Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Saúde
Você está em:
/
/
Geral

Notícia

HGE: 54% dos atendimentos são pouco complexos e poderiam ser feitos em UPAs

Por Ailma Teixeira / Jade Coelho

HGE: 54% dos atendimentos são pouco complexos e poderiam ser feitos em UPAs
Foto: Reprodução/Google Maps

O desconhecimento da população faz com que o Hospital Geral do Estado (HGE), referência em trauma no Norte e Nordeste do país, acabe empregando recursos em atendimento menos complexos do que está habilitado a fazer. A unidade é especializada no atendimento de pacientes poli traumatizados e múltiplas vítimas, mas dos 65.384 atendidos de 2019, mais da metade (54,45%) foi em busca de clínica médica.

 

O complexo Hospital Geral do Estado 1 e 2 é referência para os atendimentos de média e alta complexidade. É o maior hospital especializado em trauma do Estado da Bahia, possuindo porta aberta para atendimentos de urgências e emergências. A unidade atende as especialidades médicas de cirurgia de coluna, geral, neurocirurgia, oftalmológica, pediatria, queimados, cirurgia reparadora, transplante e Terapia Intensiva (UTI).

 

Diretor da unidade há 18 anos, André Luciano Andrade ressaltou a média de 5.449 atendimentos por mês do HGE, mas lamentou a alta procura de atendimento para casos de clínica médica. “É um hospital de altíssima complexidade, e a população ainda vem aqui, por exemplo, medir a hipertensão, com dor de barriga, vem aqui para ver a cólica. Mas não é a missão do hospital, a missão do Hospital Geral do Estado é realmente atender trauma”, reforçou André.

 

O médico atribui o problema a uma questão cultural da população, que costuma buscar o HGE para situações que poderiam ser resolvidas em Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) ou outros hospitais. Na visão de André Luciano, as pessoas ainda têm a mentalidade do antigo hospital Getúlio Vargas, “que atendia tudo”.

 

O gestor do HGE destaca que a unidade não deixa de atender ninguém, mesmo que fora da especialidade. Mas considera a demanda de pacientes que não são de trauma um gasto de recursos e energia da unidade, que poderiam ser centrados para o paciente poli traumatizado.

 

“Por exemplo, coluna, nós somos a referência, mas eu não opero hérnia de disco, eu opero a coluna fraturada. Oftalmologia, eu não passo óculos, eu arranco olho, faço enucleação, evisceração. Atendemos muitos pacientes que poderiam ser atendidos em uma UPA, outros hospitais”, apontou André Luciano Andrade.


O problema, na visão do diretor do HGE, se resolveria com uma melhor comunicação para direcionar os pacientes para outras unidades do estado.