Funcionários da Saúde são demitidos após Bolsonaro criticar nota sobre saúde sexual
Os técnicos do Ministério da Saúde que assinaram a nota técnica sobre acesso à saúde sexual e reprodutiva na pandemia, e cujo conteúdo foi mal interpretado e distorcido pelo presidente Jair Bolsonaro, foram demitidos.
Nas redes sociais, Jair Bolsonaro sugeriu que houve uma tentativa de legalizar o aborto. O chefe do Executivo disse, na quarta-feira (3), que o ministério estava atrás de autores de uma "minuta de portaria apócrifa sobre aborto". Nas publicações, o presidente ainda afirmou ser contra interrupção de uma gravidez.
Reportagem do Estadão pondera que apesar do que diz o presidente, o texto é uma nota técnica sobre acesso à saúde sexual e saúde reprodutiva durante a pandemia. O documento não defende a legalização do aborto.
A nota do Ministério da Saúde faz uma orientação sobre diversos pontos relacionados à saúde sexual. Entre eles, a manutenção de procedimentos de aborto legal, que só são autorizados em três situações: quando a gravidez é resultado de estupro, se não há outro meio de salvar a vida da gestante e em casos de fetos com anencefalia.
Foram publicada as demissões de Flávia Andrade Nunes Fialho, da coordenação de Saúde das Mulheres, e de Danilo Campos da Luz e Silva, da coordenação de Saúde do Homem.
Ainda conforme reportagem do Estadão, informações que correm nos bastidores é que outros nomes serão demitidos nos próximos dias.