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O que fazer quando seu filho é exposto a um filme que tem abuso sexual infantil?

Por André Garcez

O que fazer quando seu filho é exposto a um filme que tem abuso sexual infantil?
Foto: Divulgação

A polêmica do filme “Como se tornar o pior aluno da escola” (indo além de um posicionamento político), provoca duas perguntas aos pais:

 

1-Como lidar com as telas?

 

2-O que fazer quando os filhos já acessaram um conteúdo sexual?

 

Com medo de sermos autoritários, estamos confusos do que nossos filhos podem escolher e do que nós devemos escolher por eles. Eles podem escolher dentro do que nós escolhemos por eles. Por exemplo, você compra a comida e determina as opções numa refeição, ele escolhe dentro das suas opções.

 

O mesmo deve ser feito com tudo e, principalmente, com as telas. Elas podem ser a forma de nossos filhos aprenderem o mundo, livremente e sem filtros. O que as crianças e adolescentes veem e escutam ficam como aprendizagem, assim como as experiências. Você deixaria seu filho sozinho na cidade? Então não deixe diante das telas. Até eles terem autonomia para lidar com os efeitos psicológicos do que assistem, eles precisam ser mediados.

 

Sendo assim, todas as telas devem ser supervisionadas pelos pais. Uma dica prática é utilizar diversos aplicativos que fazem o controle do que os filhos acessam, de quanto tempo e de todo o histórico. Hoje já há diversos aplicativos de controle parental, tanto gratuitos quanto pagos.

 

E quando eles acessam um conteúdo de abuso sexual, pedofilia ou mesmo adulto, o que fazer?

 

Reprimir? Repreender a criança ou adolescente que seja flagrado assistindo a um conteúdo adulto não é o caminho. Gera tensão e curiosidade. Seja firme, colocando o limite, mas sem peso. Imagine que está colocando um limite como qualquer outro. Além do limite, seja um suporte.

 

Questione o que a criança percebeu daquela cena, se gerou algum impacto. Então, a partir das respostas dela, oriente. Não diga que ninguém pode pegar nas partes íntimas dela, isso não é verdade.

 

Use o que foi visto para explicar que é abuso, as crianças não sabem. Esclareça quem pode pegar em suas partes íntimas; quando, quais os momentos que podem pegar (pediatra, banho, limpeza); e, por fim, como, por exemplo, um toque rápido só para lavar e que jamais pode ficar em segredo.

 

Não ignore. Além de repreender, tratar como tabu foi mais um erro que as gerações passadas cometeram, não precisamos repeti-los!

 

Uma a cada 3 crianças no Brasil é abusada sexualmente, sendo que 72% dos casos ocorrem em contextos familiares. Hoje diversas pesquisas apontam que tratar a educação sexual na infância como tabu é o principal fator que dá espaço aos abusadores.

 

Assuma sua autoridade de guiar seu filho sem medo. Ele precisa de você. Você pode ser firme, e ao mesmo tempo, ser um suporte para ajudar ele a desenvolver a sexualidade de forma sadia. 

 

Orientar e empoderar são as melhores formas de prevenir a violência sexual infantil que, infelizmente, existe no mundo.

 

Caso presencie algo suspeito, denuncie através dos canais de denúncia: disque 100, o app Direitos Humanos, o site da ONDH e da Safernet.

 

*André Garcez é psicólogo de pais e mães 

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias