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Isolamento social não interfere na imunidade e não evita infecção por coronavírus 

Por Jade Coelho

Isolamento social não interfere na imunidade e não evita infecção por coronavírus 
Foto: Reprodução/Pixabay

Alvo de ataques de inúmeros lados, o isolamento social, assim como outros temas relacionados à pandemia do novo coronavírus, ultrapassou as barreiras dos hospitais. Virou assunto de política e está no centro das atenções e das discussões em diversos setores da sociedade. E assim como a política, esses temas também geram polarização e são alvo de fake news. A infectologista Clarissa Cerqueira esclarece que a medida, ao contrário de alguma informações que circulam nas redes, não está relacionada a imunidade das pessoas, portanto não é correto afirmar nem que ela "baixa as defesas do corpo", e muito menos que "protege contra a infecção pelo novo coronavírus".

 

As medidas de isolamento e restrição de pessoas se tratam, na verdade, de ações para evitar que grande parte da população seja infectada de uma só vez, conforme explica a especialista em infectologia, fato que influenciaria e causaria o colapso do sistema de saúde.

 

"O isolamento social não impede a infecção. Ele serve para reduzir a velocidade de transmissão, mas não reduz em si a transmissão. O objetivo é fazer com que menos pessoas peguem a doença ao mesmo tempo, para que o serviço [de saúde] possa se adequar", explicou a médica. "Tem muitas pessoas em isolamento que acabam tendo contato com o vírus", acrescentou.

 

O infectologista Robson Reis explica que a imunidade é diretamente ligada a uma série de fatores que influenciam na qualidade de vida, sendo ela física e emocional. Entre eles estão os já conhecidos hábitos saudáveis de alimentação, qualidade do sono, exercícios físicos e relacionamentos sociais. O médico reconhece que o isolamento social até pode interferir em alguns dos aspectos relacionados a essa qualidade de vida e a consequente imunidade, mas que outras práticas podem ser adaptadas. 

 

Clarissa esclarece que problemas específicos afetam a imunidade e causam o que a comunidade médica chama de imunodepressão, quando uma pessoa tem o sistema imunológico enfraquecido e não apresenta reações imunitárias normais. Entre eles estão os pacientes com HIV ou Aids, os oncológicos, reumatológicos (pessoas que usam imunosupressores), os transplantados, com comorbidades (a exemplo da hipertensão, diabetes, doença renal ou hepática) e por fim os idosos. 

 

"Se uma pessoa não tem nenhum desses problemas de saúde a gente não considera ela imunodeprimida", complementou Clarissa Cerqueira ao acrescentar que o desenvolvimento das doenças, como a Covid-19, é própria de cada organismo. "Mesmo a pessoa com a imunidade boa pode pegar a doença", ressaltou. 

 

O alerta final foi feito pelos dois médicos: o charlatanismo na medicina e as fórmulas vendidas como mágicas para supostamente turbinar as defesas do corpo. Tanto Clarissa quanto Robson chamam a atenção para a prática, que se trata de pura enganação, e que devem inclusive ser denunciadas.