sob relatoria de Lígia que foram negociados pela organização. Delator na Faroeste, o advogado Júlio César Cavalcanti Ferreira relatou que a instituição comprou um mandado de segurança por R$ 150 mil.

 

Conforme a denúncia, o valor seria recebido pelo advogado Rafael Júnior, em um mecanismo de lavagem de dinheiro idealizado pelo também advogado Rui Barata Lima Filho, filho de Lígia e considerado operador financeiro da mãe no esquema.

 

INÍCIO DE TUDO
O esquema ganhou notoriedade quando, no dia 25 de novembro, o BN obteve acesso a sentenças em sigilo de Justiça. A investigação liga o IBDAH à Associação de Proteção a Maternidade e Infância de Castro Alves (APMI). Ambas seriam controladas por Alex Oliveira de Carvalho, conhecido como “chefe” e “patrão” no esquema ilícito.

 

Conversas conseguidas por meio de interceptações telefônicas o apontam como “centralizador de todas as decisões, especialmente as financeiras” na organização que é suspeita de fraude em licitações e desvio de recursos públicos destinados à gestão do Hospital Regional de Juazeiro.

 

A força-tarefa da Metástase apurou que a organização criminosa investigada passou a dominar a gestão de inúmeras unidades da rede estadual de saúde sob gestão indireta. Com fraudes nas licitações públicas, eles usavam diferentes Organizações Sociais de Saúde, que, na verdade, são controladas pelo mesmo grupo empresarial. Ou seja, eram registradas em nome de "laranjas".

 

No processo, Alex Oliveira teria “grande proximidade” com Viviane Chicourel, ex-diretora da Rede Própria Sob Gestão Indireta (DIRP-GI) da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) (leia mais aqui). Em janeiro, ela teve a prisão domiciliar decretada e usa tornozeleira eletrônica (leia mais aqui). Antes, ela já estava detida após pedido de prisão preventiva do juiz federal Pablo Baldivieso, da comarca de Eunápolis, substituto na comarca de Juazeiro (leia mais aqui).

 

ESPAÇO ABERTO
A equipe do BN tentou contato com o IBDAH para repercutir sobre o assunto. Contudo, até a publicação desta matéria, o e-mail não foi respondido. O espaço segue à disposição da empresa para comentar acerca dos pontos tratados nesta reportagem.