Consumo de bebidas alcoólicas e sintomas de depressão cresceram na pandemia, diz estudo

A pandemia do novo coronavírus tem sido responsável por diminuir a renda, aumentar o consumo de bebida alcoólica e piorar o estado emocional dos brasileiros. É o que aponta uma pesquisa realizada pela Fiocruz, em conjunto com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Unicamp. As informações são da coluna Viva Bem, do Uol.
Segundo o levantamento, 55% das pessoas afirmaram que tiveram redução na renda familiar, e 7% estão sem nenhum rendimento. A parte mais afetada foi a população pobre, com renda per capita inferior a meio salário mínimo. A pesquisa aponta que 3% perderam o emprego e 21% ficaram sem trabalhar. Quanto ao consumo de cigarro, cerca de 23% aumentaram o consumo diário em quase 10 cigarros, e 5% estão fumando mais de 20 cigarros a cada dia.
A publicação ainda mostra que 18% dos entrevistados afirmaram que estão bebendo mais. A parcela que mais aumentou o consumo de bebidas alcoólicas foi a de adultos entre 20 e 39 anos, com 26%. Entre idosos, o crescimento foi de 11%. Cerca de 24% disseram que estão bebendo mais por estarem com sentimentos de tristeza e depressão.
Ao todo, 44.062 pessoas responderam ao questionário disponibilizado na internet entre os dias 24 de abril e 8 de maio.
Outro ponto analisado na pesquisa foi o nível de produtividade da população em meio à quarentena. Cerca de 40% das pessoas entrevistadas relataram dificuldades em grau moderado e intenso para realização das atividades de rotina e de trabalho.
Isso gerou uma piora na saúde do brasileiro, de acordo com 29% dos entrevistados. Metade daqueles que tinham alguma espécie de problema crônico de coluna relataram aumento da dor, e 40% das pessoas que não tinham esse problema disseram que começaram a sentir dores.
Houve também mudanças no estado de ânimo, já que 40% revelaram que se sentiram mais tristes, e 54% mais ansiosos. E isso influi diretamente na qualidade do sono, pois 29% dos entrevistados relataram que começaram a ter problemas para dormir, e 16% relataram que os problemas pioraram.
Outra coisa que também teve crescimento considerável foi o consumo de alimentos não saudáveis em dois dias ou mais por semana (5%).
A atividade física também foi muito afetada pelo coronavírus: 62% dos entrevistados alegaram que não se exercitam. Entre as pessoas que faziam atividade física por três ou mais dias por semana, 46% deixaram de fazê-la. Entre as que se exercitavam cinco dias ou mais por semana, 33% pararam.
O dado tem relação direta com o crescimento do tempo médio diário do brasileiro assistindo televisão. O crescimento foi de uma hora e 20 minutos em relação ao que era observado antes da pandemia, resultando em três horas por dia.
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Tarcyo Bonfim
Paciente em primeiro lugar
Ganhando espaço no mercado brasileiro há aproximadamente duas décadas, a prática da desospitalização envolve ações para prevenir e promover a saúde, reabilitando o paciente para sua rotina, realizando tratamento de doenças, tudo desenvolvido em seu próprio lar. Assim, diminuindo riscos e danos ao paciente, refletindo na melhoria da qualidade do cuidado prestado nos serviços de saúde do país.