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Com atrasos em notificações, janeiro já tem 35% mais mortes do que boletins registraram

Por Rebeca Menezes / Matheus Caldas

Com atrasos em notificações, janeiro já tem 35% mais mortes do que boletins registraram
Foto: Amazônia Real

O número de mortes por Covid-19 na Bahia em janeiro foi 36,5% maior do que o apresentado pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab).

 

Segundo levantamento feito pelo Bahia Notícias nesta segunda-feira (1º) a partir do cruzamento de dados oficiais divulgados pela pasta, 1.321 pessoas morreram na Bahia em decorrência do novo coronavírus em janeiro. Até o último dia do primeiro mês de 2021, a Sesab havia contabilizado 968 destes óbitos.

 

Estes números, contudo, não necessariamente refletem subnotificação. Isto acontece porque é corriqueiro haver dados represados de mortes, cujas oficializações só ocorrem semanas ou até meses depois.

 

Somente no boletim epidemiológico apresentado nesta segunda pela Sesab foram incluídas mais 20 mortes que aconteceram em janeiro e ainda não haviam sido oficializadas ao público. Ainda houve outras oito mortes registradas que aconteceram entre junho e dezembro do ano passado. 

 

Somados estes números, o boletim emitido pela secretaria incluiu mais 95 óbitos em 24 horas em decorrência da Covid-19. Portanto, somente 67 das vidas ocorridas registradas no último levantamento ocorreram verdadeiramente em fevereiro.

 

É importante ressaltar que, por conta do represamento de dados, não é possível cravar exatamente o número de mortos de janeiro, mas é provável que tenham morrido mais que 1.321 pessoas.

 

JUSTIFICATIVA
Segundo a Sesab, “existência de registros tardios e/ou acúmulo de casos deve-se a sobrecarga das equipes de investigação, pois há doenças de notificação compulsória para além da Covid-19”. Ainda segundo a pasta, “outro motivo é o aprofundamento das investigações epidemiológicas por parte das vigilâncias municipais e estadual a fim de evitar distorções ou equívocos, como desconsiderar a causa do óbito um traumatismo craniano ou um câncer em estágio terminal, ainda que a pessoa esteja infectada pelo coronavírus”. Todas estas explicações são explicitadas diariamente nas atualizações da secretaria.

 

COMPARATIVO

Apesar do cenário alarmante, janeiro não é o mês mais fatal da pandemia. As piores taxas aconteceram entre junho e setembro do ano passado, quando morreram, respectivamente, 1.718, 2.096 e 1.530 pessoas.

 

Em contrapartida, até o momento, o mês de fevereiro apresenta menos mortes reais que os dados fornecidos oficialmente pela Sesab. No considerado mês mais grave da pandemia no estado até o momento, morreram 947 baianos – os números disponibilizados pelo governo da Bahia apontam que 1.722 pessoas perderam a vida. No entanto, seguindo o padrão de represamento, a tendência é que os indicadores cresçam nos próximos meses.