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Viver Bem: Casos de miopia infantil têm aumentado durante a pandemia, aponta pesquisa

Viver Bem: Casos de miopia infantil têm aumentado durante a pandemia, aponta pesquisa
Foto: Pixabay

A pandemia da covid-19 desencadeou uma série de novos hábitos e alguns problemas a serem combatidos: um deles está diretamente associado ao uso cada vez maior de aparelhos eletrônicos e pouca exposição ao sol, o que tem causado em crianças o desenvolvimento precoce da miopia, apontam pesquisas recentes de diferentes universidades da China, Canadá e América Latina. 

 

De acordo com o oftalmologista do Sistema Hapvida, Breno Leão, os pais devem estar em alerta quanto aos primeiros sinais e sintomas do distúrbio, que são: queixa da dificuldade de enxergar de longe, dor de cabeça e também o cansaço visual. "Às vezes a criança relata que não consegue enxergar o quadro da sala de aula, por exemplo, outras vezes, ela está sentada muito perto da televisão, assim como está apresentando dificuldade em atividades coletivas como jogar bola e não está conseguindo identificar os colegas ou a distância", pontua. 

 

A miopia é um distúrbio visual em que a pessoa apresenta uma dificuldade de enxergar os objetos mais distantes, onde são vistos embaçados ou desfocados. Para o especialista, o principal motivo do aumento do problema em crianças está relacionado à exposição da tela, devido à popularização dos smartphones nestes últimos 10 anos, assim como o isolamento social, que faz com que os pequenos passem mais tempo ociosos dentro de casa e utilizem mais os celulares, tablets e computadores. "O que os pais podem fazer, para ajudar os filhos, é estimular as crianças a terem atividades ao ar livre, com exposição solar, além de reduzir ao máximo possível o tempo de exposição à tela", declara o médico.

 

Existem três tipos de miopia: a primeira chamada 'axial', que depende do crescimento dos olhos, além da miopia de 'curvatura' que acontece devido ao aumento da curvatura da córnea e a miopia de 'índice', normalmente relacionada à catarata (doença de envelhecimento dos olhos) assim como à doenças metabólicas, como o diabetes. Conforme o médico, o maior problema da miopia é a chamada miopia patológica, quando a criança já nasce com o grau bem alto de miopia com algumas alterações na anatomia dos olhos, com uma fragilidade retiniana, assim como o nervo ótico mais inclinado ou com atrofia da ligação chamado de freixo papiro imaculado que é o que liga o nervo ótico à mácula, que é onde nós enxergamos.

 

"Mas de modo geral, essa miopia mais simples, que corrige apenas com o uso dos óculos, não traz tanto impacto na vida da criança, a não ser para aquela criança com o uso mais constante dos óculos, mas ela não traz outros problemas como, por exemplo, a hipermetropia, que pode causar uma baixa de visão permanente chamada ambliopia, se não tratada a tempo", afirma Breno.

 

Sem cura

Segundo o Dr. Leão, a alteração anatômica do olho da miopia não tem cura, o que existe, hoje em dia, é a cirurgia refrativa, que não se faz na infância, e é feita, preferencialmente, após os 22 anos, que é quando os olhos param de crescer. Se a cirurgia for feita antes desta idade, pode ficar uma falsa impressão de que o grau voltou, mas isso acontece porque o olho tinha a tendência de continuar crescendo e quando estabiliza o crescimento do olho, parece que o grau voltou.

 

O tratamento para a miopia é o uso de óculos quando está na fase mais precoce, a partir dos 5 anos de idade até os 16. No momento em que a criança começa a ter mais responsabilidades, os especialistas indicam as lentes de contato, pois ela exige alguns cuidados diários como limpá-las e não dormir usando-as.