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Em congresso, médicos propõem redução no número de cesáreas no Brasil

Em congresso, médicos propõem redução no número de cesáreas no Brasil
Foto: Agência Brasil

Um grupo de médicos defendeu nesta segunda-feira (15), durante o 32º Congresso Mundial da Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia (FIGO), a necessidade de reduzir as elevadas taxas de cesáreas no Brasil. Esses números, no entanto, não sou novidade no país, lembrou o diretor da Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Corintio Mariani Neto. 

 

Em entrevista à Agência Brasil, ele alertou que, embora as taxas venham se mantendo estáveis nos últimos anos, ainda são muito altas. Países como a Holanda, por exemplo, apresentam taxa média inferior a 15%, informou. Na Europa, a taxa alcança 25% e nos Estados Unidos, 32,8%. 

 

A Febrasgo vai aproveitar a realização do congresso da FIGO, que se estenderá até o próximo dia 19, para divulgar campanha permanente da entidade sobre o tema. A Febrasgo quer que sejam adotadas no país condutas para reduzir a quantidade de cesáreas, com a adoção de equipes multiprofissionais que incluam a enfermeira obstétrica e a obstetriz.

 

Segundo Mariani Neto, alguns fatores contribuem para a alta taxa de cesáreas no país. A primeira é o desejo da paciente. Outro ponto é que as mulheres estão engravidando pela primeira vez tardiamente, o que aumenta a chance de surgir indicação de cesariana.

 

O médico lembrou que o obstetra que faz o pré-natal no Brasil fica disponível para a paciente 24 horas por dia até o momento do parto. "A cultura de assistência integral torna incompatível para um obstetra que faz dez partos por mês manter um consultório de grande movimento", afirmou.

 

“Nós não temos ainda discriminada a cultura da equipe multiprofissional, que que existe no resto do mundo. Estamos tentando aqui a inserção da enfermeira obstétrica, da obstetriz, para acompanhar o trabalho de parto quando não há intercorrência, o que diminuiria a necessidade de o médico obstetra estar presente durante todo o trabalho de parto”.

 

Ele comentou que o aprendizado hoje já não é o mesmo de décadas atrás. Por isso, muitos obstetras têm mais habilidade de conduzir uma cesariana do que acompanhar o parto normal “São vários fatores que levam ao aumento dos partos cesáreos. Não há uma causa única”.