Usamos cookies para personalizar e melhorar sua experiência em nosso site e aprimorar a oferta de anúncios para você. Visite nossa Política de Cookies para saber mais. Ao clicar em "aceitar" você concorda com o uso que fazemos dos cookies

Marca Bahia Notícias Saúde
Você está em:
/
/
Saúde

Notícia

Santa Casa de Valença suspende realização de cirurgias eletivas por falta de recursos

Por Ailma Teixeira

Santa Casa de Valença suspende realização de cirurgias eletivas por falta de recursos
Foto: Reprodução / Baixo Sul News

Diante da crise financeira enfrentada pela Santa Casa de Valença, a realização de cirurgias eletivas foi suspensa a partir deste mês de janeiro. Por meio de uma postagem no Facebook, a gestão da entidade disse que foi informada sobre a suspensão pela Secretaria da Saúde do Estado (Sesab). Procurada pelo Bahia Notícias, a Sesab explicou que mantinha um contrato de R$ 3,362 milhões para que a unidade de saúde realizasse os procedimentos, mas o repasse era feito pelo governo federal, que encerrou o contrato.

 

"Em 31 de dezembro de 2018, o Ministério da Saúde extinguiu esta linha de financiamento e tão logo seja reativada esta estratégia e haja liberação orçamentária para o exercício 2019, serão autorizados novos procedimentos", esclareceu a assessoria de comunicação da pasta. Além disso, a secretaria ressalta que a prefeitura da cidade atualmente não aporta recursos financeiros para a Santa Casa de Valença.

 

No comunicado divulgado pelo hospital, eles afirmam que o custo operacional da Santa Casa é de R$ 24 milhões por ano, com receita de cerca de R$ 25 milhões, sendo o Sistema Único de Saúde (SUS) responsável por R$ 20 milhões desse montante.

 

"Embora as atividades operacionais já apontem um superávit em média de R$ 1 milhão/ano, isso não é suficiente para cobrir o passivo financeiro da instituição. Logo, toda redução ou não realização de repasse de recursos é significativa. Subfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS), práticas históricas, falta de repasse de municípios e a redução contratual com o estado de R$ 4 milhões/ano, cerca de R$ 333 mil/mês, desde o mês de fevereiro de 2018 já haviam tornado as dívidas da instituição cada vez maiores: cerca de R$ 170 mil/mês", relata a instituição no texto.

 

Já a Sesab disse que mantém um contrato superior a R$ 18 milhões com a unidade, a fim de contemplar diversos serviços, com destaque para o Centro de Parto Normal (CPN), Unidade de Cuidado Intermediário (UCI) Neonatal, leitos do tipo Canguru, além de atendimentos ambulatoriais de média e alta complexidade, além de internamentos e "incentivos à gestão hospitalar".

 

Ainda assim, a gestão da unidade aponta que, desde agosto, foi obrigada a reduzir a quantidade de plantonistas no Pronto-Socorro por não ter condições de pagá-los. Em dezembro, não houve saldo suficiente para o pagamento do 13º salário dos 368 colaboradores e a dívida com fornecedores e prestadores de serviço se aproxima dos R$ 2 milhões. Com bancos, o débito supera essa taxa.

 

Em entrevista à imprensa durante a Lavagem do Senhor do Bonfim, em Salvador, nessa quinta-feira (17), o deputado federal Antonio Brito (PSD) disse que há "uma possibilidade muito grande" de fazer a renegociação das dívidas das Santas Casas do país no Congresso Nacional. De acordo com ele, seu foco enquanto parlamentar neste momento é garantir essa renegociação e "o alongamento das dívidas tributárias".