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A importância da avaliação vascular antes de uma cirurgia plástica

Por Maria Clara Sanjuan, Paulo Sanjuan e Victor Sanjuan

A importância da avaliação vascular antes de uma cirurgia plástica
Foto: Divulgação

A avaliação pré-operatória está presente em todo tipo de procedimento cirúrgico, seja ele de qualquer porte, para analisar as condições clínicas, riscos e cuidados que influenciam na recuperação e no resultado final da cirurgia. O mais importante é conduzir uma avaliação pré-operatória individualizada já que cada paciente e cada procedimento irão trazer riscos e possibilidades de complicações diferentes. O risco precisa ser bem avaliado na consulta pelo cirurgião independente de sua especialidade e, se necessário, encaminhar para um colega para ele ajudar na sua conduta em casos especiais. Nessa avaliação, é preciso considerar todos os fatores para enxugar ao máximo os riscos. Não existe procedimento cirúrgico com risco zero, mas em sua prática, o cirurgião busca melhorar o prognóstico desse paciente. 

 

E quais são os fatores de risco?
Qualquer cirurgia representa um risco aumentado para a trombose, porém a probabilidade aumenta se há outros fatores envolvidos, como idade, sobrepeso, comorbidades, se o paciente já teve trombose ou possui histórico familiar, se faz uso de terapias hormonais e até o tempo cirúrgico e características do procedimento. Na avaliação vascular, além de explicar ao paciente os fatores de risco primordiais, é feita uma anamnese a partir da história clínica e da conversa com essa pessoa, investigando possíveis complicações e até mesmo identificando problemas até então desconhecidos. São diversas situações clínicas que permitem estratificar e orientar a esse paciente a profilaxia de forma embasada.

 

O que fazer para reduzir os riscos?
Muitos pacientes pensam que a avaliação pré-operatória consiste apenas na realização de exames. No entanto, em alguns casos, algumas avaliações pré-cirúrgicas às vezes não requerem exame nenhum. É através da história clínica que é possível entender o paciente, buscar os principais riscos de trombose e assim guiar a quantidade adequada de exames complementares. É também na avaliação que o médico reúne tudo que estiver ao seu alcance para minimizar os riscos de forma personalizada. A depender do caso, podemos orientar o uso de meia elástica, bota pneumática para cirurgias de médio e grande porte, suspensão da pílula anticoncepcional ou quimioprofilaxia para reduzir os riscos de trombose. 

 

A avaliação vascular pode ser otimizada ainda com a utilização de alguns equipamentos específicos, como a técnica de realidade aumentada, que ajuda a enxergar veias não visíveis a olho nu no próprio consultório ou o Doppler arterial e venoso, um tipo de ultrassonografia que permite determinar a velocidade e o sentido da circulação sanguínea para identificar a presença de obstruções nas veias e artérias, além de doenças vasculares. 

 

A importância do planejamento
O paciente tem que ir com a saúde em dia para a cirurgia e também preparado psicologicamente para a mudança. Por isso, na rotina médica, é importante que o cirurgião busque passar a visão completa e munir o paciente com todas as informações necessárias para ajudá-lo nesse processo. A cirurgia plástica precisa ser bem planejada. Os cuidados pré-operatórios, além dos exames físicos e complementares, podem incluir ainda a mudança de alguns hábitos de vida, como a alimentação, para manter o organismo saudável e facilitar a recuperação. Mas é fundamental que o paciente entenda que cada caso precisa ser avaliado de forma individualizada, sempre considerando as atualizações da literatura médica, pois os riscos são diferentes. 

 

* Maria Clara Sanjuan é angiologista e cirurgiã vascular, Victor Sanjuan e Paulo Sanjuan são cirurgiões plásticos. Os três são sócios da Clínica Sanjuan

 

*Os artigos reproduzidos neste espaço não representam, necessariamente, a opinião do Bahia Notícias