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Viver Bem: Psicólogo explica como a perda de pessoas impacta na saúde mental

Viver Bem: Psicólogo explica como a perda de pessoas impacta na saúde mental
Foto: Pixabay

Há mais de um ano, a humanidade tem convivido diariamente com um inimigo invisível que tem ceifado a vida de milhares de pessoas mundialmente. As perdas contínuas e abruptas decorrentes da Covid-19 têm impactado na saúde mental dos que ficam, justamente, diante dos falecimentos em massa que potencializam a sensação de vulnerabilidade, impotência e angústia. 

 

O psicólogo do Sistema Hapvida, Carol Costa Jr., avalia a atual situação pandêmica como análoga à guerra.  “Temos uma expectativa real de que a morte pode acontecer a qualquer momento. Isso mexe com nossa ansiedade e começamos a ficar apreensivos. É como se já  esperássemos pelo pior e que essa finitude pode chegar em mim e no meu lar”, explica o especialista, que destaca o fortalecimento psicoemocional como a melhor forma de enfrentar esse sentimento. 

 

Neste momento, além das mortes, as pessoas também precisam lidar com outro fator agravante que são as despedidas limitadas, onde o adeus ao ente querido muitas vezes não é permitido devido ao contágio com o novo coronavírus. De acordo com Costa, para que o cérebro formule as perdas precisa passar por todo ritual do velório, choro e da partida para que não haja nenhuma lacuna. “Todo aquele momento, que é extremamente difícil, mas para o psiquismo é reconfortante. Ali você começa a trabalhar a finitude. O adeus é terapêutico no sentido de que o luto vai passar por completo”, declara.

 

A DOR E SEU PRAZO

Embora o período do luto seja normal, é preciso estar atento quando a resposta natural da perda de alguém se torna um problema patológico. Conforme o especialista, isso acontece quando as fases do luto, que são a negação, raiva, barganha, culpa e até aceitação, ultrapassam o tempo que deveriam e a pessoa não consegue seguir em frente. 

 

“De repente, o sujeito deixa de funcionar socialmente, não realiza suas atividades laborais, justamente porque aquilo já se tornou algo que ele não tem mais o controle e é nesse momento que deve entrar a ação do psicólogo. O profissional tem o conhecimento e as ferramentas necessárias para tirar a pessoa dessa situação ”, afirma o psicólogo. 

 

No entanto, o especialista destaca que o processo de ajuda só terá êxito se o sujeito aceitar receber este amparo, caso contrário, tudo ficará um pouco mais difícil. “Por mais que a pessoa negue, é preciso estar ali, se fazendo presente, dando apoio, atenção e oferecendo escuta. Estender a mão a quem está passando por um momento difícil é extremamente importante”, finaliza.